Evento contou com feira de expositores, oficinas, debates e plantio de mudas
O Centro de Formação e Lazer de Campinas, do Sindicato Químicos Unificados, sediou nos dias 1º e 2 de dezembro o 1º Festival de Agroecologia e Ecoturismo do Leste Paulista – uma realização do sindicato em parceria com a Rede Livres Produtos do Bem, a Associação de Agricultura Natural de Campinas e região (ANC) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O evento reuniu especialistas na área de agroecologia e ecoturismo em mesas de debates e nove oficinas, além de oferecer ao público a possibilidade de comprar alimentos produzidos no sistema agroecológico por diversos produtores.
O sindicato Químicos Unificados é uma das referências na luta em defesa da vida. Realizar este festival é uma forma de divulgar amplamente novas maneiras de se produzir alimentos e promover o turismo com respeito ao meio ambiente.
Serra dos cocais
O festival foi realizado no Cefol, que se localiza na Serra dos Cocais – uma importante área ambiental que precisa ser protegida da especulação imobiliária. Ali, córregos e mata formam uma reserva de água importantíssima, responsável por 50% do abastecimento das cidades de Valinhos e Vinhedo.
O público do Festival pôde percorrer duas trilhas na mata próxima ao Cefol e ainda realizar o plantio de mudas nativas e frutíferas em uma área que futuramente se transformará em uma agro floresta.
“O Sindicato Químicos Unificados acerta estimular a produção e o consumo de alimentos sem veneno, articulando redes e parcerias. Temos uma consciência muito grande sobre a importância de proteger o meio ambiente e proteger a vida, especialmente com esse governo e com os impactos da reforma trabalhista. Estamos olhando para o futuro, organizando os trabalhadores para que tenham uma renda e uma perspectiva para além do capital”, avalia Arlei Medeiros da Rede Livres – um dos organizadores do 1º Festival de Agroecologia e Ecoturismo do Leste Paulista.
Durante a mesa de debates sobre os desafios da Agroecologia e Ecoturismo, Gilmar Mauro, um dos coordenadores nacionais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), não é possível separar a luta sindical da luta econômica e política. “Falar de agroecologia e novos paradigmas de produção é falar desta lógica econômica destrutiva capitalista que só produz prejuízos ambientais e sociais. Temos que plantar, no agir aqui e agora, para colher no futuro”, alertou Gilmar Mauro.
O dirigente do MST parabenizou a iniciativa por meio do Sindicato dos Químicos Unificados e parceiros pela visão de futuro e conscientização que envolve a cadeia alimentar e os grandes conglomerados econômicos.
“A mesma empresa que produz agrotóxicos é a mesma que produz remédios, como, por exemplo, a Bayer. Os pequenos agricultores estão fazendo uma grande revolução de consciência, sem prejuízo para a natureza. A biodiversidade é que dá equilíbrio no sistema, segurança alimentar, recuperação de solo, conservação da água”, lembrou.
A primeira edição do festival contou ainda com o show do violeiro e cantador Pereira da Viola. Com o sucesso do evento, os organizadores já começam a preparar a segunda edição, que ocorrerá provavelmente em outubro de 2019.
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Fotos: Pedro Amatuzzi