As três mil mulheres que participam da 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres chegaram hoje (09 de março de 2009) em Valinhos, por volta das 12h, após caminharem ao longo da estrada municipal Engº Antonio Francisco de Paulo Souza (estrada interna Campinas/Vinhedo). Elas saíram às 6h do ginásio Rogê Ferreira, em Campinas, onde ficaram alojadas após o ato de lançamento da mobilização, na tarde/noite de ontem, no Largo do Rosário.
Todas as
lutas, das mulheres e dos movimentos dos
trabalhadores e sociais,
buscam construir um Brasil
justo e igual para as futuras gerações.
Imagem do ato
em Campinas, dia 08 de março
O ato em Campinas contou com a presença das delegações de 25 estados que vieram para a Marcha. Houve apresentações musicais, batucadas e falas sobre os 100 anos do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março último.
Em Valinhos, as marchadoras estão alojadas no Parque do Figo, onde pernoitarão. Na tarde de hoje, nas atividades de formação que ocorrerão em todas cidades após a caminhada matinal, elas desenvolveram debates sobre os temas: Trabalho Doméstico e Cuidados – um debate sobre a sustentabilidade da vida humana e história da Marcha Mundial das Mulheres e suas lutas.
A palavra de ordem da mobilização, em bandeira no
ato em Campinas dia 08 de março
Amanhã em Vinhedo
Amanhã, às 6h, elas retomarão a marcha, com parada, atividade de formação e pernoite em Vinhedo.
Elas deverão chegar por volta das 10h na cidade e serão recepcionadas pelo Sindicato Químicos Unificados, entre outras entidades. Às 16h ocorrerá debates com painéis temáticos, conforme programação detalhada mais abaixo.
Reivindicações e plataforma política
As reivindicações da Ação estão baseadas em quatro eixos que concentram temas chave para a vida das mulheres em todo o mundo. São eles: autonomia econômica das mulheres; bens comuns e serviços públicos; paz e desmilitarização; e violência contra as mulheres.
Esses eixos foram adaptados à realidade das mulheres brasileiras e deram os contornos da plataforma de reivindicações que será apresentada à sociedade a ao Estado durante a marcha. Entre elas está a criação de aparelhos públicos que liberem as mulheres do serviço doméstico, a não privatização de nossos recursos naturais, o aumento do salário mínimo, o fim de todas as formas de violência contra a mulher, a realização da reforma agrária e a legalização do aborto.
“Hay que
endurecer, pero sin perder la ternura jamás.”,
de Che Guevara.
Auto-estima elevada faz muito bem
para se aguentar a caminhada e dá forças para a luta
A marcha também pretende demonstrar sua solidariedade à população do Haiti após o terremoto que atingiu o país em janeiro. Haverá coleta de contribuições para a reconstrução da ação das mulheres da Marcha no Haiti e do movimento feminista do país.
3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres
Entre os dias 8 e 18 de março, a Marcha Mundial das Mulheres organiza sua 3ª Ação Internacional no Brasil. Neste período, 3 mil mulheres de todas as regiões do país farão uma caminhada entre dez cidades, de Campinas a São Paulo, para dar visibilidade à luta das mulheres brasileiras e reivindicar mudanças em direitos e respeito à diferença de gêneros.
A Ação começou no Dia Internacional das Mulheres (8 de março), em um grande ato público no Largo do Rosário, no centro de Campinas, e termina em São Paulo, no dia 18, em um ato na Praça Charles Miller.
Marcha passa pelo túnel Joá Penteado, em Campinas
O lema das mobilizações é “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, e suas reivindicações se baseiam em quatro campos de ação: autonomia econômica das mulheres; bens comuns e serviços públicos; paz e desmilitarização; e violência contra as mulheres.
Esta Ação faz parte de mobilização internacional que vai até o dia 17 de outubro. Estão programadas atividades em 51 países, entre eles Canadá, Colômbia, França, Espanha, entre outros. O encerramento será em Kivu do Sul, na República Democrática do Congo.
Trajeto e programação
A marcha passará por dez cidades paulistas: Campinas, Valinhos, Vinhedo, Louveira, Jundiaí, Várzea, Cajamar, Jordanésia, Perus e Osasco.
Além da caminhada pela manhã, no período da tarde as mulheres participarão de atividades de formação sobre diversos temas, entre os quais: trabalho doméstico; saúde da mulher e práticas populares de cuidado; sexualidade, autonomia e liberdade; educação não sexista e não racista; economia solidária e feminista; soberania alimentar, reforma agrária e trabalho das mulheres no campo; agroecologia; biodiversidade, energia e mudanças climáticas; políticas de erradicação da violência doméstica e sexual; tráfico de mulheres e direito ao aborto (veja a programação completa abaixo). As atividades de formação serão conduzidas pelas próprias marchantes.
Durante o trajeto está previsto um ato público na cidade de Várzea (13/3), em que será lançado um livro sobre o histórico do dia 8 de março. As mulheres também promoverão panfletagens, batucada e demais intervenções junto à população das cidades por onde passarão.
Marcha deixa Campinas e pega rodovia rumo a Valinhos
A Ação contará ainda com duas participações especiais. No dia 11, em Louveira, a feminista brasileira, radicada na França, Helena Hirata, debaterá sobre o trabalho das mulheres e a autonomia econômica. E em Perus, no dia 16, Aleida Guevara, médica cubana e filha de Ernesto Che Guevara, falará sobre paz e desmilitarização.
Números e equipes
Participam da marcha 3 mil mulheres vindas de 25 estados: AC, AL, AM, AP, BA, CE, DF, GO, MA, MG, MS, PA, PB, PE, PI, PR, RJ, RN, RO, RR, RS, SC, SE, SP e TO. São várias delegações em cada estado, contando também com mulheres de diversos movimentos sociais como MST, CUT, Contag, Consulta Popular, UNE, MAB, MMC e sindicalisas.
A Marcha é construída integralmente pelas mulheres, que serão divididas em equipes de cozinha, limpeza, infra-estrutura, segurança, comunicação, formação e cultura, saúde, água e creche. A cozinha será fixa e o transporte das três refeições será feito por caminhões. Além das equipes, as delegações se revezarão para os trabalhos de limpeza dos alojamentos e cozinha.
As mulheres ficarão alojadas em ginásios e tendas (veja a localização dos alojamentos abaixo) e chegarão marchando às cidades.
Serão utilizados 50 mil litros de água potável e consumidas uma tonelada de feijão, duas de arroz, uma de carne moída, além de outros alimentos como macarrão, legumes e frutas.
Mais informações
Mais informações sobre a Ação de 2010 da MMM em www.sof.org.br/acao2010 e em https://www.quimicosunificados.com.br/2581/
Contato com a imprensa: Ana Maria Straube, por e-mail anamaria@sof.org.br e fones (11) 8445.2524/ (11) 3819.3876.
Programação completa das atividades durante
a Marcha e os endereços dos alojamentos
08/03 – Campinas
Lançamento da 3ª Ação Internacional da MMM, marcando os 100 anos da proposição do Dia Internacional de Luta das Mulheres – Largo do Rosário. Alojamento: Ginásio Rogê Ferreira – Av. João Batista Morato do Canto Bairro s/n São Bernardo
09/03 – Valinhos
Trabalho doméstico e de cuidados: um debate sobre a sustentabilidade da vida humana, seguida de debate sobre a história da Marcha Mundial das Mulheres e suas lutas. Alojamento: Parque do Figo (Parque Municipal Monsenhor Bruno Nardini), rua Dom João VI, s/nº – Jardim Planalto.
10/03 – Vinhedo
* Painéis temáticos sobre:
* Economia Solidária e Feminista;
* Saúde da mulher e práticas populares de cuidado;
* Sexualidade, autonomia e liberdade;
* Educação não sexista e não racista;
* Mulheres negras e a luta anti-racista;
* Mulheres indígenas;
* A mídia contra-hegemônica e a luta feminista;
* A mercantilização do corpo e da vida das mulheres;
* Prostituição;
* Mulheres, arte e cultura.
Alojamento: Parque Jayme Ferragut – Estrada da Boiada, s/n;
Dirigentes do Unificados, que recepcionará a marcha
amanhã, em Vinhedo, durante caminhada na manhã de hoje
11/03 – Louveira
Trabalho das mulheres e autonomia econômica, com a presença de Helena Hirata. Alojamento: Área de Lazer do Trabalhador José Sinamore (Parque da Uva), rodovia Romildo Prado, km 1, fone (19) 3878.1357.
12/03 – Jundiaí
Soberania Alimentar, justiça ambiental e luta por território.
Alojamento: Centro Esportivo Arames Polli Smece – R. Dr. Benedito Godoi, 508 Jd. Xangai.
13/03 – Várzea Paulista
Ato público com lançamento de livro sobre o histórico do 8 de março, debate sobre o histórico do movimento feminista e show cultural – Espaço Cidadania. Alojamento: avenida Projetada – Espaço Cidadania da Prefeitura.
14/03 – Cajamar
A luta contra a violência sexista. Alojamento: rodovia Anhanguera, Km 46,5.. Capital Ville. Jordanésia – Cajamar/SP -(11) 4898.0003.
15/03 – Jordanésia
Maternidade como decisão e não como destino: debate sobre nossas experiências.
Alojamento: rua Vereador Joaquim Barbosa, 827 – Cajamar/ SP – fone (11) 4447.4550.
16/03 – Perus
Paz e desmilitarização; debate sobre a luta pela transformação da sociedade com Aleida Guevara, lutadora cubana, filha de Che Guevara. Alojamento: rod. Anhanguera, Km 25,5 s/n – São Paulo – fones (11) 3916.6200/ (11) 3911.0191
17/03 – Osasco
Integração dos povos como alternativa e o papel do Estado. Alojamento: Sindmetal – Rua Luiz Rink, 501 – Rochdale – Osasco – SP – Tel./Fax: (11) 3686.7401.
18/03 – São Paulo
Encerramento com ato público na Praça Charles Miller. Alojamento: Estádio Pacaembu – Rua Capivari, 213.
Fotos: João Zinclar