O Brasil já é considerado o pior do mundo no enfrentamento ao combate do novo coronavírus. E o motivo? Tem nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro. Sim, o presidente brasileiro foi eleito pelo jornal Washington Post como o pior entre os líderes globais no combate à pandemia. No entanto, a política genocida, que leva milhões de cidadãos à morte, aplicada tanto por Bolsonaro quanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai além da covid-19.
Patrícia Acerbi, professora de História Latino-Americana da Universidade da George Washinton, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar na rádio CBN, aponta que o Bolsonaro e o Trump são presidentes que não querem ver a realidade. Ela avalia que Trump deverá perder a reeleição por causa das respostas à pandemia e aos protestos contra o racismo estrutural do país (ver mais abaixo).
Genocida
Essa política genocida de Bolsonaro e Trump na pandemia levou os dois países a liderarem no mundo o número de pessoas contaminadas e de vidas perdidas por Covid-19. O negacionismo levou o Brasil para uma disputa política e sem governo no combate ao vírus. Além de não apoiar estados e municípios na realização do isolamento social.
A urgente necessidade de fazer campanhas educativas sobre o uso de máscaras, a higienização das mãos com álcool gel, o distanciamento social tomou lugar a comentários como “Gripezinha não vai me derrubar”, “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, “Não podemos entrar numa neurose”, “Vírus está indo embora”. Essa negação sobre a pandemia teve como consequência a infecção de mais de 1 milhão de pessoas e a morte de mais de 50 mil pessoas.
A falta de uma política pública de combate à disseminação de contágio pelo novo coronavirus levou ainda os trabalhadores, que precisaram continuar nas atividades, a uma situação de maior risco de contágio. O governo ao invés de proteger os emprego e a renda, fez exatamente o contrário com a MP 936, quer permite a redução de jornada de trabalho e até suspensão do contrato por até 3 meses.
O RACISMO ESTRUTURAL
LEVA MILHARES À MORTE
A política genocida tanto de Bolsonaro quanto de Trump vão além da pandemia. Da mesma forma como o cidadão americano George Floyd foi brutalmente morto por um policial branco, no Brasil a grande maioria das pessoas mortas por intervenções policiais é negra. Entre 2017 e 2018, segundo dados do anuário de Segurança Pública, dos 6.220 registros de mortes por intervenções policiais, 75,4% eram pessoas negras.
No Rio de Janeiro, o menino João Pedro, de 14 anos de idade, foi assassinado a tiros enquanto brincava no quintal de sua casa. Além de João Pedro, outras mortes como a de Ágatha Félix, de 8 anos, Kauê Ribeiro dos Santos, de 12 anos, e Kauan Rosário, de 11 anos, vieram à tona após operações da polícia carioca. Esses assassinatos por parte do Estado não são coincidência, nem novidade, fazem parte de uma política genocida, fruto do racismo estrutural.