Cerca de 3.500 trabalhadores da EMS Farmacêutica, em Hortolândia, e das unidades da Medley/Sanofi-Aventis em Campinas e em Sumaré estão em greve reivindicando um reajuste salarial maior do que a contraproposta patronal na campanha salarial 2011 do setor farmacêutico. A greve na Medley Campinas começou em assembleia realizada ontem (26/04/11) às 14 horas. Na Medley Sumaré e na EMS a paralisação teve início em assembleias na manhã de hoje (27/04/11).
A categoria reivindica um reajuste salarial de 13%. A patronal, por meio do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), propôs 7,7%. A data base da categoria é 01 de abril.
A Medley-Sanofi tem cerca de 1.300 trabalhadores em Campinas e 400 em Sumaré. A EMS tem perto de 1.800 trabalhadores.
Farmacêuticas têm bom desempenho
Os trabalhadores consideram baixa a oferta patronal, tendo em vista que, entre outros bons indicadores, a indústria farmacêutica no país em 2010 foi 20% maior em relação a 2009. Estes números constam de estudo econômico preparado pela assessoria econômica do Químicos Unificados e apresentado à categoria em encontro de base no dia 27 de fevereiro, em Cajamar.
ACESSE AQUI para ler o estudo econômico na íntegra.
Recusa e mobilização nas fábricas
Em assembleias realizadas dias 8 e 9 de abril nas regionais de Campinas, Osasco e Vinhedo do Químicos Unificados a categoria rejeitou a contraproposta patronal e decidiu encaminhar a mobilização para conquistas por fábrica.
ACESSE AQUI para ler sobre estas assembleias.
Na EMS, jornada excessiva
e ostensiva força policial
Na EMS Farmacêutica, além da questão reajuste salarial a mobilização também tem o objetivo de exigir mudanças na jornada de trabalho que hoje é excessiva, inclusive com muita pressão e assédio moral por horas extras. A farmacêutica ainda tenta implantar o sistema de turno 5 x 1, que é muito prejudicial aos trabalhadores. A reivindicação é por jornada de segunda a sexta-feira, com sábados e domingos livre.
Na assembleia realizada na manhã de hoje houve forte presença de força policial, inclusive com interferências nos contatos entre os sindicalistas e os trabalhadores, além do porte ostensivo de armas nas mãos.
Mais uma vez a EMS se usa de recursos públicos (força policial do estado) para atividades privadas, além de adotar atitudes antisindicais, o que é proibido pela própria Constituição que garante à classe trabalhadora o livre direito de se organizar, manifestar e exercer seus direitos, inclusive com greve.
Fotos
Veja fotos da pressão policial na madrugada de hoje na assembleia na EMS Farmacêutica: