Trabalhadores da Rhodia em assembléia da Campanha Salarial Emergencial.
Em todas as assembléias e atos realizados pelo Sindicato Químicos Unificados (Campinas-Osasco-Vinhedo) a decisão dos trabalhadores, por unanimidade, é de aprovar a luta na Campanha Salarial Emergencial pela reposição de 13% das perdas salariais causadas pela inflação acumulada no período de 01 de novembro de 2002 (data base) até 30 de abril de 2003.
Nessa Campanha Salarial Emergencial está envolvida toda a categoria do Ramo Químico no país, que chega a 400 mil trabalhadores na base dos sindicatos cutistas. Os Químicos Unificados representam 30 mil desses trabalhadores.
As reivindicações
A CNQ – Confederação Nacional dos Químicos já encaminhou a pauta de reivindicações à Fiesp – Federação das Indústrias no Estado de São Paulo. Uma reunião para abertura das negociações entre os sindicatos e a entidade patronal está agendada para o dia 03 de junho, em São Paulo. Essa mesma pauta foi enviada pelos Químicos Unificados para todas as empresas localizadas em sua base territorial. Nela, constam duas reivindicações gerais: a) reposição de 13% para recuperação da inflação acumulada, e b) redução da jornada para 40 horas semanais sem redução nos salários.
Sob pressão, empresas avançam nas negociações
Sentindo a disposição dos trabalhadores nessa mobilização e pressionadas por atrasos na produção em conseqüências de assembléias e atos, independentemente da Fiesp diversas empresas fizeram contato com o sindicato e as negociações pelo reajuste estão em estágio avançado.
Assembléias realizadas
Essas são as principais empresas nas quais foram realizados assembléias e atos exigindo a reposição salarial de 13% e a redução da jornada para 40 horas semanais:
Regional de Campinas – Rhodia, 3M, Galvani, PPG, EMS, Sherwin-Williams, Fresenius, Du Pont, Medley, Garoa, Amanco, Fort Dodge e Bann Química.
Regional de Osasco – Girona, Maxdel, Natura e Fersol.
Regional de Vinhedo – Unilever, Alcar, Rei Abrasivos, Kronos, Saint Gobain Abrasivos e Saint Gobain Cerâmica.
Novas assembléias, atos, manifestações e paralisações, com atraso na produção, já estão programados e terão continuidade até que as reivindicações dos trabalhadores sejam atendidas.
Fresenius fere leis, coloca trabalhadores em risco e os obriga a caminhar por pasto para evitar contato com o sindicato
Após o pasto, escada poleiro por onde Fresenius obrigou trabalhadores a entrar. No interior, depósito e tubulação de gases.
As empresas, de uma forma ou de outra, buscam meios de evitar que seus trabalhadores tenham contato com o sindicato para que assim, desinformados, eles não possam reivindicar e defender seus direitos. Mas na madrugada do dia 16 de maio, a Fresenius foi muito além do que se possa esperar como tática para fazer valer essa prática prepotente e arbitrária. Ela expôs seus trabalhadores a reais situações de risco de acidentes, feriu leis e os humilhou aos obrigá-los a caminhar por um pasto para que entrassem pelo portão dos fundos da indústria.
Ela feriu a Convenção da OIT – Organização Internacional do Trabalho, da qual o Brasil é signatário, que determina ser livre o direito à organização dos trabalhadores.
Ela feriu leis de segurança no trabalho ao obrigar que seus trabalhadores transitassem por entre depósitos e tubulações de gases, que justamente por ser área de alto risco está situado nos fundos de sua planta industrial.
Ela cometeu o crime de Assédio Moral ao constranger e humilhar os trabalhadores pela forma com a qual os obrigou a entrar na empresa. Após descerem dos ônibus fretados, eles tiveram que caminhar por cerca de dois quilômetros em asfalto e mais cerca de 300 metros por um pasto (literalmente), em terreno acidentado, ermo, com barro e mato molhado pelo sereno da madrugada. E para entrar na empresa eles tiveram que subir por uma escadinha improvisada em madeira, sem corrimão, molhada e gasta, mais parecida com um poleiro.
O sindicato irá tomar todas as medidas, jurídicas e políticas, necessárias e possíveis, contra essa agressão e humilhação da Fresenius sobre os seus trabalhadores.
Multinacional alemã
A Fresenius Kabi Brasil Ltda é uma multinacional alemã, do setor farmacêutico, com cerca de 200 trabalhadores e está situada no bairro Alto Taquaral, na cidade de Campinas.
No entanto, essa grotesca, ridícula e até mesmo folclórica e medieval atitude da multinacional alemã foi em vão, pois, sem qualquer sombra de dúvida, o sindicato irá exercer o seu inalienável direito (e também sua obrigação) de fazer contatos e assembléias com os trabalhadores da Fresenius.