Farmacêutica, situada em Campinas, tem capital norte-americano. Seus trabalhadores reivindicam 8% de reajuste salarial, além de pontos específicos.
Os 70 trabalhadores da ICN Indústria Farmacêutica Ltda deram início a uma greve às 6 horas de hoje (01/12/2004), que paralisou totalmente a produção e a administração, em decisão tomada por unanimidade em assembléia realizada na portaria da empresa. Entre outras reivindicações, está sendo exigido o cumprimento do acordo coletivo assinado entre os sindicatos e a Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo que prevê um reajuste salarial de 8% na campanha salarial 2004 da categoria. A decisão é a de que a paralisação terá prosseguimento até que a direção da ICN receba uma comissão formada na assembléia por trabalhadores e dirigentes sindicais e apresente uma proposta que venha a ser aceita pela maioria, em nova assembléia.
Essa mobilização se insere na campanha salarial 2004 da categoria, que tem como data base 1º de novembro. Conforme acordo assinado no dia 25 último entre os sindicatos e a patronal, representada pela Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, os trabalhadores deverão receber 5,72% a título de reposição da inflação no período de novembro de 2003 a outubro de 2004, mais 2,3% de aumento real. No entanto, o sindicato patronal das Indústrias de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo se recusa a cumprir esse acordo, fazendo a proposta de tão somente repor a inflação (5,72%) e dar um abono fixo, uma única vez. Essa tática teria o objetivo de forçar o governo a liberar novos reajustes nos preços dos remédios.
No dia 29 de novembro os 1.700 trabalhadores da EMS Farmacêutica fizeram uma greve de 10 horas pelo mesmo motivo, que foi encerrada quando em assembléia aceitaram a proposta da empresa de fazer o reajuste salarial em 8% a partir de 1º de novembro e mais 1% a partir do próximo 1º de março. Até essa mobilização a EMS afirmava que iria cumprir apenas os 5,72%. As demais empresas do setor farmacêutico na base territorial do Sindicato Químicos Unificados, que é Campinas, Osasco, Vinhedo e regiões, se comprometeram a seguir o acordo assinado na Fiesp entre trabalhadores e a patronal.
A pauta integral de reivindicações construída na manhã de hoje, na assembléia, é a seguinte:
1) cumprimento do acordo coletivo assinado entre os sindicatos e a Fiesp, que determina o reajuste salarial em 8%.
2) Valor mínimo da PLR – Participação nos Lucros e Resultados de R$ 800,00. O acordo coletivo assinado em 1º de novembro último prevê esse mínimo em R$ 400,00.
3) Implantação de um programa de cargos e salários.
4) Vale alimentação.
5) Não desconto das horas paradas nessa mobilização.
6) Estabilidade no emprego de 90 dias a contar do fim da greve.
A ICN Indústria Farmacêutica passou recentemente a integrar a Valeant Pharmaceuticals International, multinacional do ramo farmacêutico com unidades de produção na América do Norte (Estados Unidos e Canadá), América Latina, Europa, Ásia, África, Austrália. Sua unidade em Campinas está localizada na Rua Mário Junqueira da Silva, 736, no Jardim Eulina. A matriz da Valeant está instalada na cidade de Costa Mesa, na Califórnia, Estados Unidos.