A Saint-Gobain, em Vinhedo, obrigou a seus trabalhadores a entrada em serviço às 5h ao invés do horário normal, que é 07h15, com o objetivo de evitar que eles participassem de assembleia da campanha salarial que o Unificados realizou na portaria da multinacional francesa no dia 29/10/10 (sexta-feira).
No entanto, alertado desta manobra pelos próprios trabalhadores, o sindicato chegou às 04h40 e a assembleia foi realizada normalmente. Esta prática da Saint-Gobain pode ser enquadrada como tentativa de impedir seus trabalhadores a exercerem o direito constitucional de livre exercício da atividade sindical em defesa de seus direitos.
Unilever já foi condenada por prática semelhante
A Unilever Brasil, também em Vinhedo, já foi condenada pelo exercício da prática antisindical conforme sentença dada pelo Juiz do Trabalho Saint-Clair Lima e Silva, da 3ª Vara do Trabalho de Jundiaí, em junho de 2008.
Em sua decisão, o juiz Lima e Silva destaca: “Impedir ou obstaculizar o acesso de dirigentes sindicais as dependências da empresa para divulgar questões de interesse dos trabalhadores, bem como de impedir ou obstaculizar a afixação de publicações,avisos, convocações ou outras matérias tendentes a manter o trabalhador atualizado em relação aos assuntos sindicais de seu interesse, de forma a garantir o livre exercício de manifestação sindical dentro e fora do estabelecimento da empresa;”
Outras assembleias
Assembleia na Rei Abrasivos, em Vinhedo, dia 29/10/10
Além das assembleias nas unidades de plásticos e cerâmicas da Saint-Gobain, no mesmo dia em Vinhedo foram realizadas mobilizações na Rei Abrasivos e na Alcar Abrasivos.
Saint Gobain, estado de greve
Até o final da assembleia, a direção não deu respostas às reivindicações aprovadas pelos trabalhadores e oficialmente protocoladas pelo Unificados. Assim, ficou decidido por eles decretar o estado de greve que levará à paralisação das atividades caso a multinacional se mantenha radicalizada em sua posição de não abrir negociações. A Saint Gobain tem um total de 250 trabalhadores.
Reivindicações
Na Alcar e na Rei Abrasivos, assim como na Saint-Gobain, as reivindicações específicas têm como destaque aumento salarial acima do índice a ser negociado no acordo coletivo da categoria; maior valor da participação nos lucros e resultados (PLR); redução da jornada sem redução nos salários – com sábados e domingos livres; plano de cargos e salários; plano de cargos e salários; melhores condições de trabalho; convênios médicos e melhorias na cesta básica ou no valor do tíquete alimentação.
A Alcar tem cerca de 190 trabalhadores e a Rei Abrasivos 110.