Cerca de 200 trabalhadores fizeram hoje (03 de março) pela manhã um ato contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com manifestações em frente à agência central, na rua Barreto Leme, e da central de perícias, na rua Regente Feijó, precedidas de uma passeata pelo centro de Campinas.
Passeata contra maus-tratos pelo INSS – 03março09
O protesto foi contra diversos procedimentos adotados pela Previdência Social, que ferem os interesses da população e dos trabalhadores segurados, como, por exemplo, a alta programada, os maus-tratos no atendimento e peritos que atuam também para empresas, entre outras questões.
A manifestação foi organizada pelo Sindicato Químicos Unificados (Campinas, Osasco e Vinhedo) e pela Associação Solidária em Defesa dos Direitos dos Segurados do INSS (Assodeseg), e dela participaram também integrantes da Intersindical, do Psol, do MTST, do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) e da Associação dos Trabalhadores Expostos a Substâncias Químicas (Atesq).
Documento protocolado
Na agência central, os manifestantes entregaram um documento/protesto junto a Breno Geribello da Cruz, gerente de benefícios do INSS local. Cruz garantiu que irá providenciar a realização de uma reunião conjunta entre as entidades de trabalhadores e sociais, mais deputados, vereadores, e integrantes do ministério da Previdência Social com o objetivo de discutir e superar os problemas denunciados.
Ainda segundo o gerente do INSS, a partir de agora os médicos peritos passaram a portar um crachá de identificação durante o atendimento ao segurado.
Os manifestantes também querem que os segurados tenham o direito de participar das perícias com um acompanhante, familiar ou não. Ou então a instalação de câmeras para que o atendimento possa ser revisto posteriormente em caso de denúncia de maus-tratos.
A Alta Programada
Há dois anos, o governo federal implantou no INSS um sistema conhecido como “alta programada”. Por meio deste mecanismo, quando o trabalhador consegue obter o auxílio-doença é estabelecido um prazo para que ele retorne ao trabalho, independente de estar curado.
Quando este prazo se encerra, a alta é automática e o pagamento do auxílio-doença é suspenso. Para dar entrada em novo pedido, o trabalhador ainda tem que esperar um mês após a suspensão da licença, passar novamente pelas perícias e esperar o resultado, correndo o risco de ficar sem salário ou ser demitido nesse intervalo.
O programa, criado pelo Ministério da Previdência Social sob o nome de Copes – Cobertura Previdenciária Estimada, segundo a manifestação, não atendeu as justificativas para sua criação que seriam a redução das filas, o combate às fraudes na concessão dos benefícios e a redução de gastos com as perícias.
Fotos da manifestação
A seguir, acompanhe algumas imagens da manifestação:
Basta de humilhação
Médicos mentirosos…
Não estamos pedindo…
Pelo fim da alta programada
Remédios
Respeito e dignidade
Segurados acompanham manifestantes através de portão
fechado pelo INSS na central de perícias – 03/03/09