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França é sacudida por manifestações por emprego e salários, nesta quinta-feira

Entre 1,2 milhão de pessoas, segundo a polícia, e 3 milhões, de acordo com o principal sindicato, o CGT, protestaram hoje (19/03/09) em toda a França, durante uma jornada nacional de repúdio convocada por todos os sindicatos e pelos partidos de esquerda.

Estas manifestações são as maiores desde a chegada de Nicolas Sarkozy à presidência, em maio de 2007.

Perto de 1,2 milhão de trabalhadores participaram da greve geral na França contra demissões e redução de direitos por causa da crise econômica internacional (19/03/09)

Perto de 1,2 milhão de trabalhadores participaram da
greve na
França contra demissões e redução de direitos

A mobilização desta quinta-feira superou a jornada anterior de protesto, do dia 29 de janeiro (entre 65.000 e 300.000 manifestantes na capital).

Nesta quinta-feira à noite, em entrevista à rede TF1, o primeiro-ministro, François Fillon, descartou um “novo plano de relançamento da economia“, reconhecendo que os franceses manifestaram “uma preocupação muito legítima”.

Sindicatos exigem negociação

Trabalhadores da siderúrgica ArcelorMittal em uma das dezenas de manifestações de hoje na França (19/03/09)

Trabalhadores da siderúrgica ArcelorMittal em uma das
dezenas de manifestações de hoje na França (19/03/09)

Após as manifestações de janeiro, o governo liberou um pacote de 2,6 bilhões de euros para ajudar as famílias em maiores dificuldades, mas o gesto foi considerado insuficiente pelos sindicatos.

O governo “tem que aceitar negociar com os sindicatos” sobre sua plataforma “que trata de emprego, de poder aquisitivo, de investimentos, de políticas públicas“, afirmou nesta quinta-feira Bernard Thibault, secretário-geral da CGT.

“É tempo de tomar medidas concretas“, considerou a líder do Partido Socialista, Martine Aubry.

Sol de primavera

A principal manifestação desta quinta-feira foi realizada em Paris, com dezenas de milhares de participantes (entre 85.000 e 350.000).

Sob um sol de primavera, os manifestantes se reuniram na Praça da República em Paris. “A crise não é culpa dos assalariados, mas não podemos dizer o mesmo dos patrões“, era o lema de muitos manifestantes.

Os maiores grupos de manifestantes eram compostos por funcionários públicos, mas os trabalhadores do setor privado também estavam presentes.

A mobilização também foi grande em várias cidades. Os manifestantes eram pelo menos 25.000 em Lyon (leste), e entre 10.000 e 25.000 em Nice (sudeste), 34.000 e 60.000 em Grenoble (leste), e de várias dezenas de milhares em Marselha.

 	Transporte por trens afetado pela greve na França (19/03/09)

Transporte por trens afetado pela greve na França (19/03/09)

As greves atingiram o tráfego aéreo, com 30% dos voos cancelados no aeroporto de Paris-Orly e 10% no de Paris-Roissy. Na SNCF (ferrovias), 36% dos funcionários aderiram à greve, segundo a direção, o tráfego dos TGV (trens de alta velocidade) era mantido em 60%, mas os Eurostar e Thalys circulavam normalmente.

Conflitos

Incidentes marcaram o fim dos protestos em Paris, onde objetos foram arremessados contra as forças de segurança, e em Saint-Nazaire (oeste) e Toulouse (sudoeste), onde foram registrados confrontos entre manifestantes e forças de segurança.

Desde janeiro, a situação econômica na França se degradou ainda mais, com um aumento recorde do número de desempregados, que supera os 2 milhões.

Algumas empresas causaram escândalo ao suprimir postos de trabalho: a petroleira Total, com 555 postos a menos apesar dos lucros recordes, e a alemã Continental, que fechou uma fábrica de 1.120 pessoas.

78% apóiam as mobilizações

Nicolas Sarkozy afirmou na quarta-feira aos ministros “que compreende a preocupação dos franceses neste momento de crise”, mas recusou o apelo de vários representantes de seu partido para aumentar os impostos dos mais ricos. Um texto prevendo a suspensão do “escudo fiscal” que impede que os impostos superem 50% do total dos rendimentos foi rejeitado pela manhã no Parlamento.

A grande maioria dos franceses apoia o movimento de protesto e 78% o consideram “justificável”, segundo uma pesquisa divulgada na terça-feira.

Fonte: AFP

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