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A frente nacional de mobilização Povo Sem Medo realizará o ato Em Defesa da Democracia A Saída é pela Esquerda que reunirá os manifestantes às 17h no Largo da Batata, em São Paulo, e depois seguirá em marcha até a sede da Rede Globo. Serão realizadas mobilizações também no Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza e Uberlândia entre outras cidades. No 1º Congresso da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, realizado entre sexta (18/03) e segunda-feira (20/03), foi aprovada, entre outras resoluções, a participação em todos os atos de defesa da democracia que serão realizados pela Frente Povo Sem Medo.
Entre nós, não deve haver nenhuma dúvida de que tem que se investigar qualquer corrupção que tenha existido. O que não podemos aceitar é uma investigação vergonhosamente seletiva. Que foca uns partidos e oculta outros. Uma investigação pautada em vazamentos e que passa por cima das garantias de defesa. Fazem isso contra o PT, contra Lula com a condução coercitiva e mandado de prisão preventiva. Se fazem isso com eles, não tenham dúvidas do que farão contra nós, quando fizermos greves e manifestações. O Estado mata juventude negra e pobre, sem direito de julgamento. A seletividade não é novidade para nós. A diferença é que antes eles faziam isso na escuridão dos becos, agora isso está sendo legitimado e aplaudido por setores da sociedade, afirmou Guilherme Boulos, membro da coordenação nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
O manifesto de convocação ao ato
EM DEFESA DA DEMOCRACIA – A saída é pela Esquerda
O momento é grave. Nas últimas semanas, os setores que querem derrubar Dilma e prender Lula apostaram todas suas fichas, passando por cima inclusive de garantias constitucionais e das liberdades democráticas.
Insuflaram um clima de acusações, sem qualquer respeito pelas evidências, de intolerância e ódio, que se traduziu nas ruas com intimidação e agressões contra quem diverge. O ambiente criado é de caça às bruxas, de ameaça à nossa já frágil e limitada democracia.
Nunca é demais lembrar que o impeachment que querem impor tem a marca corrupta, antidemocrática e chantagista de Eduardo Cunha, representante do que há de pior na política brasileira.
A Lava Jato, impulsionada pelo legítimo anseio de combate à corrupção, transformou-se num instrumento de abusos e de seletividade. O juiz Sérgio Moro, vestindo a roupa de salvador da pátria, acredita poder passar por cima das garantias constitucionais mais elementares. Defendemos que a corrupção seja investigada até as últimas consequências. Mas para todos e com as garantias previstas na lei.
Não é de hoje que o Estado brasileiro é seletivo. A adoção da justiça de exceção é regra desde sempre nas periferias urbanas, contra os pobres e negros. Direito de defesa aqui nunca existiu. O procedimento usado pela polícia e o judiciário nos becos e vielas querem agora legitimar como regra sob os aplausos inflamados pela mídia.
É preciso também fazer uma diferenciação: uma coisa é enfrentar esta ofensiva antidemocrática, outra é defender este governo. Entendemos que as políticas assumidas pelo governo Dilma são indefensáveis. Adotou o programa derrotado nas urnas, iniciou um ajuste fiscal antipopular e assumiu uma agenda de retrocessos com temas como a Reforma da Previdência e a lei antiterrorismo. Políticas como essas criaram rejeição popular ao governo e deram base social ao golpismo em curso.
Além disso, os governos petistas chocaram o ovo da serpente. Perderam oportunidades de pautar questões como a democratização das comunicações e do sistema político, além de reformas populares. Hoje sofremos todos as consequências desta falta de ousadia. A Rede Globo é a grande artífice da ofensiva reacionária.
Por isso não temos disposição de ir às ruas em defesa deste governo. Mas também não ficaremos calados e acovardados ante as ameaças ao que temos de democracia no Brasil. O ataque não é somente contra o PT. É contra o que quer que seja de esquerda neste país.
Querem aniquilar o movimento social. Querem impor um ambiente de intolerância e linchamento, onde não há espaço para o pensamento e a ação críticos. A solução que propõem representa ainda o aprofundamento dos ataques a direitos sociais e trabalhistas.
A saída para a crise é com o povo e pela esquerda. Defendemos um programa de reformas populares, que faça o andar de cima pagar a conta da crise. Defendemos a desmilitarização da polícia e a radicalização da nossa democracia. Defendemos a ampliação de direitos e liberdades. Mas sabemos que para construir este caminho é preciso deter os retrocessos, barrar a saída à direita representada pelo golpismo. Não há tempo para vacilação.
Por isso, estaremos todos/as nas ruas na próxima quinta-feira, dia 24.
POVO SEM MEDO Frente Nacional de Mobilização