A reunião de negociação hoje (09/10) entre representantes da patronal e dirigentes sindicais sobre a campanha salarial chegou a uma proposta que será apresentada para avaliação e decisão dos trabalhadores, em assembleias nas regionais de Campinas e Osasco do Unificados, dia 17. O Unificados esteve presente na negociação, realizada na Federação das Indústrias no Estado de São Paulo (Fiesp). Na foto acima, os dirigentes André Henrique (à direita) e Norival Cunha.
A direção do Sindicato Químicos Unificados avalia que esta proposta representa o patamar mínimo de conquista nesta campanha salarial, e que é possível avançar com as mobilizações em cada fábrica, inclusive nas pautas específicas.
A campanha salarial é organizada coletivamente entre sete sindicatos pela Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico no Estado de São Paulo (Fetquim), integrada pelo Sindicato Químicos Unificados, Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo, Químicos do ABC, Químicos de São José dos Campos e Químicos de Jundiaí.
Assembleia decisiva – dia 17 às 18 horas
As trabalhadoras e trabalhadores químicos vão decidir sobre a proposta patronal (veja abaixo, na íntegra) em assembleias que serão realizadas nas sedes das regionais de Campinas e Osasco do Unificados. Ambas serão no dia 17 de outubro (sexta-feira), com início às 18 horas.
A proposta negociada hoje
Ela será avaliada pelos trabalhadores nas assembleias no dia 17, e tomarão a decisão final:
Reajuste salarial: Reposição da inflação do período de 01/novembro/2013 a 31/outubro/2014, medida pelo INPC, mais 1,1% de aumento real;
Piso Salarial:
a) Em empresa com 50 trabalhadores ou mais ele passa de R$ 1.160,00 para R$1.258,40. Índice de 8,48%, com 1,98% de aumento real, conforme o INPC estimado;
b) Em empresas com até 49 trabalhadores ele passa de R$ 1.136,00 para R$ 1.227,60. Índice de 8,06%, com 1,58% de aumento real aproximadamente;
PLR:
a) Em empresas com 50 trabalhadores ou mais, passa de R$ 930,00 para R$ 1.030,00. Índice de 10,75%, com aumento real de 4,11% aproximadamente;
b) Em empresas com até 49 trabalhadores, ela irá de R$ 850,00 para R$ 930,00. Índice de 9,41%, com aumento real de 2,85% aproximadamente.
Cláusulas sociais: Renovação de todas;
Correção do teto: INPC + 1,1% de aumento real.
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Assembleias e pressão na Planmar
e na Mexichem, em Sumaré
Para pressionar a patronal nas negociações em São Paulo, o Unificados tem realizado assembleias nas fábricas das regionais de Campinas e Vinhedo nas quais são discutidas as reivindicações gerais e específicas na campanha salarial 2014 e formas de mobilização para garantir conquistas.
Planmar
Na Planmar Inovação e Tecnologia, em Sumaré, seus 110 trabalhadores participaram de assembleia na manhã de hoje (9), com atraso no início da produção.
Como reivindicações específicas para a Planmar, os trabalhadores apontaram e aprovaram:
Fim do assédio moral;
Valor maior e igual para todos na participação nos lucros e resultados (PLR);
Terceirização recente e ilegal no setor de produção;
Entrega de cesta básica para o trabalhador que apresentar justificativa de falta, conforme determina a convenção coletiva da categoria. A Planmar, de forma irregular, não cumpre este item;
Convênio médico com a Unimed, pois o atual apresenta deficiências.
Mexichem
Na Mexichem Brasil Indústria de Transformação Plástica (ex-Amanco), em Sumaré, seus aproximadamente 400 trabalhadores participaram de assembleias realizadas no início de outubro. Em 27 de agosto eles encerraram uma greve iniciada no dia 19 do mês, após audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em Campinas, que intermediou um acordo.
A greve teve início em razão de a multinacional mexicana se recusar a negociar uma pauta de reivindicações a ela apresentada pelos trabalhadores e pelo Unificados.
Estas são as reivindicações específicas para a Mexichem, junto às gerais da categoria, na campanha salarial 2014:
A Mexichem não garantiu a PLR acordada na TRT nos dias 25 e 26 de agosto, que estabelece o valor mínimo de R$ 1.700,00 e sem condicionamento a metas;
O abono de R$ 1.100,00 também assinado em acordo no TRT para todos os trabalhadores, a multinacional se recusa a pagá-lo para os afastados;
Fim do assédio moral.
Nesta assembleia, também ficou decidido entre os trabalhadores e o Unificados que não será assinado o acordo de PLR proposto pela Mexichem, pois ele vem condicionado a metas diversas.