O sindicato dos Químicos Unificados realizou assembleias com os trabalhadores da Unilever Brasil, em Vinhedo, e na HidroAll do Brasil, em Valinhos, ambas hoje (28/10/10), e na Bann Química, em Paulínia, ontem, para informar e esclarecer a pauta geral de reivindicações da campanha salarial 2010 da categoria e definindo as questões específicas por fábricas para serem apresentadas às empresas.
A pauta da categoria foi protocolada junto à patronal, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em 29 de setembro, e as negociações até agora realizadas não evoluíram.
Na Bann Química, em Paulínia, os trabalhadores decidiram por decretar o estado de greve após a recusa da empresa em atender questões específicas.
Unilever
Assembleia na Unilever, em Vinhedo, dia 28/10/10
(Foto: João Zinclar)
Na Unilever, que tem cerca de 600 trabalhadores, o Unificados fez assembleias nos três turnos da fábrica.
Nelas, foram destacados problemas importantes que há na multinacional, como por exemplo o descaso com a saúde do trabalhador e os processos judiciais como o alcoólico e o da meia hora de descanso. Este último tem audiência marcada para novembro, na Justiça do Trabalho.
Também foi abordada a prática irregular da Unilever de demitir trabalhadores lesionados e a de não abrir o CAT Comunicado de Acidente de Trabalho (Cat), o que é obrigada por lei, além de não se ajustar às normas estabelecidas pela Agência Nacional de Saúde (ANS).
A partir das sugestões dadas pelos trabalhadores durante a assembleia, será protocolada na empresa, nos próximos dias, uma pauta com as reivindicações específicas.
HidroAll
Francisco Natal, dirigente do Unificados, em assembleia
na HidroAll, dia 28/10/10 (Foto: João Zinclar)
Na HidroAll, empresa que tem um total de 150 trabalhadores, há uma história de muita luta por direitos e melhorias, como no ano passado, com a realização de uma greve que garantiu entre outras conquistas o transporte fretado gratuito, que não era fornecido.
A HidroAll é uma empresa que trabalha com compostos clorados de origem orgânica utilizados em piscinas, na desinfecção de água, em lavanderias, entre outros.
Esta é a pauta específica para HidroAll:
– Implantação de um PLR (Plano de Lucros e Resultados);
– Aumento real de salário além do que for negociado na Fiesp.
Na Bann, estado de greve
Valdir Souza, dirigente do Unificados, em assembleia
na Bann Química, em 26/10/10
Constante queixa dos trabalhadores na Bann Química Ltda., em Paulínia, o Unificados protocolou junto à empresa a pauta de reivindicações específicas. Prioritariamente, os trabalhadores querem o fim do turno 6 X 1, implantado arbitrariamente pela Bann, que está irregular, e a implantação da 5ª turma.
Com a recusa da empresa em atender a esta reivindicação, na assembleia de 27/10/10 os trabalhadores decretaram o estado de greve. A Bann está comunicada que a paralisação poderá ter início a qualquer momento.
As outras reivindicações específicas são:
– Melhores e mais seguras condições de trabalho;
– Participação nos lucros e resultados (PLR) maior; e
– Fim do assédio moral.
A Bann Química tem cerca de 200 trabalhadores e produz índigo blues (tintas para tecidos jeans).
Reivindicações gerais da categoria
Estas são as principais reivindicações da categoria, protocolada pelos sindicalistas junto à patronal na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) no dia 29 de setembro. Elas foram discutidas e aprovadas pelas trabalhadoras e trabalhadores no encontro de base e em assembleia realizada nas regionais do Unificados.
– Reajuste salarial de 13%;
– Piso salarial mínimo de R$ 1060,00;
– Participação nos Lucros e Resultados (PLR) mínima de R$ 1.200,00;
– Redução da jornada de trabalho, com sábados livres, sem redução nos salários;
– Licença maternidade de 180 dias;
– Aumento do tempo do auxílio-creche; e
– Igualdade de direitos para os terceirizados.
Neste ano, além dos sindicatos Químicos Unificados (Campinas/Osasco/Vinhedo) e Químicos e Plásticos de São Paulo, que são filiados à Federação dos Trabalhadores em Empresas do Ramo Químico do Estado de São Paulo (Fetquim), participam das negociações sob representação da entidade os sindicatos químicos de Jundiaí e de São José dos Campos.
No total, são cerca de 160 mil trabalhadoras e trabalhadores químicos em luta na campanha salarial.