O filme “Nas Terras do Bem-Virá”, que conta as aventuras e desventuras de milhares de “severinos” que em busca da terra prometida deixam suas casas e seguem rumo à Amazônia, será exibido no dia 21 de março às 19h30, no Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas. O ingresso é gratuito e, após a exibição, haverá debate com a presença dos autores.
Dura história de vida e de lutas
A luta e a dura vida dos migrantes nas terra no Pará
O documentário expõe a história daqueles que, embalados pela promessa de uma vida melhor, deixam seu lugar e sua família e rumam ao sul do Pará, onde encontram a precariedade, o trabalho escravo, o sofrimento e, até mesmo, a morte. Mostra a batalha que envolve famílias assentadas e o agronegócio, e o massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996, quando morreram oficialmente 19 sem-terras.
O documentário também fala sobre o assassinato da religiosa americana, naturalizada brasileira, Dorothy Stang. A missionária deixou o Maranhão e seguiu destino ao Pará com o objetivo de organizar a população de maneira que utilizassem a área de uma forma sustentável e planejada.
De acordo com o filme, os conflitos vividos na região da Amazônia tiveram início na década de 70, quando o Brasil vivia a ditadura militar. Na época, o então presidente (de 1969 a 1974), o general Emílio Garrastazu Médici, lançava projetos de desenvolvimento da região do Amazonas aliados à construção da rodovia Transamazônica.
Com a frase “O homem sem terra no nordeste e as terras sem homem na Amazônia” – divulgada em propagandas -, Médici instigava trabalhadores de localidades pobres e fazendeiros a se deslocarem para essa região. O resultado foi concentração de migrantes, trabalho escravo, desmatamento, conflitos fundiários e assassinatos.
Pontuado por imagens de arquivo de emissoras de televisão locais e com trilha sonora original, a produção “Nas Terras do Bem-Virá” percorreu 29 cidades do norte e nordeste do país para obter depoimentos de migrantes e de seus familiares, de representantes religiosos, agentes do governo, fazendeiros, entre outros.
Ficha técnica
Diretor: Alexandre Rampazzo
Produtora executivo: Tatiana Polastri
Produtora: Tatiana Polastri
Empresa produtora: Varal Filmes
Roteiro: Alexandre Rampazzo e Tatiana Polastri
Diretores de fotografia: Fernando Dourado e Alexandre Rampazzo
Montagem: Fernando Dourado
Música: Nanah Correia, Julian Tirado e João Bá
Prêmios
– It’s All True – Festival Internacional de Documentários – Brasil – Menção honrosa
– Festival dos Três Continentes – Venezuela – Prêmio de melhor filme
– Mostra Etnográfica da Amazônia – Brasil – Prêmio de melhor filme
– Mostra Contra o Silêncio de Todas as Vozes – México – Menção Honrosa
– Prêmio “Luta Pela Terra” – janeiro de 2009 – concedido nos 25 anos do MST – Sarandi-RS
Partição em festivais
– Bresil en Mouvements – França
– Festival Internacional de Munique – Alemanha
– Amazônia Brasil – Estados Unidos
– Festival de Avança – Portugal
– Festival Internacional de Cine del Norte de Chile – Chile
– XXIV Festival Internacional de Bogotá – Colômbia
– DOCSDF – Festival de Cine Documental de La Ciudad de México – México
– II Mostra de Cinema e Direitos Humanos da América do Sul – Brasil
– Panorama Recife de Documentários – Brasil
– Cinema em Movimento – Centro Cultural do Banco do Nordeste – Brasil
– Mostra FICA – Brasil
– XXIII Festival de Inverno da Chapada dos Guimarães – Brasil
– Mostra do Audiovisual Paulista – Brasil
O MIS – Museu da Imagem e do Som de Campinas
Palácio dos Azulelos, sede do MIS em Campinas
O Palácio dos Azulejos, como é chamado o imóvel em que está instalado o MIS Campinas, é a única edificação na cidade considerada patrimônio nacional, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Também reconhecido como patrimônio estadual e municipal, foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) em 1981 e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas (Condepacc) em 1988.
Construído para residência de Joaquim Ferreira Penteado, o Barão de Itatiba, funcionou como solar residencial até 1908, quando foi vendido para a Prefeitura Municipal de Campinas, que o ocupou como sede do governo municipal até 1968. A partir desta data passou a ser usado pela Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa) até 1996, ocasião em que foi transferido para Secretaria Municipal de Cultura.
Programa duplo
Assim, no próximo sábado, faça um ótimo programa duplo, sem qualquer custo. Assista ao ótimo e premiado documentário “Nas Terras do Bem Virá” e conheça por dentro o Palácio dos Azulejos, um edifício histórico, simbolicamente identificado como a construção da “modernidade” de Campinas no século XIX.