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Os exterminadores do futuro

“Poucas vezes as florestas brasileiras estiveram tão ameaçadas”. É com essa frase e uma grande expressão de preocupação que Mário Mantovani, Diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, abre sua fala em uma entrevista coletiva para promover a campanha “Os exterminadores do Futuro” promovida pela instituição.

Infelizmente, passou o tempo que exterminador do futuro era somente um personagem cinematográfico. Hoje, deputados e senadores da bancada ruralista, ligados a empresários e agricultores que só pensam no lucro, tentam aprovar e modificar leis ambientais que prejudicarão não só o presente, mas também as futuras gerações.

Para tentar reverter esse processo, a Fundação Mata Atlântica (http://www.sosmatatlantica.org.br/), uma organização não governamental sem fins lucrativos e nem vínculos partidários, lançou em março a campanha “Os Exterminadores do Futuro” (http://www.sosma.org.br/exterminadores/home.php), em que a população analisa a atuação de deputados e senadores sobre o tema do meio ambiente e posteriormente elege os “Exterminadores”.

“A campanha foi lançada para valorizar o patrimônio natural brasileiro e mostrar as ameaças ao Código Florestal e a toda a legislação ambiental brasileira com as propostas de alteração que tramitam no Congresso”, afirma o presidente da instituição Roberto Klabin.
Aprovada como está, a nova legislação representará uma grande ameaça ao meio ambiente e poderá ser chamada de código de “devastação” florestal. Além disso, será ainda mais nociva para a Mata Atlântica.
A segunda maior floresta brasileira está localizada muito próxima ou mesmo dentro de centros urbanos, onde moram aproximadamente 70 milhões de pessoas. Por isso, enfrenta um processo de degradação muito maior que a floresta amazônica.
Nesta edição, o Jornal do Unificados fala sobre a importância da preservação da Mata Atlântica com a diretora de Gestão do Conhecimento da SOS Mata Atlântica, Márcia Hirota.

ENTREVISTA

Rica em biodiversidade

Unificados: Da extensão original de mata atlântica, quanto existe hoje?

Hirota: Originalmente, a Mata Atlântica cobria uma área de aproximadamente 1.315.460 km², e atualmente ocupa uma área de 102.012 Km², o que equivale a 7,91% dos seus remanescentes florestais.

Unificados: O processo de desmatamento continua acelerado?

Hirota: O Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, produzido pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), confirma o processo contemporâneo de devastação e desmatamentos mais intenso na década de 90, quando o país perdeu grandes extensões de florestas nativas. Embora a taxa tenha reduzido nesta década, os números continuam elevados. No período 2005-2008 foi de 34.121 hectares de desflorestamento/ano.

Unificados: A Mata Atlântica é mais rica em biodiversidade do que a Floresta Amazônica?

Hirota: Tanto a Mata Atlântica quanto a Amazônia detém uma das maiores riquezas em termos de biodiversidade do planeta. A Mata Atlântica é um hotspot mundial, ou seja, uma das áreas mais ricas em biodiversidade e mais ameaçadas do planeta. Ela foi decretada Reserva da Biosfera pela Unesco e Patrimônio Nacional, na Constituição Federal de 1988.  

Unificados: Com a devastação podemos perder espécies antes mesmo de conhecê-las?

Hirota: Sim, muitas áreas foram devastadas sem sequer serem conhecidas, sem contar que há ainda grandes lacunas do conhecimento. Mas, estudos comprovam a rica biodiversidade que a Mata Atlântica possui. Embora tenha apenas 7% do que havia originalmente, são conhecidas mais de 20 mil espécies de plantas, 270 espécies de mamíferos, 992 de pássaros, 197 de répteis, 372 de anfíbios e 350 de peixes.

Unificados: As alterações no Código Florestal podem aumentar os riscos para população, como enchentes e deslizamentos?

Hirota: A resposta é facilmente observada nos desastre de Santa Catarina, Rio Janeiro, Bahia, São Paulo ou quaisquer outros eventos climáticos. O despreparo dos governantes para atuarem com esses problemas agrava ainda mais essa crise, que é diretamente ligada às ocupações irregulares de áreas de proteção permanente promovidas por políticos em suas bases eleitorais. É justamente essa conquista social, o Código Florestal, que os ruralistas querem reduzir drasticamente.

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