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“Repressão feroz em Honduras”

Por Pablo Gómez – Rádio Nederland (*)

 

O principal líder da resistência hondurenha, Rafael Alegría, adverte sobre o aumento da repressão do governo golpista em Honduras após a chegada do presidente Manuel Zelaya à embaixada do Brasil: “Continuaremos nossa luta, ninguém nos deterá”, diz.

 

O toque de recolher imposto pelo governo de fato de Roberto Micheletti traduziu-se no aumento da repressão contra a resistência hondurenha, encabeçada pelo líder social Rafael Alegría e por outros dirigentes do movimento.

 

De acordo com Alegría, o Exército hondurenho lançou-se contra a resistência, utilizando gases lacrimogêneos com pimenta, uma combinação letal para o aparelho respiratório, além das usuais 9mm. E M-16.

 

No momento da entrevista com Rafael Alegría, o líder da resistência encontrava-se refugiado em algum ponto da capital hondurenha, fugindo do exército.

 

ENTREVISTA

 

Pablo: No momento em que conversamos, o senhor encontra-se refugiado. O que está acontecendo em Tegucigalpa?

 

Rafael: Uma manifestação pacífica em frente à Embaixada do Brasil foi atacada . Estávamos acompanhando o presidente Manuel Zelaya e exigindo o retorno de seu governo constitucional; pedíamos uma solução imediata para a crise que atinge o país. Porém, fomos atacados por centenas de policiais e militares com gases lacrimogêneos, balas e disparos de pistolas 9mm e M-16. Cremos que duas pessoas da resistência foram assassinadas e há uma infinidade de feridos ainda não contabilizados nem pela Cruz Vermelha e nem pelo Corpo de Bombeiros. Encontro-me refugiado em uma casa. A repressão é terrível e queremos denunciá-la ante as Nações Unidas, aos organismos internacionais. Esses fascistas atacam ao povo de forma selvagem.

 

 

Pablo: Para enfatizar o que você declarou: a repressão aumenta desde a chegada do presidente Manuel Zelaya…

 

Rafael: Sim, sem dúvida. A partir do momento em que ele chegou, o povo se mobilizou para Tegucigalpa. Porém, existem muitas barreiras militares que impedem a chegada de milhares à capital. Muitos foram presos. Há uma repressão feroz, em vez de buscar uma solução pacífica para o problema.

 

 

Pablo: Em outras palavras, não há condições para o diálogo que o presidente Zelaya propõe…

 

Rafael: Exatamente. Frente ao diálogo franco e transparente proposto pelo presidente Manuel Zelaya, a resposta atinge o povo com uma repressão espantosa: assassinatos, feridos, presos; destruíram veículos utilizados pela resistência; lançaram gases lacrimogêneos com pimenta, uma composição química que causa sérios problemas à saúde.

 

 

Pablo: Se esse é o cenário atual, o que se pode esperar para as próximas horas?

 

Rafael: Com essa repressão, o povo do interior não tem nenhuma possibilidade de chegar a Tegucigalpa. Mas, quero garantir-lhes que a resistência de nosso povo continuará; por isso, necessitamos da solidariedade internacional de todos os povos do mundo para com Honduras, para exigir aos golpistas que deixem o poder e o entreguem ao presidente Manuel Zelaya para voltar à ordem constitucional.

 

 

(*) Rede pública de rádio e televisão sediada em Hilversum (Holanda)
     Tradução: ADITAL (
http://www.adital.com.br)

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