Como forma de pressão para que sejam atendidas as reivindicações dos trabalhadores pelo fim do assédio moral e por condições seguras de trabalho, o Sindicato Químicos Unificados programou assembleias com os três turnos na Adelbras Fitas Adesivas, em Vinhedo, ontem (29/março/2012).
Nos ônibus, trabalhadores impedidos de participar de assembleia em defesa da segurança
No primeiro turno, quando a empresa desconhecia que a atividade se realizaria, a assembleia transcorreu normalmente. Já no segundo, durante o trajeto dos ônibus a empresa colocou chefes no interior dos veículos, como forma de pressão, e o próprio proprietário da Adelbras os aguardava junto à portaria, e ameaça: Quem descer do ônibus para participar da assembleia está demitido.
O Unificados tomará as medidas jurídicas cabíveis contra a Adelbras.
Prática antisindical
Estes fatos ocorridos ontem na Adelbras se configuram claramente em prática antisindical, pois os trabalhadores têm garantido pela Constituição Federal o livre direito do exercício sindical na defesa de seus direitos, o livre direito de associação sindical e inclusive o de greve. Este direito também consta da convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho.
Acidentes no trabalho
As condições inseguras de trabalho na Adelbras levaram a dois acidentes recentes. Em junho de 2011, fiscais do trabalho estiveram na empresa e a aturam por irregularidades em uma máquina, exigindo os reparos. A Adelbras não fez esta manutenção e uma semana depois um trabalhador perdeu a mão. Atualmente ele está afastado pelo INSS. Detalhe: a Adelbras não abriu a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) no prazo de 24 horas, conforme exige a lei. Somente providenciou o documento após ser pressionada pelo hospital que atendeu o trabalhador.
Em novembro, em novo acidente, outro trabalhador quase perde todos os dedos de uma das mãos.
A manutenção dos equipamentos e condições seguras no trabalho era uma das reivindicações dos trabalhadores, na assembleia que foi impedida ontem pela Adelbras.
Assédio moral
O assédio moral é outra constante na empresa, por mais produção e por horas extras excessivas, com tratamento grosseiro e humilhante aos trabalhadores, promovido pelos chefes.
A ameaça de demissão para quem descesse dos ônibus e parasse nas assembleias, ontem, também caracteriza flagrante e público assédio moral.