No dia 30 de março, segunda-feira próxima, as trabalhadoras e trabalhadores de todas as categorias profissionais farão uma grande mobilização em todo o Brasil contra a prática patronal e governamental de jogar sobre as costas da classe trabalhadora os custos da crise econômica internacional, com demissões em massa, redução nos salários e quebra de direitos.
Unidade
O ato é unitário e organizado por todas centrais sindicais, movimentos sociais e populares, Sua realização vem também de proposta aprovada na atividade “A Crise Econômica Mundial, os Desafios da Classe Trabalhadora e a Reorganização dos Movimentos Sindical e Popular”, promovida pelo Sindicato Químicos Unificados no Fórum Social Mundial (FSM) ocorrido em janeiro último em Belém/PA, que contou com a participação de representantes de todos os blocos de esquerda do Brasil e de convidados do exterior.
Participe. Procure seu sindicato!
Participe ativamente deste ato nacional em defesa do emprego e dos direitos, em defesa da classe trabalhadora. Telefone para seu sindicato ou para uma das entidades que assinam o manifesto mais abaixo, e se informe sobre as atividades.
Converse com seus familiares, com seus amigos no bairro e com as companheiras e companheiros de fábrica. Crie clima. Todos na mobilização dia 30 de março, segunda-feira!
A Europa lota praças e avenidas
Grandes manifestações de protestos contra o desemprego, redução de direitos e salários são realizadas por trabalhadores em todo o mundo. Na França, onde os trabalhadores impedem os patrões que demitem ou reduzem direitos de deixar suas fábrica, teve duas greves gerais em 2009, com a adesão de quase dois milhões de companheiras e companheiros em cada.
Na Europa, a frase “A crise não é culpa dos assalariados, mas não podemos dizer o mesmo dos patrões”, era lema de muitos manifestantes, e também o “A crise sao eles – a solução somos nós!” aparece em muitas faixas. No Brasil, diversos movimentos utilizam o mote “Nenhum direito a menos. Avançar nas conquistas!”
Veja mais informações e fotos sobre o movimento na Europa em https://www.quimicosunificados.com.br/2135/
Manifesto unitário
A seguir, o manifesto assinado por todas entidades, instituições e movimentos que organizaram e chamam a participação da classe trabalhadora e de toda população no ato unitário de segunda-feira próxima, dia 30 de março:
“Os Trabalhadores e as trabalhadoras não pagarão pela crise
O Brasil vai às ruas na próxima segunda-feira, 30 de março. Os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade estarão unidos contra a crise e as demissões, por emprego e salário, pela manutenção e ampliação de direitos, pela redução dos juros e da jornada de trabalho sem redução de salários, pela reforma agrária e em defesa dos investimentos em políticas sociais.
A crise da especulação e dos monopólios estourou no centro do sistema capitalista, os Estados Unidos, e atinge as economias menos desenvolvidas. Lá fora – e também no Brasil -, estão sendo torrados trilhões de dólares para cobrir o rombo das multinacionais, em um poço sem fim, mas o desemprego continua se alastrando, podendo atingir mais 50 milhões de pessoas.
No Brasil, a ação nefasta e oportunista das multinacionais do setor automotivo e de empresas como a Vale do Rio Doce, CSN e Embraer, levaram à demissão de mais de 800 mil trabalhadores nos últimos cinco meses.
O povo não é o culpado pela crise. Ela é resultante de um sistema que entra em crise periodicamente e transformou o planeta em um imenso cassino financeiro, com regras ditadas pelo “deus mercado”. Diante do fracasso desta lógica excludente, querem que a classe trabalhadora pague a fatura em forma de demissões, redução de salários e de direitos, injeção de recursos do BNDES nas empresas que estão demitindo e criminalização dos movimentos sociais. Basta!
A precarização, o arrocho salarial e o desemprego enfraquecem o mercado interno, deixando o país vulnerável e à mercê da crise, prejudicando fundamentalmente os mais pobres, nas favelas e periferias. É preciso cortar drasticamente os juros, reduzir a jornada sem reduzir os salários, acelerar a reforma agrária, ampliar as políticas públicas em habitação, saneamento, educação e saúde, e medidas concretas dos governos para impedir as demissões, garantir o emprego e a renda dos trabalhadores.
Manifestamos nosso apoio a todos os que sofreram demissões, em particular aos 4.270 funcionários da Embraer, ressaltando que estamos na luta pela readmissão.
O dia 30 também é simbólico, pois nesta data se lembra a defesa da terra Palestina, a solidariedade contra a política imperialista do Estado de Israel, pela soberania e auto-determinação dos povos.
Com este espírito de unidade e luta, vamos construir em todo o país grandes mobilizações. O dia 30 de março será o primeiro passo da jornada. Some-se conosco, participe!
* Não às demissões!
* Redução dos juros!
* Redução da jornada sem redução de salários e direitos!
* Reforma agrária já!
* Por saúde, educação e moradia!
* Em defesa dos serviços e dos servidores públicos!
* Solidariedade ao povo palestino!
Organizadores
Assembléia Popular, Cebrapaz, CGTB, CMB-FDIM, CMS, Conam, Conlutas, Conlute, CTB, Cut, Força Sindical, Intersindical, Marcha Mundial de Mulheres, MST, MTL, MTST, NCST, Oclae, Ubes, UBM, UGT, Une, Unegro/Comen e Via Campesina.“