Cerca de 80 manifestantes foram recebidos com spray de gás pimenta e cacetadas da guarda municipal de São José dos Campos ao iniciarem na tarde de ontem (24 de abril) um protesto na prefeitura da cidade. O ato exigia que o prefeito Eduardo Cury (PSDB) recebesse os movimentos sociais do município para negociar uma pauta de reivindicações que está há sete anos sem resposta.
O prefeito, no entanto, além de não receber os manifestantes, determinou a atuação da repressão policial. Mulheres e jovens foram agredidos. Indignados, os participantes do ato ocuparam a sede da prefeitura, onde permanecem até o momento esperando que o prefeito se disponha a atender os movimentos sociais da cidade. Entre as reivindicações estão a construção de uma casa abrigo para mulheres agredidas, a disponibilização de linhas de ônibus e telefones públicos na região do acampamento de sem-teto Pinheirinho, e a garantia de atendimento voltado para a saúde da mulher nos postos de saúde da cidade – que na maioria dos casos não dispõem sequer de especialistas em ginecologia.
Os manifestantes informam que a sede da prefeitura está cercada pela guarda municipal e a polícia militar. Também não é permitido que as pessoas bebam água ou utilizem os banheiros do local.
O último pedido de audiência com o prefeito tucano espera resposta desde o dia 8 de março.
Participam do ato sindicalistas de várias categorias, militantes do movimento sem-teto do Pinheirinho (MUST) e do movimento sem-terra. O protesto também conta com apoio e participação do PSOL e de vereadores petistas.