Os(as) trabalhadores(as) da 3M do Brasil Ltda, em Sumaré, realizaram uma assembleia na manhã de hoje (1) para discutir uma série de problemas na fábrica. Foi também abordada a grave ameaça à classe trabalhadora que é o projeto de lei da terceirização (PL 4330/04), que tem votação prevista para o dia 07/04 na Câmara dos Deputados.
No dia da mentira, a mentira
No chamado dia da mentira (hoje, 1º de abril) os dirigentes do Unificados fizeram questão de desmentir a ideia contada pelos patrões de que este projeto da terceirização, caso aprovado, será bom para o país (leia mais sobre o projeto abaixo).
Pesquisa
Durante a assembleia, o Unificados aplicou uma pesquisa para que os(as) trabalhadores(as) pudessem expressar livremente e de forma anônima os problemas na fábrica que precisam de solução urgente. Com essas informações, mais as várias denúncias que chegaram aos dirigentes sindicais, o Unificados fará uma pauta de reivindicações e a entregará à empresa para que os problemas sejam corrigidos.
1º de abril: dia de desmentir a 3M
Entre os principais problemas apontados pelos trabalhadores está o valor reduzido da participação nos lucros e resultados (PLR), que neste ano foi de R$ 1.330,00. A 3M alegou que as metas não foram atingidas. Para a dirigente da Regional Campinas do Unificados, Rosângela Paranhos, o valor mostra a falta de consideração aos trabalhadores ao lhes oferecer um valor próximo ao que é previsto na convenção coletiva da categoria como o mínimo em empresas pequenas, que não contam com programa de plr.
O plano de cargos e salários também é outro ponto de bastante reclamação, por não funcionar. O trabalhador que chega a receber uma promoção demora um ano e meio para ter seu salário aumentado no patamar adequado.
A pressão por horas extras no setor de carregamento, questões relacionadas à saúde e segurança na fábrica, o tratamento desigual dado às trabalhadoras terceirizadas no dia Internacional da Mulher também foram citados pelos trabalhadores da 3M como situações incompatíveis com uma empresa do porte da multinacional norte-americana, que conta com cerca de 2.500 trabalhadores em Sumaré.
Para o projeto de lei da terceirização, dizemos não!
O Unificados, a Intersindical Central da Classe Trabalhadora e demais centrais sindicais do país organizam uma grande mobilização em Brasília para barrar este projeto. Segundo anúncio feito pelo presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em reunião com empresários, ele levará o projeto à votação no próximo dia 07/04.Na prática, o projeto permitirá que todos os setores de uma fábrica sejam terceirizados.
Com isso, haverá demissões de trabalhadores efetivos e sua substituição por empresas terceirizadas. O objetivo dos empresários é bem claro: nunca mais ter que garantir direitos e benefícios conquistados em anos de luta na construção de convenções coletivas de categorias profissionais.
Este projeto de lei foi criado em 2004 pelo deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), empresário dono de uma das maiores fábricas de biscoito da América Latina. De lá para cá, deputados ligados ao setor empresarial conseguiram o piorar ainda mais, por meio de substitutivos, tornando as terceirizações permitidas em todos os setores das empresas. Defenda-se. Combata também este projeto de lei colocando seu nome no abaixo assinado virtual e repasse isso ao maior número de pessoas. SIGA ESTE ENDEREÇO, PARA ASSINAR.
Vídeo esclarece sobre este projeto de lei da terceirização
ASSISTA ENTREVISTA de dirigentes da Intersindical Central da Classe Trabalhadora à TV Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) sobre os estragos que este projeto de lei que amplia as terceirizações causará a todos os trabalhadores caso seja aprovado.