Por uma grande margem de votos, foram 489 para não e somente 287 para sim, os trabalhadores e trabalhadoras da Natura, localizada em Cajamar, rejeitaram a proposta da empresa para o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) no ano de 2010.
Apesar do expressivo resultado da votação, a Natura decidiu ignorar a reivindicações e pressionar o Unificados e a comissão de PLR a assinar o acordo, mesmo contra a vontade dos trabalhadores.
O Unificados não assinará um acordo contra a vontade dos trabalhdores da Natura.
Segundo informações dos trabalhadores, representantes da empresa passaram nas linhas de produção uma lista para todos assinarem e disseram que se a proposta dela não for aprovada eles receberão somente o valor estipulado na convenção coletiva
Uma atitude que revela a verdadeira face da Natura, o bem estar bem é somente da porta da fábrica para fora. Os trabalhadores, verdadeiros responsáveis pelo lucro da empresa, são tratados com pressão e ameaças.
Para uma empresa que se diz diferenciada, ameaçar pagar somente o valor da convenção coletiva é se rebaixar ao mesmo patamar das pequenas fábricas da categoria.
Negociação
A negociação de PLR é feita com a participação da comissão de trabalhadores, representantes da empresa e do Sindicato dos Químicos Unificados, que representa a categoria.
A PLR na Natura é calculada com base em diversas metas colocadas pela empresa, e a principal delas é o resultado operacional. Em 2009 o valor deste resultado, atingido pelos trabalhadores, foi de R$ 991,4 milhões.
Neste ano, a meta é ainda maior. Para os trabalhadores receberem a PLR integral precisam atingir R$ 1,190 bilhão de resultado operacional, mais as metas estipuladas em cada área.
Ao votar contra a proposta da Natura, os trabalhadores reivindicam um maior valor de PLR.
Porém, juntamente com o sindicato, defendem o pagamento do adiantamento e a retomada das negociações pela Natura.