A pauta de reivindicações da campanha salarial 2010 do setor farmacêutico e as formas de mobilizações da categoria para que ela seja vitoriosa foram debatidas e aprovadas pelas trabalhadoras e trabalhadores em encontro/assembleia realizados no dia 28 de fevereiro no Centro de Formação e Lazer (Cefol) das regionais Campinas e Osasco.
Vinhedo integrou a atividade realizada em Campinas.
A data base da categoria é 01 de abril, relativa ao período 01 de abril de 2009 a 31 de março de 2010.
Encontro/assembleia no Cefol da Regional Osasco
aprova pauta da campanha salarial 2010 (28/fev/10)
Decisão fundamentada
As reivindicações foram construídas com base em estudo econômico preparado sobre o setor, preparado pelo Sindicato Químicos Unificados.
O estudo foi apresentado no encontro/assembleia e, com base nele, os trabalhadores fizeram propostas, as discutirão e chegaram a consenso sobre a pauta. Além das mais gerais, comum a todo setor, para cada fábrica também será entregue uma com as questões específicas.
50 mil em campanha
São 50 mil trabalhadoras e trabalhadores em campanha salarial no setor farmacêutico. Destes, 10 mil (20%) estão na base do Unificados que integra o grupo de negociação coordenado pela Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico no Estado de São Paulo, que também conta com a participação do Sindicato dos Químicos de São Paulo e dos Químicos do ABC.
As reivindicações
Doze itens fazem parte das reivindicações, que este ano se limitam às cláusulas econômicas, já que o acordo tem vigência de dois anos para as demais (as chamadas cláusulas sociais). São eles:
– 10% de reajuste salarial (inclui reposição das perdas – entre 4,5% e 5% – mais aumento real)
– Piso salarial no valor de R$ 1.158,00 (representa um reajuste de 29% e coloca o piso num patamar de 2,4 salários mínimos, um nível atingido no ano 2000)
– PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de dois pisos
– Férias pagas em dobro
– Estabilidade no emprego
– Redução da jornada de trabalho
– Sábados livres
– Reajuste de 20% na cesta de medicamentos
– Cesta alimentação/básica de R$ 120,00
– Pagamento de 110% nas horas extras aos sábados.
É hora de muita pressão
As formas de mobilizações aprovadas no encontro/assembleia têm como base ações diretamente nas fábricas e também de abrangência mais geral, junto à sociedade, denunciando os altos lucros que as farmacêuticas obtêm e acumulam sobre a necessidade da população tratar de doenças e manter a saúde. É o lucro sobre a manutenção da vida, com a contrapartida sendo a dor e a morte.
E tudo isso, entre outros pontos, com salários arrochados, terceirizações irregulares e péssimas condições de trabalho que levam a categoria a lesões por doença ocupacional. Trabalhadoras e trabalhadores que, em grande parte, depois de adoecidos são demitidos sem direitos e sem amparo.
Assim, as assembleias na portaria das empresas serão agora reforçadas e constantes.
Pare nas assembleias. Crie clima dentro da fábrica. Converse com os companheiros (as) ao pé da máquina, nos horários de descanso/refeição e no transporte.
Vamos todos, juntos, fazer uma grande e vitoriosa campanha salarial 2010 do setor farmacêutico, com os avanços e conquistas que serão mais do que justos.