No 1º de
Maio (2008) classista na praça da Sé, ontem em São Paulo, trabalhador
dá o seu recado para companheiros e companheiras (FOTO: JOÃO ZINCLAR)
Um 1º de Maio classista e de lutas foi promovido pelos sindicatos, partidos, entidades e movimentos sociais de esquerda na manhã de ontem na Praça da Sé, em São Paulo.
O ato contou com a presença de cerca de dois mil trabalhadores (as) e integrantes da Intersindical, Conlutas, PSOL, PSTU, PCB, MST, MTST, estudantes, pastorais e demais movimentos sociais de fato comprometidos com as lutas da classe. O Sindicato Químicos Unificados participou deste 1º de Maio desde o início de sua preparação.
Por seu lado, a CUT e a Força Sindical transformaram a data em um dia tão somente de festas, com a realização de grandes shows e despolitizados, com a apresentação de artistas e sorteio de muitos prêmios.
Por emprego, moradia, terra,
direito sociais e rumo ao socialismo
Crianças participam do 1º de Maio (2008) classista na praça da Sé, em São Paulo, e mostram que integram o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto e fazem sua reivindicação (FOTO: JOÃO ZINCLAR)
A classe trabalhadora continua a viver sob precárias condições. A manutenção de um modelo econômico que privilegia o pagamento de juros aos bancos e especuladores
impede a realização de investimentos nas áreas sociais.
O serviço público – saúde, educação, moradia, transporte, saneamento – está em desmonte, com prejuízos aos servidores e à população.
Apesar disso, os (as) trabalhadores (as) resistem contra a redução de direitos. Os sem-teto realizam importantes jornadas em defesa da moradia popular e os sem-terra estão firmes luta por reforma agrária.
Menos show, mais lutas
Aproximadamente duas mil trabalhadoras e trabalhadores estiveram presentes no 1º de Maio (2008) de lutas e classista na praça da Sé, em São Paulo (FOTO: JOÃO ZINCLAR)
A Força Sindical e a CUT, ao invés de luta, realizam shows e sorteios no 1º de Maio. Esses shows são financiados por grandes empresas, bancos e estatais – as mesmas
que exploram os trabalhadores. Elas realizam atos festivos para apoiar o governo e tentar enganar o povo.
Os governos e os poderosos não admitem a luta do povo em defesa de melhores condições de vida. Os movimentos que lutam organizadamente são tratados como criminosos pelo estado e patrões. Cresce a repressão sobre os movimentos sociais.
Ainda assim, sabemos que só a luta muda a vida. Nosso 1º de Maio ontem na praça da Sé, em São Paulo, levantou alto nossas reivindicações. Nele, além de fortalecer a necessidade de resistir aos ataques e defender nossos direitos, reafirmamos a luta pela construção de uma sociedade justa, livre, igualitária, solidária e socialista.
1º de Maio (2008) na praça da Sé, em São Paulo, contou com cerca de duas mil trabalhadoras e trabalhadores (FOTO: JOÃO ZINCLAR)
A história da data
Em 1886, nos Estados Unidos, operários lutavam contra a jornada de 16 horas diárias. No dia 1º de maio daquele ano eles deram início a uma greve que parou o país. A repressão foi violenta, dezenas de trabalhadores morreram, centenas ficaram feridos e a liderança foi presa e condenada a enforcamento em um falso julgamento. O movimento foi parcialmente contido. Mas quatro anos depois a luta pela jornada de 8 horas já era novamente enorme. Sob forte pressão, em 1890 o governo norte-americano aprovou uma
lei instituindo as 8 horas diárias. Assim, o dia 1º de maio entrou no calendário como data símbolo das lutas da classe trabalhadora.
Sindicatos,
partidos políticos e movimentos sociais e populares, de esquerda,
organizaram o 1º de Maio (2008) político e de lutas na praça da Sé, em
São Paulo (FOTO: JOÃO ZINCLAR)