A Associação dos Trabalhadores Expostos a Substâncias Químicas (Atesq) e o Sindicato Químicos Unificados receberam reconhecimento público internacional nos Estados Unidos pela luta que desenvolvem contra a contaminação química ambiental e humana produzida pelas Shell Brasil e Basf S.A. na planta industrial no bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia.
Antonio de Marco Rasteiro, ex-trabalhador Shell e
coodenador da Atesq,
faz seu discurso após receber
a premiação pela entidade (10/11/09)
Antonio de Marco Rasteiro, coordenador da Atesq e ex-trabalhador da Shell; Glória Nozella de Lima, coordenadora da Secretaria de Saúde do Unificados e o advogado das entidades, Vinicius Cascone, estiveram em Philadelphia (Estados Unidos) na primeira quinzena de novembro para participarem de palestras, debates e receberem homenagens e a premiação, que ocorreu na noite de 10 de novembro no Centro de Convenções Philadelphia.
Líderes na luta pela
saúde dos trabalhadores
Anualmente, a Apha (sigla em inglês para Seção de Saúde do Trabalhador da Associação Americana de Saúde Pública) elege entidades ou personalidades que, em todo o mundo, destacam-se nas lutas em defesa da saúde do trabalhador. Podem vir a serem reconhecidos e premiados trabalhadores do chamado chão de fábrica, profissionais de serviços, pesquisadores, cientistas e acadêmicos. A entidade fica em Philadelphia, nos Estados Unidos.
Professor
Siqueira, da University off Massachusetts Loewll,
defende as homenagens
à Atesq e ao Unificados em
solenidade nos Estados Unidos (10/11/09)
A Atesq e o Sindicato Químicos Unificados foram indicados para concorrer neste136º encontro anual da entidade norte-americana pelo professor brasileiro Carlos Eduardo Siqueira MD, ScD, Assistant Professor Department of Community Health and Sustainability da University off Massachusetts Loewll.
Palestras em Nova Iorque
Antonio de Marco Rasteiro, ex-trabalhador Shell e coordenador da Atesq; Glória Nozella de Lima, dirigente da Secretaria de Saúde do Unificados e o advogado do sindicato Vinícius Cascone conduziram uma palestra e debates com estudantes, professores e membros do conselho da cidade de Nova Iorque, no NYCOSH – Center for Worker Education (Centro de Educação do Trabalhador), no dia 12 de novembro.
Cascone, advogado da Atesq e do Unificados,
detalha o crime ambiental Shell/Basf (10/11/09)
Na palestra, eles denunciaram que a Shell, uma das maiores empresas do mundo, havia ignorado intencionalmente exposições com risco de vida aos seus trabalhadores, que manuseavam produtos químicos perigosos na América do Sul.
Contaram que os Aldrin, Bidrin, Dieldrin e Endrin, organoclorados, produtos que estavam banidos desde 1975 nos Estados Unidos, continuavam a serem usados pela empresa.
Vídeo e livreto
Um vídeo e um livreto produzidos pelo Sindicato Químicos Unificados foram levados e apresentados aos norte-americanos.
O advogado Cascone disse que esforços de organização estão a caminho de juntar as associações que representam vítimas de crimes ambientais.
David Kotelchuck, um membro de conselho da NYCOSH presente à palestra, disse que trabalhadores nos Estados Unidos passaram por desafios semelhantes nas décadas de 50 e de 60. “Os trabalhadores brasileiros agora estão tentando atingir o nível que os trabalhadores aqui já atingiram nas lutas por seus direitos”, disse ele.