Reajuste tem que estar no pagamento referente a novembro.
O acordo coletivo de 2003 da categoria foi assinado entre os sindicatos cutistas, representados pela CNQ – Confederação Nacional do Ramo Químico, e a patronal no dia 21 de novembro, em São Paulo, conforme aprovado pelos(as) trabalhadores(as) da categoria em assembléias realizadas no dia 14 de novembro nas regionais de Campinas, Osasco e Vinhedo do Sindicato Químicos Unificados. Ele estipula o reajuste salarial de 16% sobre o salário normativo de novembro de 2002, a PLR – Participação nos Lucros e Resultados mínima de R$ 380,00 e o piso da categoria passa a ser de R$ 520,60. A assinatura do acordo já foi comunicada pelo sindicato a todas empresas e, assim, o reajuste tem que estar incluso no pagamento em dezembro, referente ao mês de novembro. Veja o comunicado.
Onde houve mobilização foram conquistados reajuste e PLR maiores
Conforme decisão das assembléias realizadas no dia 31 de outubro, com a radicalização dos patrões em não irem além dos 16% de reajuste, a luta na Campanha Salarial 2003 passou a ser diretamente nas fábricas. Onde houve mobilização e pressão da companheirada, foram assinados acordos específicos com reajuste salarial e PLR superiores aos índices estabelecidos no acordo coletivo, abrangendo grande número de trabalhadores da base. No mínimo, foi reposta a inflação de 16,15% dos últimos 12 meses, conforme índice medido pelo INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor que é medido pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.Veja na tabela as fábricas, os índices de reajuste e os valores da PLR.
Empresa |
PLR
(*)
|
Reajuste
em %
|
Número
Trabalh.
|
Outros
benefícios
|
EMS |
1.000,00
|
16,15
|
1.500
|
|
Ipacon |
em
negociação
|
16,15
|
80
|
|
Medley |
700,00
+ 20% sal.
|
16,15
|
800
|
|
Garoa |
380,00
|
16,15
|
100
|
|
Merck Sharp & Dohme |
400,00 + 80% sal.
|
16,15
|
500
|
|
Croda |
em
negociação
|
16,5
|
90
|
|
Miracema |
1.300,00
|
16,6
|
180
|
abono
R$ 600,00
|
CST |
500,00
|
19,0
|
220
|
|
Fort Dodge |
mín.
450,00
|
16,15
|
190
|
|
Galvani |
700,00
|
16,15
|
500
|
|
Coverti |
700,00
|
17,5
|
30
|
|
Fresenius |
380,00
|
16,15
|
350
|
|
Amanco |
+/-
600,00
|
16,15
|
270
|
|
Planmar/Langal |
380,00
|
17,72
|
130
|
|
Flaskô |
380,00
|
20
|
70
|
|
Sherwin-Williams |
482,00
|
16,15
|
300
|
|
3M |
900,00
+ 15% sal.
|
16,15
|
1.500
|
|
PPG |
800,00
|
16,16
|
400
|
|
Ashland |
1.000,00
|
16,15
|
80
|
|
Sinimplast |
800,00
|
18
|
239
|
|
Saviplast |
413,00
|
17,
51
|
80
|
jornada de 6 horas |
PS Plastiport |
380,00
|
17,5
|
85
|
|
Girona |
450,00
|
17
|
342
|
|
Emplal |
400,00
|
16,15
|
260
|
|
Buckman |
500,00
|
16,5
|
100
|
|
Transition |
900,00
|
16,15
|
38
|
|
Termotécnica |
500,00
|
16,15
|
100
|
|
Total |
8.534
|
(*) Os valores do PLR estão com base nos salários médios dos trabalhadores na produção. Portanto, variam conforme a faixa salarial.
Uma campanha salarial muito difícil.
Patrões queriam dar 14% e retirar direitos.
Mobilização e resistência foram fundamentais.
A Campanha Salarial de 2003 foi especialmente muito difícil. Aproveitando-se da crise econômica e do desemprego crescente durante todo o ano, a patronal entendeu que estavam criadas condições para endurecer na negociação, arrochar salários e retirar algumas das cláusulas sociais que já temos garantidas e conquistadas com muita luta. Assim, logo no início das negociações ainda em outubro, eles queriam dar um reajuste de somente 14%, uma PLR mínima de R$ 350,00 e o piso da categoria de R$ 448,72. Dentre os direitos que queriam retirar, por exemplo, estavam:
1.O “dia do pagamento”, ou seja, o não desconto das horas para recebimento do pagamento no banco, para quem tiver a posse de cartão magnético.
2.Não mais entregar o demonstrativo de pagamento (holerite) do trabalhador. Em substituição, haveria um tipo de extrato que seria retirado em máquinas nas empresas.
3.Reduzir o tempo de campanha e inscrição para eleição na Cipa, com o objetivo de dificultar a participação de cipeiros combativos.
4.Limitar e decidir o número de faltas abonadas por doação de sangue. Hoje não há limite para esse tipo de abono.
5.Garantir o Banco de Horas nas empresas, diretamente no Acordo Coletivo, o que é muito mais prejudicial aos trabalhadores.
6.A obrigatoriedade de creche ou o do pagamento mensal de 50% do salário normativo (o piso, hoje no valor de R$ 448,76, que corresponde então ao auxílio creche no valor de R$ 224,38) nas empresas com menos de 30 trabalhadoras.
7.Reduzir o número de dias de ausência justificada para o exercício de atividade sindical para os dirigentes dos sindicatos. Isso tem o objetivo de dificultar a organização dos trabalhadores, tornando-os mais enfraquecidos em suas lutas por seus direitos.
Com muita resistência dos(as) trabalhadores(as) e sindicatos cutistas, conseguimos garantir a manutenção de todas as cláusulas sociais, reajuste, piso e PLR melhores e, na luta fábrica por fábrica, até mesmo aumento real nos salários (os acordos superiores a 16,15%). Como se ainda fosse necessário, mais uma vez fica comprovado que os(as) trabalhadores(as) devem defender seus direitos, se mobilizar, se organizar, e nunca se submeter à opressão e repressão dos patrões.Enfim: o caminho é a luta!
Prazos para pagamento da PLR
A PLR mínima em empresas onde não houve acordo específico é de R$ 380,00. E ela deverá ser paga em parcela única até o dia 30 de março de 2004 ou, se em duas parcelas iguais, a primeira até 31 de janeiro de 2004 e a segunda até 31 de julho.
Desconto da antecipação
A companheirada não pode se esquecer que do índice de reajuste salarial agora assinado, tanto o coletivo quanto o específico por fábrica, será descontado o índice que conquistamos por antecipação na Campanha Salarial Emergencial que realizamos no primeiro semestre. As empresas que deram abono nada poderão descontar.
Taxa negocial sobre a PLR
Ainda conforme decisão dos(as) trabalhadores(as) nas assembléias da campanha salarial realizadas nas regionais de Campinas, Osasco e Vinhedo, será descontado de todos os trabalhadores não sindicalizados/associados, em uma única parcela por ocasião do primeiro pagamento, o percentual de 4% sobre o valor da PLR recebida. Os sindicalizados/associados não sofrerão esse desconto pois já contribuem mensalmente com as lutas de sua organização de classe. Ficam desobrigadas deste desconto e recolhimento as empresas que em seus programas próprios de PLR tenham cláusula específica de contribuição.
Se a empresa não cumprir, denuncie imediatamente ao sindicato
Se a empresa em que você trabalha não cumprir o acordo assinado, seja ele o coletivo ou o específico com a fábrica, denuncie imediatamente ao sindicato. Vamos, juntos, organizar a pressão e obrigá-la a cumprir com suas obrigações e a respeitar nossos direitos.