Trabalhadoras e trabalhadores aprovaram a pauta de reivindicações da categoria do setor farmacêutico para a campanha salarial 2014, em encontro de base e assembleia realizados no Centro de Formação e Lazer (Cefol) das regionais Campinas/Vinhedo e Osasco. A data base é dia 01 de abril e corresponde ao período aquisitivo de 01 de abril de 2013 a 31 de março de 2014. Neste ano serão negociadas apenas as cláusulas econômicas, pois as sociais têm vigência de dois anos (2013/2014).
As fotos estão editadas para evitar identificação dos trabalhadores.
As reivindicações
Estas foram as reivindicações discutidas e aprovadas na assembleia. Elas serão entregues à patronal no dia 28 de fevereiro.
12% de reajuste salarial. Este índice prevê uma inflação em torno de 6% nos últimos 12 meses, mais um aumento real de 6% nos salários.
Fim do teto salarial para aplicação do reajuste.
Piso salarial de R$ 1.810,00. Equivalente a 2,5 salários mínimos.
Participação nos lucros ou resultados (PLR) de R$ 3.620,00.
Cesta básica no valor mínimo de R$ 325,00.
Medicamentos gratuitos para os trabalhadores e seus familiares.
Licença maternidade de 180 dias.
Intersindical e lutas sociais
Na assembleia também foi discutida a unidade nas lutas da classe trabalhadora e os movimentos sociais. Divididos em grupos, as companheiras e companheiros debateram temas como os gastos de recursos com a Copa do Mundo em comparação com a carência dos serviços públicos de saúde, educação, transporte etc.
Foi também conversado sobre a oficialização da fundação da Intersindical enquanto uma central de lutas independente de patrões e governos e comprometida somente com os interesses da classe trabalhadora, em congresso que será realizado nos dias 28, 29 e 30 de março próximos. ACESSE AQUI para ler mais.
Alta no faturamento da indústria farmacêutica
A indústria farmacêutica no Brasil acumula dez anos consecutivos de crescimento, com perspectivas de ocupar em 2016 a 4ª colocação no mercado mundial, segundo projeção do IMS Health, que pesquisa o setor em todo o mundo.
Em 2013, a indústria farmacêutica nacional teve alta de 16% no faturamento, superando a expectativa de 14% para o ano, segundo o IMS Health e divulgado pelo jornal Folha de São Paulo, em dezembro do ano passado. Até novembro de 2013, o faturamento alcançou R$ 57 bilhões. O número de unidades vendidas subiu 10,62% em relação ao ano anterior, passando de 2,58 bilhões para 2,86 bilhões de unidades.
Estes números mostram que o lucro e a produtividade do setor vão muito bem, quebrando o discurso patronal de que há problemas no setor em relação aos custos, inclusive responsabilizando os reajustes salariais da categoria por isso.
Para o Unificados o constante crescimento das farmacêuticas vem da exploração dos trabalhadores por meio da jornada excessiva, metas abusivas nos programas de PLR e redução do quadro de trabalhadores, entre outros.
60 mil em luta
A campanha é coordenada pela Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas do Estado de São Paulo (Fetquim) e dela participam o Sindicato Químicos Unificados, Químicos e Plásticos de São Paulo, Químicos do ABC, Químicos de São José dos Campos e Químicos de Jundiaí.
São cerca de 60 mil companheiras e companheiros em luta, 75% da categoria no estado de São Paulo. Destes, oito mil estão na base territorial (Campinas, Osasco, Vinhedo e regiões) do Sindicato Químicos Unificados.