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MST realizou ato em defesa da reforma agrária, dia 29, em Iaras/SP

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) realizou um ato em defesa da reforma agrária e contra a criminalização dos movimentos sociais, na tarde de hoje (29/10/09), tendo também como objetivo denunciar a utilização de terras públicas por empresas privadas como Cutrale, Lwarte, Eucatex e Luacel (eucalipto e pinus), entre outras. Participaram diversas entidades e apoiadores do movimento, entre eles uma delegação do Sindicato Químicos Unificados.

Ato do MST no assentamento Zumbi dos Palmares contra criminalização dos movimentos sociais (Foto: J. Zinclar)

Ato do MST no assentamento Zumbi dos Palmares contra
criminalização dos movimentos sociais (Foto: J. Zinclar)

A atividade foi desenvolvida na área social do assentamento Zumbi dos Palmares, no município de Iaras/SP,

Embora o MST tenha se posicionado publicamente por meio de notas e declarações, manobras político-midiáticas e a articulação da bancada ruralista para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional, com o objetivo de criminalizar os sem-terra, foram desencadeados a partir da ocupação da Fazenda Capim, latifúndio explorado ilegalmente pela empresa Cutrale.

Estas manobras também geraram uma série de questionamentos e dúvidas em relação à reforma agrária e às trabalhadoras e trabalhadores sem-terra.

Solidários e na luta

Anthero Vieira, dirigente do Unificados:

Anthero Vieira, dirigente do Unificados: “solidariedade

e compromisso” (Foto: João Zinclar – 29/10/09)

Falando em nome do Sindicato Químicos Unificados, o dirigente sindical Anthero Vieira reafirmou a posição da entidade, definida em congresso e encontros da categoria, de total apoio e compromisso com as lutas da classe trabalhadora e dos movimentos sociais e populares, sempre em busca da construção de uma sociedade justa e igual para todos. “Jamais deixaríamos de estar ao lado das companheiras e companheiros do MST neste momento em que sofrem brutal ataque dos latifundiários, da burguesia, dos capitalistas nacionais e internacionais e da mídia que lhes presta subserviência”, concluiu Vieira.

Mauro Supriano (ao centro), dirigente sindical, com a bandeira do Unificados (Foto: João Zinclar - 29/10/09)

Mauro Supriano (ao centro), dirigente sindical, com a
bandeira do Unificados (Foto: João Zinclar – 29/10/09)

Combater a grilagem

“Mais do que nunca, é preciso que a grilagem seja denunciada”, explica Gilmar Mauro, da coordenação estadual do MST/SP, detalhando que o termo “grileiro” designa quem falsifica documentos para de forma ilegal tornar-se dono por direito de terras devolutas (terras do governo, que nunca foram de propriedade particular) ou de terceiros. Ou ainda quem está na posse ilegal de imóveis por meio de documentos falsificados.

 	Gilmar Mauro coloca bandeira do MST em janela na sede do movimento, em São Paulo (Foto: Folha Imagem)

FOTO ARQUIVO: Gilmar Mauro coloca bandeira do MST
em janela na sede do movimento, em SP (Foto: Folha Imagem)

Para Gilmar, as terras públicas vítimas de grilagem, conforme constantes denúncias por todo Brasil, deveriam ser retomadas pelo governo e direcionadas para a reforma agrária.

“A luta do MST sempre se caracterizou pela não violência, em vista disso realizamos hoje um ato que mostra o repúdio à criminalização do MST e de todas as lutas no Brasil”, afirmou Gilmar Mauro.

Manifesto

Recentemente, foi assinado um manifesto a favor do MST e contra a criminalização das lutas sociais, que contou com nomes como Eduardo Galeano (jornalista e escritor uruguaio), Luis Fernando Veríssimo (escritor, jornalista, humorista e cronista), Plínio de Arruda Sampaio (intelectual e ativista político brasileiro), Michael Lowy (pensador
marxista brasileiro radicado na França) e Isabel Monal (educadora e filósofa cubana).

Leia e assine

Para ler o manifesto, conhecer os que já assinaram e colocar o seu nome em apoio à luta das companheiras e companheiros do MST, da reforma agrária e contra a criminalização dos movimentos sociais e populares, visite: http://www.mst.org.br/node/8494

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