Após a apresentação de diversos indicativos econômicos que indicam alta lucratividade e produtividade crescente da indústria química brasileira, as companheiras e companheiros presentes no Encontro de Base do Unificados realizado hoje (29/08/2010) em Cajamar aprovaram uma indicação da pauta de reivindicações e formas de mobilização na campanha salarial 2010 da categoria.
Encontro de Base em Cajamar, dia 29/agosto/2010 –
foto editada para evitar identificação
Assembleias no sindicato
Agora, a aprovação final da pauta de reivindicações a ser entregue à patronal e as formas de lutas para que a campanha salarial alcance avanços e conquistas será concretizada em assembleias que serão realizadas dias 24 de setembro nas regionais Osasco e Vinhedo e no dia 26 na Regional Campinas.
As reivindicações
Estes foram os principais eixos reivindicatórios aprovados no Encontro:
a) Reajuste salarial de 13%.
b) Piso salarial de R$ 1.060,00 e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) mínima de R$ 1.200,00.
c) Redução da jornada de trabalho, sem redução nos salários, com sábados livres.
d) Licença maternidade de 180 dias e reajuste no valor do auxílio creche.
e) Igualdade de condições para os terceirizados nas empresas.
Maior produtividade e maior
faturamento, com maior exploração
No gráfico, a linhas mais escura representa crescimento
da produtividade no setor químico. A linha mais clara
determina o custo unitário do trabalho
Na explanação realizado por Fabiano Garrido, assessor econômico do Unificados sobre a realidade econômica do país, das indústrias químicas e dos trabalhadores, um ponto chamou muito a atenção.
No primeiro semestre de 2010, o setor químico marcou alta em todas as variáveis que medem seu desempenho. Tanto o faturamento quanto a produtividade cresceram.
No entanto, enquanto no primeiro semestre as empresas cresceram a produção em 12% e elevaram a capacidade de produção em cinco pontos (de 77% no primeiro semestre de 2009 para 82% agora), o número de postos de trabalho permanece praticamente o mesmo.
Segundo Garrido, existem somente duas explicações para isso. “Ou as empresas aumentaram a produtividade por meio da aquisição de novas máquinas ou estão impondo aos trabalhadores uma maior carga de trabalho por meio do aumento do ritmo de trabalho e com excessivas horas extras”.
Garrido garante que como não houve investimentos significativos na aquisição de máquinas novas pelas empresas, este ganho de produtividade vem diretamente de uma maior exploração delas sobre seus trabalhadores.
Produção cresceu 12,10 no primeiro semestre de 2010,
mas o número de postos de trabalho apenas 0,75%. Ou
seja, produção cresce a custa de maior exploração
E uma exploração que resulta, por seu lado, no “espantoso crescimento” do número de trabalhadores lesionados, acometidos por doenças com origem no local de trabalho.
Acesse AQUI para ler – e imprimir – na íntegra o trabalho apresentado por Fabiano Garrido no Encontro de Base do Sindicato Químicos Unificados.