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Trabalhadoras e trabalhadores sindicalizados e seus familiares participaram ontem (06/03) da atividade no Centro de Formação e Lazer (Cefol) de Campinas preparada pelo Unificados para marcar o Dia Internacional de Luta das Mulheres 8 de Março – e também para a aprovação dos representantes do sindicato como delegados ao 1º Congresso da Intersindical Central da Classe Trabalhadora (CCT) que se realizará de 18 a 20 de março.
Para abrir a programação, o Coletivo de Mulheres do Unificados reuniu histórias reais de mulheres vítimas de violência. Companheiras levantaram as fotos e leram cada um dos casos que comprovam como a violência contra as mulheres é muito comum.
O Brasil é o 5º país mais violento contra as mulheres, registrando 13 assassinatos por dia e onde a cada dois minutos algum tipo de agressão é cometido contra uma mulher. Em repúdio à violência contra as mulheres, todos os presentes realizaram um minuto de silêncio.
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“Em briga de marido e mulher…”
A socióloga Marcela Moreira, que tem realizado uma série de atividades sobre gênero com trabalhadores (as) e direção do Unificados, destacou o fato de que a violência contra as mulheres é naturalizado em nossa sociedade. O ditado em briga de marido e mulher não se mete a colher é um exemplo claro e a única forma de combater a violência é encorajar e apoiar as mulheres para que rompam com os ciclos de violência. Violência que começa de maneira sutil, a partir de relacionamentos abusivos, verbais, psicológicas até chegar à violência física.
Cobrar o poder público
A socióloga reforçou a necessidade de cobrar políticas públicas por parte dos governos. Após muita luta dos movimentos feministas houve a conquista da Lei Maria da Penha (2006) e a Lei do Feminicídio, esta sancionada no ano passado, que transformou em crime hediondo o assassinato de mulheres decorrente de violência doméstica ou de discriminação de gênero, com penas mais duras que que variam de 12 anos a 30 anos de prisão.
Marcela destacou que o poder público, em muitos casos, é negligente em relação ao combate a violência e apoio às mulheres. Campinas, por exemplo, é uma cidade com mais de 1 milhão de habitantes e possui apenas uma casa abrigo com capacidade para cinco mulheres. As casas abrigo são lares de acolhimento de mulheres vítimas de violência, que precisam sair de casa. Também não existe uma delegacia da mulher que atenda 24 horas, como se a violência doméstica ocorresse em horário comercial, exemplificou.
As estatísticas apontam ainda que tem crescido o número de assassinato de mulheres negras e pobres, moradoras das periferias. Elas são também as últimas a serem contratadas e as primeiras a serem mandas embora e estão nos empregos mais precários e mal remunerados.
A exploração do corpo da mulher na publicidade
Nilza Pereira, dirigente do Unificados, partiu de algumas imagens utilizadas pela publicidade para propor uma reflexão sobre como o corpo da mulher é explorado e assim se torna natural uma série de agressões e a opressão de gênero. Seja na publicidade, nas letras de músicas, em nosso cotidiano é necessário romper com as ideias machistas, ir à luta.
Congresso da Intersindical
Ao final da atividade, Arlei Medeiros, dirigente do Unificados, falou sobre o 1º Congresso da Intersindical, que ocorrerá de 18 a 20 de março, em São Paulo.
Arlei chamou a atenção para a urgência em tomar as ruas e lutar contra os ataques que estão sendo anunciados, como por exemplo a intenção do governo em realizar a reforma da Previdência, o que trará prejuízos às trabalhadoras, uma vez que há a intenção de aumentar o tempo mínimo de aposentadoria das mulheres passando de 30 para 35 anos.
Os (as) sindicalizados (as) aprovaram por unanimidade a participação de dirigentes do Unificados como delegados ao 1º Congresso da Intersindical Central da Classe Trabalhadora.
Show e dança
Foram realizados sorteios de camisetas e bandanas do Coletivo de Mulheres além de kits presente aos participantes. Para fechar a programação, instrutores do grupo de danças Infinity Dance animaram o público com coreografias, e a cantora Ilcéi Mirian apresentou o show Samba de Batom.
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Ato e caminhada em Campinas no sábado (12/03)
Para encerrar a semana do Dia Internacional da Mulher, no dia 12 de março (sábado) haverá um ato público e uma caminhada pelas ruas centrais de Campinas sob o tema Mulheres Ocupam as Ruas e a Política, Por Nenhum Direito a Menos. A manifestação é organizada pelos movimentos sociais, populares e de trabalhadores de Campinas e região, entre eles o Sindicato Químicos Unificados.
A caminhada, terá início com concentração às 9h na Estação Cultura de Campinas (antiga estação ferroviária da Paulista), que fica na praça Marechal Floriano, centro, com ato de encerramento no Largo da Catedral.