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Dia Internacional da Mulher

Em comemoração ao
Dia Internacional da Mulher

Sindicato Químicos Unificados terá programação no final de semana em homenagem às companheiras trabalhadoras pelo Dia Internacional da Mulher. Ontem, cerca de 20 mil manifestantes participam de marcha em São Paulo em comemoração ao 8 de Março e em protesto contra a visita de Bush ao Brasil.

Em Osasco, filme e debate
– Dia 10 de março, às 15 horas, na sede da Regional –

E se as mulheres saíssem para o trabalho enquanto os homens cuidassem dos afazeres domésticos? Essa é a história de Marta e Raimundo, uma família operária, seus conflites familiares e o machismo. Está é a história do filme “Acorda Raimundo… Acorda!”, uma produção nacional de 1990 que a Regional de Osasco exibirá em sua sede, no dia 10 de março, às 15 horas, em homenagem às companheiras pelo Dia Internacional das Mulheres. Após a exibição do filme haverá debates sobre o tema. Ao final será servido um coquetel para confraternização.

Para maiores informações, ligar para (11) 3608.5411 ou e-mail plasquiluta@uol.com.br

No Cefol, festa e palestra
– Dia 11 de março, das 10 às 18 horas –

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a Regional de Campinas realizará uma extensa atividade cultura no dia 11 de março, no Centro de Formação e Lazer (Cefol). Haverá bandas com música ao vivo, teatro, monitores para crianças, etc. Também haverá palestra sobre os temas Saúde da Mulher, Lei “Maria da Penha” e As Lutas das Mulheres. Isso, além das atividades normais do Cefol.

Para melhor organização, os interessados devem confirmar presença pelo telefone (19) 3735.4900 ou enviar e-mail para quimicosunificados@terra.com.br

Aceite a rosa, mas vá à luta!

Sou mulher e sou de luta,
em casa e no trabalho.

Desprezo homenagens
obrigações de calendário.

Direitos e respeito,
na luta arrancarei.

Em casa e no trabalho,
sem a ternura perder,
sou mulher e sou guerreira!

Para muito além de nos limitarmos a dar ou a receber demagógicos botões de rosas, beijinhos e falsos cumprimentos pelo Dia Internacional da Mulher, temos que, companheiros e companheiras, compreendermos que esse dia simboliza as lutas das mulheres ao longo dos séculos contra a exploração no trabalho, a discriminação de gênero na sociedade e na opressão machista que facilmente chega à agressão moral e física. Isso, tanto no local de trabalho como, não raramente, também em casa.

Aceite as rosas e aceite os cumprimentos no Dia Internacional da Mulher. Mas nesse dia, como em todos os demais do ano, exija respeito, lute por seus direitos, não abra a mão de sua dignidade.

As mulheres faziam parte da “classe perigosa”

Resumo sobre estudo de Eva Alterman Blay

Nos anos 1800 e 1900, nos países que se industrializavam, o trabalho fabril era realizado por homens, mulheres e crianças, em jornadas de 12, 14 horas, em semanas de seis dias inteiros e freqüentemente incluindo as manhãs de domingo. Os salários eram de fome, havia terríveis condições nos locais da produção e os patrões tratavam as reivindicações dos trabalhadores como uma afronta. Operárias e operários eram considerados como as “classes perigosas”. Sucediam-se as manifestações de trabalhadores, por melhores salários, pela redução das jornadas e pela proibição do trabalho infantil.

Para desmobilizar o apelo das organizações e controlar a permanência dos trabalhadores/as, muitas fábricas trancavam as portas dos estabelecimentos durante o expediente, cobriam os relógios e controlavam a ida aos banheiros. Mas as difíceis condições de vida e os baixíssimos salários eram forte incentivos para a presença de operárias e operárias nas manifestações, em locais fechados ou na rua.

Uma das fábricas, a Triangle Shirtwaist Company (Companhia de Blusas Triângulo), para se contrapor à organização da categoria, criou um sindicato interno para seus trabalhadores/as. Em outra fábrica, algumas trabalhadoras que reclamavam contra as condições de trabalho e salário foram demitidas.

O incêndio na Triangle

O dia 25 de março de 1911 era um sábado, e às 5 horas da tarde, quando todos trabalhavam, irrompeu um grande incêndio na Triangle Shirtwaist Company, que se localizava na esquina da Rua Greene com a Washington Place. A Triangle ocupava os três últimos de um prédio de dez andares. O chão e as divisórias eram de madeira, havia grande quantidade de tecidos e retalhos, e a instalação elétrica era precária. Na hora do incêndio, algumas portas da fábrica estavam fechadas. Tudo contribuía para que o fogo se propagasse rapidamente.

A Triangle empregava 600 trabalhadores e trabalhadoras, a maioria mulheres imigrantes judias e italianas, jovens de 13 a 23 anos. Fugindo do fogo, parte das trabalhadoras conseguiu alcançar as escadas e desceu para a rua ou subiu para o telhado. Outras desceram pelo elevador. Mas a fumaça e o fogo se expandiram e trabalhadores/as pularam pelas janelas, para a morte. Outras morreram nas próprias máquinas.

Morreram 146 pessoas, 125 mulheres e 21 homens.

No século XX, as mulheres trabalhadoras continuaram a se manifestar em várias partes do mundo: Nova Iorque, Berlim, Viena (1911); São Petersburgo (1913). Causas e datas variavam.

Cenas do incêndio na Triangle Shirtwaist Company, em 25 de março de 1011. A militante Clara Zetkin é detida em manifestação (à dir.)

O 8 de Março no Brasil

No Brasil e na América Latina faz-se a associação entre o Dia Internacional da Mulher e o incêndio na Triangle quando, na verdade, Clara Zetkin o tenha proposto em 1910 – portanto, um ano antes -, no II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas. É muito provável que o sacrifício das trabalhadoras da Triangle tenha se incorporado ao imaginário coletivo da luta das mulheres. Mas, o processo de instituição de um Dia Internacional da Mulher já vinha sendo elaborado pelas socialistas americanas e européias há algum tempo.

Em 1901, as operárias, que juntamente com as crianças constituíam 72,74% da mão-de-obra do setor têxtil, denunciavam que ganhavam muito menos do que os homens e faziam a mesma tarefa, trabalhavam de 12 a 14 horas na fábrica e muitas ainda trabalhavam como costureiras, em casa. A jornada era de umas 18 horas e as operárias eram consideradas incapazes física e intelectualmente. Por medo de serem despedidas, submetiam-se também à exploração sexual.

DEFENDA-SE DAS AGRESSÕES

Lei “Maria da Penha”

A lei da Maria da Penha foi sancionada em 7 de Agosto de 2006 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dentre as várias mudanças promovidas pela lei está o aumento no rigor das punições das agressões contra a mulher. A lei entrou em vigor no dia 21 de setembro de 2006, e já no dia seguinte o primeiro agressor foi preso, no Rio de Janeiro, após tentar estrangular a ex-esposa.

O nome da lei é uma homenagem a Maria da Penha Maia, que foi agredida pelo marido durante seis anos. Em 1983, por duas vezes ele tentou assassiná-la. Na primeira com arma de fogo, deixando-a paraplégica, e na segunda por eletrocussão e afogamento. O marido de Maria da Penha só foi punido depois de 19 anos de julgamento e ficou apenas dois anos em regime fechado.

A lei altera o Código Penal brasileiro e possibilita que agressores sejam presos em flagrante ou tenham sua prisão preventiva decretada. Os agressores não poderão mais ser punidos com penas alternativas. A Lei Maria da Penha aumenta o tempo máximo de detenção previsto de um para três anos. E prevê ainda medidas que vão desde a saída do agressor do domicílio e a proibição de sua aproximação da mulher agredida e filhos.

Quatro agressões por minuto

O caso de Maria da Penha Maia não é isolado. O espancamento atinge quatro mulheres por minuto no Brasil e muitas não denunciam por medo ou vergonha de se expor.

Uma pesquisa realizada em 2001 pela Fundação Perseu Abramo estima a ocorrência de mais de dois milhões de casos de violência doméstica e familiar por ano. O estudo apontou ainda que cerca de uma em cada cinco brasileiras declara espontaneamente ter sofrido algum tipo de violência por parte de algum homem.

Dentre as formas de violência mais comuns destacam-se a agressão física mais branda, sob a forma de tapas e empurrões, sofrida por 20% das mulheres; a violência psíquica de xingamentos, com ofensa à conduta moral da mulher, vivida por 18%, e a ameaça através de coisas quebradas, roupas rasgadas, objetos atirados e outras formas indiretas de agressão, vivida por 15%.

Conheça em anexo a íntegra da Lei Maria da Penha.

20 mil na marcha em comemoração ao dia da Mulher e ato contra Bush com violência policial, ontem em SP. Clique AQUI

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