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Natura agride direito de organização e usa força policial para impedir assembléia

Assembléia reprimida Natura em Cajamar no dia 22 de outubro de 2007

Assembléia reprimida na Natura, em Cajamar, no dia 22 de outubro de 2007

Com o uso de forte força policial e de seguranças particulares, a Natura impediu a realização de uma assembléia da campanha salarial 2007 que seria realizada na noite de ontem (22/10/07). Os (as) trabalhadores (as) da Natura já estavam em estado de greve, conforme aprovaram em assembléia nos diversos turnos nos dias 8 e 9 de outubro, na qual uma pauta de reivindicações específicas foi apresentada à empresa, adicional às reivindicações gerais da campanha salarial.

A ostensiva presença policial junto aos ônibus e por todo o pátio da Natura, mais as ameaças de demissões por parte da chefia sofridas nos últimos dias, intimidaram os trabalhadores. A Natura está instalada em Cajamar e tem aproximadamente 4 mil trabalhadores.

Reivindicações não são atendidas e trabalhadores indicam partir para conquista com mobilizações

Assembléia reprimida na Natura Cajamar campanha salarial 2007 no dia 22 de outubro de 2007

Assembléia reprimida de campanha salarial 2007 na Natura, em Cajamar, no dia 22 de outubro de 2007

Para superar problemas internos que enfrentam na Natura, os trabalhadores reivindicam na pauta específica: a contratação direta (o fim da terceirização, que flexibiliza direitos da categoria), o cancelamento das constantes advertências, o fim das demissões motivadas por reivindicações de direitos garantidos em lei, e a reintegração imediata dos (as) trabalhadores (as) lesionados (as) no trabalho – são inúmeros os casos de Lesões por Esforços Repetitivos (LER/DORT) na Natura, e aumento real de 5% além da inflação.

Como resposta, a empresa propôs somente antecipar 4,8% a título de reposição da inflação e o saldo dos 13º e 14º salários, isso em 30 de outubro. E só.

Os trabalhadores demonstraram o descontentamento com essa contraproposta e indicaram a vontade de partir para a conquista com mobilizações. A Natura, então, como resposta e para evitar que isso fosse discutido e avaliado com o sindicato em assembléias, deu início a um trabalho de ameaças e pressões internas, inclusive de demissões, contratou seguranças particulares e, muito provavelmente, antecipou contatos com a Polícia Militar e a Guarda Municipal de Cajamar.

O direito de organização é garantido por lei. E a Natura o desconsidera

O direito de organização, de sindicalização, de greve e de toda e qualquer mobilização dos trabalhadores na defesa de seus justos e legítimos direitos está garantido na legislação brasileira, inclusive na Constituição. Portanto, nada de anormal ou ilegal ocorre hoje na Natura, pelo menos por parte dos trabalhadores, nem durante as assembléias e nem pela possibilidade uma greve. Este direito também é garantido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que integra a Organização das Nações Unidas (ONU).

Portanto, impedindo o justo e legítimo direitos dos trabalhadores se organizarem e discutirem seus direitos a Natura agride e desrespeita as leis, inclusive a Constituição brasileira.

A população paga pelo uso da Polícia Militar e da Guarda Municipal pela Natura

Assembléia reprimida Natura Cajamar Campanha salarial 2007 em 22 de outubro de 2007

Assembléia reprimida de Campanha salarial 2007 na Natura ,em Cajamar, em 22 de outubro de 2007

A presença ostensiva e de desproporcional na Natura do aparato das forças policiais do estado de São Paulo e do município de Cajamar, tanto em homens como em equipamentos, tem que ser discutida e avaliada.

Nada justificativa ou explica esse serviço público do estado colocado à total disposição de uma empresa privada. Serviço público que, como todos sabemos, por diversos motivos está deficiente, sucateado e despreparado para cumprir sua principal razão de ser que é combater o crime e dar segurança a toda sociedade.

Quanto custou aos cofres do Estado de São Paulo e da prefeitura de Cajamar a mobilização de cerca de 20 carros e perto de 60 homens para fazer a segurança do interesse privado da Natura? Quanto custou de combustível, de manutenção (óleo, pneus e desgaste) dos veículos, de horas/salários dos policiais mais todas suas armas e despesas com treinamento?

E quem pagou toda essa despesa dada pela Natura ao Estado de São Paulo e a Cajamar foi toda a sociedade, inclusive você. Ironicamente, essa despesa também foi paga pelo próprio trabalhador da Natura. Ou seja, ele é explorado pela empresa, ela se recusa a discutir seu salário, desrespeita e agride seu justo direito de reivindicar e, por cima, chama a polícia – que é paga também por ele – para que ela o reprima.

É preciso urgentemente abrir a discussão sobre o uso acintoso de recursos públicos pelas empresas privadas – muitas delas poderosas multinacionais – recursos que inegavelmente fazem e farão muita falta à população. E isso somente por causa de um natural e rotineiro conflito de interesses trabalhistas, absolutamente reconhecido, previsto e garantido por lei.

VEJA TAMBÉM:

Trabalhadores (as) aprovam estado de greve na Natura, em Cajamar (09/10/2007)

Atraso na produção da Natura abre a Campanha Salarial 2007 (10/09/2007)

VEJA AQUI MAIS INFORMAÇÕES SOBRE A CAMPANHA SALARIAL 2007

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