Trabalhadores da Basf protestam enfrente ao Fórum de Paulínia, em passeata realizada no último dia 20
De forma arbitrária, a Basf S.A. está desrespeitando e descumprindo as determinações a ela impostas pela DRT – Subdelegacia Regional do Trabalho em Campinas por ocasião de sua interdição da unidade da empresa em Paulínia, devido à contaminação ambiental no local. Em protesto contra essa prática da empresa, os trabalhadores da Basf fizeram uma passeata no Centro de Paulínia, com atos em frente ao Fórum Trabalhista e à Câmara Municipal, com o objetivo de denunciar essa situação e alertar os poderes públicos para que façam com que a multinacional alemã cumpra com sua obrigação e deixe de considerar o Brasil (e nossa região), como terra de ninguém onde ela pode fazer o que bem entende.
Direitos garantidos
Conforme determina a legislação, os trabalhadores têm todos os seus direitos assegurados e não podem ser demitidos sem que haja, para isso, manifesta autorização judicial. A Basf está tentando, mas não vem conseguindo derrubar a interdição determinada pelo DRT. Em afronta às leis, ao DRT e aos próprios trabalhadores, a empresa não fez o pagamento do vale de seus funcionários neste mês de janeiro, o que tradicionalmente ocorre sempre no dia 15. Além disso, a empresa está intimada pelo Ministério do Trabalho a realizar, e custear, uma série de exames nos trabalhadores para que seja apurado o real estado de saúde dos mesmos.
Chantagem
De forma absolutamente indigna, a Basf S.A. está tentando uma chantagem contra seus trabalhadores. Ela está lhes propondo, em contatos pessoais e individuais, que aceitem fazer a homologação de seu contrato de trabalho a troco de neles realizar os exames médicos. Mas ela sempre deixou bem claro, publicamente, que de forma alguma se responsabilizará pelo tratamento médico necessário nas alterações encontradas no organismo em virtude de contaminação no local de trabalho. A decisão tomada pelos trabalhadores em assembléia realizada antes do início da passeata foi a de não aceitar essa chantagem da Basf, de lutar por direitos trabalhistas e legais, de lutar para que a empresa faça os exames médicos e se responsabilize pelos tratamentos necessários e de pressionar os órgãos e poderes públicos para que obriguem a multinacional alemã a cumprir sua obrigação e a respeitar as leis brasileiras.