O Centro de Formação e Lazer (Cefol) das regionais Campinas/Vinhedo e o de Osasco abrirão normalmente durante os quatro dias de carnaval: sábado, domingo, segunda e terça-feira, das 10 às 18 horas. Todas as dependências funcionarão normalmente, dentro do regulamento tradicional de uso, inclusive quanto ao ingresso.
Música ao vivo e DJ em Campinas
No Cefol Campinas o grupo de pagode +1 Gole animará o carnaval nas tardes de domingo e terça-feira. Durante os quatro dias também haverá música a cargo de DJ.
Origem do carnaval
Por Lilian Russo (http://ilove.terra.com.br/lili/palavrasesentimentos/carnaval_mensagem.asp)
A origem do carnaval é um assunto controverso. Alguns historiadores associam o começo das festas carnavalescas aos cultos feitos pelos antigos para louvar boas colheitas agrárias, dez mil anos antes de Cristo. Já outros dizem que seu início teria acontecido mais tarde, no Egito, em homenagem à deusa Ísis e ao Touro Apis, com danças, festas e pessoas mascaradas. Há quem atribua o início do carnaval aos gregos que festejavam a celebração da volta da primavera e aos cultos ao Deus Dionísio. E outros ainda falam da Roma Antiga com seus bacanais, saturnais e lupercais em honra aos deuses Baco, Saturno e Pã.
Hiram Araújo, em seu livro Carnaval, relata que a origem das festas carnavalescas não tem como ser precisamente estabelecida, mas que deve estar relacionada aos cultos agrários, às festas egípcias e, mais tarde ao culto a Dionísio, ritual que acontecia na Grécia, entre os anos 605 e 527 A.C. Dionísio era o Deus da alegria, do vinho e da vegetação.
Uma coisa, porém é comum a todos: o carnaval tem sua história, como todas as grandes festas, ligada a fenômenos astronômicos ou da natureza. O carnaval se caracteriza por festas, divertimentos públicos, bailes de máscaras e manifestações folclóricas.
A palavra carnaval também apresenta diversas versões e não há unanimidade entre os estudiosos. Há quem defenda que o termo carnaval deriva de carne vale (adeus carne!) ou de carne levamen (supressão da carne). Esta interpretação da origem etimológica da palavra remete ao início do período da Quaresma que era, em sua origem, não apenas um período de reflexão espiritual como também uma época de privação de certos alimentos, dentre eles, o a carne.
Outra interpretação para a etimologia da palavra é a de que esta derive de currus navalis, expressão anterior ao Cristianismo e que significa carro naval. Esta interpretação baseia-se nas diversões próprias do começo da primavera, com cortejos marítimos ou carros alegóricos em forma de barco, tanto na Grécia como em Roma.
No Brasil, o carnaval era chamado de Entrudo por influência dos portugueses que trouxeram, em 1723, brincadeiras e festejos carnavalescos. Muitos atribuem o início do nosso carnaval à celebração feita pelo povo para comemorar a chegada da Família Real. As pessoas saíram comemorando pelas ruas com música, usando máscaras e fantasias. Entrudo provém da palavra latina «Introitus», que significa entrada, acesso. Refere-se à entrada na Quaresma, que começa no dia a seguir ao do Entrudo, isto é, na Quarta-Feira de Cinzas. Assim, dia de entrudo equivale a «dia de Carnaval».
Podemos apresentar como fatos marcantes dentro da história do carnaval brasileiro os seguintes:
Os carros alegóricos chegam em 1786, por ocasião do casamento de Dom João com Carlota Joaquina.
Por volta de 1846, houve um acontecimento que revolucionou o carnaval carioca: o aparecimento do Zé Pereira (tocador de bumbo). O Zé Pereira deixou como sucessores a cuíca, o tamborim, o reco-reco, o pandeiro e a frigideira, instrumentos que acompanhavam os blocos de ‘sujos’ e que hoje animam as nossas escolas de samba.
Até o aparecimento das primeiras escolas de samba, os cortejos carnavalescos das chamadas “sociedades” (clubes ou agremiações que, com suas alegorias e sátiras ao governo) predominavam no carnaval carioca. O primeiro clube a desfilar, em 1855, chamava-se Congresso das Sumidades Carnavalescas.
Desde 1870, o cruzamento de influências rítmicas como lundu, polca, maxixe e tango gera um tipo de música com características do samba. Nos fins do Século XIX, as festas de dança de negros escravos eram chamadas samba. Ao ritmo do samba, o país inteiro começa a dançar em clubes e surgem os primeiros cordões de folia. Ainda nesse século temos dentre alguns fatos marcantes de nosso carnaval o Baile de Máscaras do Hotel Itália (Largo do Rocio, RJ) em 1840, realizado por iniciativa dos proprietários do hotel, italianos empolgados com o sucesso dos grandes bailes de máscaras da Europa.
Em 1873, há o desfile do primeiro rancho, o Dois de Ouros, liderado pelo baiano Hilário Jovino Ferreira.
Em 1899, o aparecimento da música feita para o carnaval, o Abre-Alas de Chiquinha Gonzaga marca a popularização do carnaval brasileiro e dá início às composições chamadas marchinhas carnavalescas.
Em 1902, os cordões carnavalescos já chegam a mais de 200. Encontramos também no início do século XX: os mascarados, o lança-perfume, as batalhas de confete e os bailes infantis que dão início às famosas matinês.
O surgimento do samba foi um poderoso fator de democratização do Rio de Janeiro. De início a elite reage à “manifestação africana”.
O primeiro samba gravado, tido e reconhecido pela maioria dos pesquisadores de música popular é o Pelo Telefone, de Ernesto dos Santos (Donga) e Mauro de Almeida. A primeira gravação do samba inaugural foi feita para a Casa Edison do Rio de Janeiro pelo cantor Bahiano, acompanhado pela Banda da Casa Edison e obteve notoriedade pública no carnaval de 1917.
Em 1928, foi criada a primeira escola de samba, Deixa Falar, e, logo depois, a Mangueira. E, em 1929, começaram os desfiles, que eram realizados na Praça Onze. A primeira disputa entre escolas de samba aconteceu em 1932 e foi organizada pelo jornalista Mário Filho.
Em 1942, os desfiles passam para a Avenida Presidente Vargas. Em 1963, as escolas já se tornam o grande centro das atenções do carnaval brasileiro e, em 1974, o desfile carioca passa a ser na Avenida Rio Branco até 1984, quando foi inaugurado o Sambódromo.
Atualmente, o carnaval é festejado no sábado, domingo, segunda e terça-feira anteriores aos quarentas dias que vão da quarta-feira de cinzas ao domingo de Páscoa. Na Bahia é comemorado também na quinta-feira da terceira semana da Quaresma, mudando de nome para Micareta.
Fontes
TINHORÃO, José Ramos. Pequena história da música popular.Editora Vozes Ltda, Petrópolis, 1974.
CABRAL, Sérgio. , As Escolas de Samba. Editora Fontana Ltda, Rio de Janeiro, 1974.
QUEIRÓS, Maria Isaura Pereira. Carnaval Brasileiro – O vivido e o mito. Brasiliense, 1992.
SEVERIANO, Jairo. Yes, nós temos Braguinha. Funarte/Martins Fontes, 1987.
ARAÚJO, Hiram e outros. Memória do Carnaval. Riotur, 1993.
ARAÚJO, Hiram. Carnaval – Seis mil anos de história.Ed. Gryphus, 2000.
http://liesa.globo.com/por/08-historiadocarnaval/08-historiadocarnaval_principal.htm