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Chico César em eterna mutação

 

Paraibano de Catolédo Rocha,Chico César chegou a São Paulo em 1985. De lápara cá,muita coisa mudou:de vendedor de loja de discos na Paraíba e redator de revistas (cursou jornalismo em João Pessoa),Chico tornou-se um dos maiores nomes da música popular brasileira.

Quem não conhece o refrão “Mama África,a minha mãe émãe solteira…e tem que fazer mamadeira todo dia,além de trabalhar como empacotadeira nas Casas Bahia”?

Depois de uma turnêde sucesso pela Alemanha,no início da década de 1990,Chico César resolveu se dedicar exclusivamente àsua arte. Não demorou a ganhar prêmios e a cair na boca do povo.

A entrevista desta edição do Jornal do Unificados é com ele.

Entrevista

A arte ajuda a suportar a barbárie

Jornal do Unificados: A música é algo muito amplo,que pode servir para muita coisa. Para a guerra (marchas),para o amor, para a diversão etc. Para você, a música tem alguma função?

Chico César: A música, como as outras manifestações artísticas, serve para nos dar lastro subjetivo e preencher de significado a vida, seja no amor ou na guerra. A arte nos ajuda a suportar a barbárie e os eventos objetivos, nos dá compreensão e alento. Principalmente alento,das canções de ninar à música das carpideiras. Nos acompanha do berço à tumba.

Jornal do Unificados: Para você, existe o chamado “gosto do mercado” que dificulta o aparecimento de músicos/bandas diferenciadas qualitativamente? Já sentiu alguma pressão para mudar algo em suas músicas? Se sim, conte, por favor.

Chico César:
O “gosto do mercado” é um filtro que não dá conta das muitas manifestações da música brasileira, pois nesse sentido temos o privilégio de ser um país muito exuberante. Há coisas de muita qualidade na mídia. Claro que o contrário também é verdadeiro: tem muita coisa precária do ponto de vista da forma e do conteúdo fora dela. Não demonizo o mercado. Penso que ele não é a única ponte entre criadores e público. Cada vez mais, surgem muitas alternativas. A internet, por exemplo. Nunca sofri pressão pra nada, pois venho de uma cena alternativa, banquei meu primeiro disco, que resultou por me revelar. Isso facilita bastante minha vida na hora de conversar com produtores e gravadoras. Eu os vejo como parceiros, os produtores e as gravadoras, não como alguém ou algo que ameace a integridade do meu trabalho.

Jornal do Unificados: Como avalia a música popular brasileira de hoje? O que está escutando atualmente?

Chico César: A música brasileira não pára de se renovar. Em todas as frentes. Da música regional ao rap ou à eletrônica. Tenho escutado uma turma jovem de São Paulo, oriunda da escola do Zimbo Trio e de outras grandes escolas de música. Destaco aí o trabalho de Dani Gurgel, Dani Black, Luisa Maita, TóBrandileone, Vinicius Calderoni. Também ouço muita coisa do mundo através do My Space.

Jornal do Unificados: Como vê o Brasil hoje e o que espera do futuro? Se há necessidade de mudança, você vê o desejo de mudar?

Chico César: Vejo com otimismo, como a maioria da população. Creio que temos os pés no chão para uma caminhada longa. Eterna caminhada, na verdade. Mudamos continuamente. O desejo de mudança passa pela consolidação de conquistas ainda recentes e outras que vêm do exercício político e da cidadania.

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