O que era para ser somente mais uma assembleia informativa da campanha salarial 2013 do setor Farmacêutico, terminou em Boletim de Ocorrência na delegacia de Jandira, cidade que faz parte da base do Unificados Regional Osasco.
A Cazi Química, empresa localizada em Jandira, usou de sua habitual truculência e agiu para pressionar e intimidar os funcionários. Assim, após a realização da assembleia, no dia 13 de março, as trabalhadores e os trabalhadores foram impedidos pela empresa de entrar para trabalhar.
Uma atitude truculenta e ilegal. O artigo 17 da Lei de Greve determina: Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados (lockout). Parágrafo único. A prática referida no caput assegura aos trabalhadores o direito à percepção dos salários durante o período de paralisação.
Após a proibição da empresa, o Unificados fretou um ônibus e levou os trabalhadores e as trabalhadoras à delegacia para, junto com os dirigentes do sindicato, fazer o Boletim de Ocorrência.
Denúncias
Não é de hoje que os representantes da Cazi Química agem com truculência. Durante os últimos anos, o Unificados recebeu diversas denúncias de funcionários da empresa sobre pressão por produção, maus tratos e humilhações.
A Cazi Química sempre negou as denúncias e agiu com arrogância. Porém, uma pesquisa realizada pelo sindicato ainda em 2012 confirmou a existência de diversos problemas na fábrica.
Segundo denúncias, a empresa não deixa o funcionário entrar após 10 minutos de atraso; não aceita atestado médico sem o código da doença e desconta o dia; e quando o trabalhador falta seu nome é colocado em um quadro para todos verem.
A resposta dos trabalhadores
Apesar de toda a truculência da Cazi Química, os funcionários deram um exemplo de união. Participaram da assembleia realizada pelo sindicato, e fizeram valer os seus direitos.
Para o dirigente do Unificados Givanildo Oliveira as trabalhadoras e trabalhadores da Cazi Química responderam a altura e com firmeza a postura autoritária da empresa. Não arredaram pé da porta da fábrica, enfrentaram chuva, e ainda acompanharam a direção do sindicato até a delegacia de Jandira para o registro do Boletim de Ocorrência por causa da prática de lockout pelo empregador. Isso representa, com certeza, uma nova fase na luta destes trabalhadores, por melhores condições de trabalho, salário e de vida, afirma.