As trabalhadoras e trabalhadores do setor farmacêutico, em assembleia, recusaram a contraproposta feita pela patronal e decidiram manter a mobilização pela pauta de reivindicações, mas a partir de agora haverá pressão direta nas fábricas. As assembleias foram realizadas dia 8 de abril (sexta-feira) na sede em Osasco e dia 9 de abril (ontem) em Campinas (no Cefol) e na sede em Vinhedo.
As fotos estão editadas para evitar identificação das trabalhadoras e trabalhadores nas assembleias.
Assembleia da campanha salarial do setor farmacêutico,
no Cefol da Regional Campinas, em 09 de abril de 2011
Para o reajuste nos salários a patronal ofereceu 7,7%, índice considerado muito baixo em relação ao ótimo desempenho econômico do setor em 2010. A categoria reivindica 13% de aumento.
Assembleia na Regional Osasco da campanha salarial do
setor farmacêutico, dia 8 de abril de 2011
Esta proposta repõe a inflação prevista para os últimos 12 meses (abril/2010 a março/2011 – a data base é 01 de abril), que é da ordem de 5,8%, o que deixaria o aumento real perto de apenas 0,8%. Como comparativo, o crescimento do lucro da indústria farmacêutica no ano de 2010 em relação a 2009 foi de 7,8% (já descontados os impostos).
ACESSE AQUI para ler um estudo econômico feito pelo Sindicato Químicos Unificados, publicado em edição especial do Jornal do Unificados, que mostra o ótimo desempenho do setor farmacêutico em 2010.
A proposta patronal
Está é a segunda, e última proposta patronal. A primeira foi recusada pelos sindicalistas diretamente na mesa de negociações.
– Reajuste salarial de 7,7%, mais um abono de R$ 300,00 a ser pago em julho próximo.
– Piso salarial de R$ 900,00 nas empresas até 100 funcionários e de R$ 1.000,00 nas acima deste número.
– Participação nos lucros e resultados (PLR) de R$ 950,00 para empresas até 100 funcionários e de R$ 1.300,00 nas acima deste número.
– Cesta básica ou vale-alimentação de R$ 66,00 para empresas ate 100 funcionários e de R$ 100,00 nas acima deste número.
Desvinculação na PLR e piso salarial
A proposta da patronal de dividir o piso salarial e a participação nos lucros e resultados por faixas salariais nas empresas também foi rejeitada pelos sindicalistas. Esta proposta causaria divisão na categoria na hora da negociação salarial, reduzindo assim o poder de pressão e mobilização das trabalhadoras e trabalhadores.
Outra proposta patronal também rejeitada de imediato foi a tentativa de desvincular o piso salarial de outras cláusulas econômicas, como auxílio para filhos com necessidades especiais, vale-refeição, menor aprendiz e creche.
As reivindicações da categoria
Estas são as reivindicações aprovadas pelas trabalhadoras e trabalhadores em assembleias nas regionais de Campinas, Osasco e Vinhedo e no encontro de base realizados pelo Sindicato Químicos Unificados em 27 de fevereiro, protocolada em 28 de fevereiro junto à representação patronal na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp):
– Aumento salarial de 13%.
– Piso salarial de R$ 1.200,00.
– Participação nos Lucros e Resultados (PLR) mínima de R$ 2.000,00
– Licença maternidade de 180 dias.
– Contra a dispensa imotivada.
50 mil em campanha salarial
Participam desta campanha salarial de forma unificada na Federação dos Trabalhadores das Indústrias Químicas de São Paulo (Fetquim) os sindicatos dos químicos Unificados (Campinas, Osasco e Vinhedo), Químicos e Plásticos de São Paulo, Químicos do ABC, Químicos de Jundiaí e Químicos de São José dos Campos.