Arrancar as conquistas com lutas a serem travadas no chão das fábricas foi a principal decisão tomada hoje, 29 de março de 2009, em Encontro das companheiras e companheiros do Setor Farmacêutico e que estão na reta final da campanha salarial 2009, cuja data base é 01 de abril.
O Encontro reuniu trabalhadoras e trabalhadores das regionais de Campinas, Osasco e Vinhedo do Sindicato Químicos Unificados, que tem 32 indústrias farmacêuticas na base territorial e que empregam perto de 9 mil pessoas.
Com essa decisão, nas fábricas as companheiras e companheiros devem ficar atentos às orientações do sindicato, parar nas assembléias, se informar e participar ativamente das mobilizações a serem propostas e aprovadas e, principalmente, criar e manter o clima de campanha salarial em seu local de trabalho.
Os patrões têm que sentirem-se pressionados, têm que ter medo de que a torneira que escorre lucros pode secar se as máquinas pararem.
48 mil juntos na luta
São 48 mil trabalhadores do Setor Farmacêutico em campanha salarial no estado de São Paulo. Destes, 27.500 integram sindicatos que estão na Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico no Estado de São Paulo (Fetquim), sendo 17 na base dos Químicos e Plásticos de São Paulo, 9 mil no Sindicato Químicos Unificados e 1,5 mil no Sindicato dos Químicos do ABC.
Crise econômica não chega às farmacêuticas
No início dos trabalhos, foi apresentado e debatido um estudo preparado pela assessoria econômica do Sindicato Químicos Unificados, com base em dados oficiais. O estudo mostra que o faturamento é recorde no setor em 2008 e que há um crescimento contínuo nos últimos períodos, chegando a 7,2% ao ano enquanto que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ficou na casa dos 5%.
Estes e outros números provam que a patronal farmacêutica não tem do que reclamar e pode (e deve) atender às reivindicações da pauta que lhes foi apresentada pelos trabalhadores.
CLIQUE AQUI, ou na imagem acima, para ver na íntegra o estudo. O arquivo está em PDF e tem cerca de 3 MB.
Pauta de reivindicações
Estas são as principais reivindicações que constam da pauta entregue à patronal:
a) Aumento real de 7% mais reposição da inflação a ser apurada no período de 01 de abril de 2007 a 31 de março de 2008;
b) Piso mínimo de R$ 1.200,00;
c) Participação nos Lucros e Resultados (PLR) mínima no valor de dois pisos;
d) Estabilidade no emprego, conforme Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que prevê a garantia no emprego contra a dispensa imotivada;
e) Fim da precarização, como banco de horas;
f) Redução da jornada de trabalho, sem redução de salários; e,
g) Aumento do valor da cesta básica ou vale alimentação.
História e experiências
No Encontro de hoje também houve exposições sobre experiências acumuladas em campanhas salariais anteriores e exemplos de lutas transcorridas e vitoriosas pelas trabalhadoras e trabalhadores de indústrias do Setor Farmacêutico.