Dar início a greves na categoria a partir do dia 4 de novembro próximo (terça-feira) foi a decisão dos sindicatos cutistas do Ramo Químico após a intransigência patronal em manter o reajuste salarial em 14%, contra uma reivindicação de 20% feita pelos trabalhadores. Na última rodada de negociações realizada na quinta-feira dia 30 de outubro, na Fiesp, os patrões também apresentaram a proposta de reajustar o piso da categoria nos mesmos 14%, que assim passaria de R$ 448,72 para R$ 511,54 e manter a PLR – Participação nos Lucros e Resultados mínima em R$ 350,00, portanto sem qualquer reajuste em relação ao ano anterior.
Os sindicatos cutistas reivindicam o piso salarial de R$ 1.359,03 (apontado pelo Dieese como forma de atender parcialmente o art. 7º – IV da Constituição, relativo às necessidades vitais básicas do trabalhador e de sua família, tais como moradia, alimentação, saúde, educação, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social) e a PLR mínima de R$ 1.500,00. A reivindicação de reajuste salarial de 20% compreende a inflação de 16,5% projetada para o período de 01 de novembro de 2002 a 31 de outubro de 2003 (data base da categoria), medida pelo INPC do IBGE (faltando fechar o mês de outubro de 2003), mais aumento real por produtividade.
Reunião extraordinária
Após os sindicalistas recusarem na mesa de negociações essa contra-proposta e indicarem o início das mobilizações para o início da greve, a patronal pediu a realização de uma reunião extraordinária para o dia 3 de novembro (segunda-feira), alegando que poderiam “rediscutir a proposta” que fizeram. No entanto, mesmo concordando com a realização dessa reunião extraordinária, os sindicalistas darão continuidade na organização para a paralisação da produção nas fábricas.
Pelo calendário agendado, a reunião de quinta-feira (30 de outubro) seria a última das rodadas de negociações. Nas anteriores, realizadas nos dias 14 e 28 de outubro, houve acordo na renovação de todas as cláusulas sociais.
Hoje (dia 31 de outubro – sexta-feira), com início às 18h30m haverá assembléias nas regionais de Campinas, Osasco e Vinhedo do Sindicato Químicos Unificados, nas quais a categoria irá tomar decisões sobre os encaminhamentos da campanha salarial e organizar a greve a partir do dia 4 de novembro (terça-feira) caso a patronal não faça uma proposta aceitável de reajuste salarial.
Os sindicatos cutistas do Ramo Químico estão organizados na CNQ – Confederação Nacional do Ramo Químico e representam cerca de 200 mil trabalhadores no estado de São Paulo, abrangendo as indústrias químicas, farmacêuticas, plásticas, abrasivos e similares.