Trabalhadores entregam pauta e Dorsay Monange chama a polícia
Reivindicações são reajuste no cartão Visa/Vale, solução de problemas de segurança no trabalho e liberdade de informação e organização
A desumana pressão por produção e a rotineira exigência de horas extras, inclusive aos domingos, somadas a questões de segurança no trabalho nunca solucionadas e à constante repressão contra a liberdade de informação e de organização sindical foram discutidas pelas trabalhadoras e trabalhadores da DM Indústria Farmacêutica Ltda, em assembléia realizada com o Sindicato Químicos Unificados na madrugada de ontem (29 de agosto de 2007) na portaria da empresa, em Barueri. E como que para confirmar sua política repressora, a empresa chamou a Polícia Militar com o objetivo de intimidar os trabalhadores e dar o fim na assembléia.
Além da repressão policial, internamente, para inviabilizar a organização dos trabalhadores, a empresa cancela o café da manhã e desconta o tempo parado, além de discursos da chefia com o objetivo de desacreditar o sindicato. No entanto, os trabalhadores participaram ativamente da assembléia, discutiram seus problemas e redigiram uma pauta de reivindicações que foi protocolada pelo sindicato junto à empresa e ao patronal Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma). A DM tem cerca de 1.600 trabalhadores.
As reivindicações
Na pauta entregue à empresa e ao Sindusfarma, o Sindicato Químicos Unificados pede a abertura de negociações para que sejam discutidos:
a) Reajuste na cesta básica – Que o cartão Visa/Vale, que tem o valor de R$ 44,00 mensais e substitui a cesta básica, seja reajustado para R$ 187,45 conforme cálculo do Dieese para o real valor da cesta básica.
b) Função igual, salário igual – Que os salários das companheiras, que são maioria na empresa, sejam iguais aos dos companheiros no exercício da mesma função – os homens recebem mais. Mais a implantação de um plano de cargos e salários.
c) Segurança no trabalho – Além de outras questões, urgentes providências quanto ao intenso calor no interior da fábrica. O setor não possui ventilação adequada e o único ventilador existente produz ruído excessivo. Isto já foi denunciado em reuniões da Cipa, mas a DM não o soluciona.
d) Liberdade de organização – Conforme inúmeras denúncias recebidas, as chefias intimam os trabalhadores para que não participem das assembléias promovidas pelo sindicato. E sempre que o sindicato chega na empresa, esta chama a Polícia Militar. Queremos que a DM respeite a constitucional garantia de liberdade de informação e de organização sindical dos trabalhadores.
e) Demissões com estabilidade – Que a DM cesse sua prática de demitir trabalhadores com estabilidade como forma de perseguição política e de repressão à organização dos trabalhadores.
A DM Indústria Farmacêutica está localizada na Av. Fernando Cerqueira César Coimbra, 1000, em Barueri/SP, fone (11) 4195-2122.