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Protesto contra médicos peritos do INSS

Ato INSS maus tratos perícias 30 agosto 2007

Ato em Campinas contra maus tratos da  perícia médica do INSS

 

Intitulado como Dia de Luta em Defesa da Dignidade no Atendimento ao Cidadão: Contra os Abusos cometidos pelos peritos do INSS, diversos sindicatos e entidades sociais realizaram um ato na manhã de hoje (30 de agosto) na praça da Igreja do Carmo, em Campinas. Segundo os manifestantes, ao invés de um tratamento digno, os trabalhadores incapacitados para o trabalho ficam sem nada receber, como joguetes entre as perícias do INSS e a empresa.

 

Para os trabalhadores, a alta programada, o não estabelecimento de nexo causal, suspensão e não concessão de benefícios são partes de um mesmo projeto do governo federal que tem o objetivo de fazer a terceira reforma da Previdência Social. Uma reforma que deverá aumentar a idade para aposentadoria, igualar a idade entre homens e mulheres e atacar os direitos de quem hoje é vítima de acidentes ou doença provocada pelo trabalho.

 

A palavra de ordem para a população e para os trabalhadores, conforme os sindicalistas presentes, o da defesa da Previdência Social pública e de qualidade, nenhum direito a menos aos segurados!

 

O ato teve como organizador o Conselho Gestor do Centro de Referência à Saúde do Trabalhador de Campinas e Região e, como apoio, os sindicatos – todos de Campinas e região – Químicos Unificados, dos Metalúrgicos, da Construção Civil, da Unicamp, dos Professores, dos Correios, da Apeoesp e da Associação dos Portadores de Ler/Dort de Campinas.

 

 

Ato INSS contra maus tratos perícia - 30 agosto 2007

Unificados presente em ato contra maus tratos da  perícia médica do INSS

 

 

21 de agosto de 2007

 

Manifesto contra médicos peritos do INSS é entregue a Lula

 

Com o entendimento de que o setor de perícias médicas da Previdência Social se transformou em território de sofrimento, desrespeito a direitos e violência contra trabalhadores que buscam proteção momentânea ou permanente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o MOVIDA BRASIL preparou e protocolou no Palácio do Planalto um manifesto dirigido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 14 de agosto.

 

No dia posterior, ainda em Brasília, o MOVIDA BRASIL participou de uma audiência pública sobre o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP), na qual ocorreram muitas críticas à Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP). A ANMP está bastante resistente em relação ao NTEP, sendo que esta postura caminha junto ao que pensa e defende a patronal. As empresas estão descontentes com o NTPE que, no primeiro mês de sua implantação pelo governo federal, triplicou o reconhecimento das doenças do trabalho.

 

As duas iniciativas foram tomadas em razão do aumento de reclamações sobre os peritos médicos do INSS. Trabalhadores têm procurado os sindicatos e relatado que os peritos pioram cada vez mais o tratamento que dão aos trabalhadores, independente de terem recebido ou não o seu direito ao benefício.

 

Representando o MOVIDA estiveram em Brasília o Sindicato Químicos Unificados, o Fórum Sindical de Saúde do Trabalhador (RS) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT/RS). O MOVIDA BRASIL – Movimento em Defesa da Segurança, Saúde e da Qualidade de Vida da Classe Trabalhadora foi criado durante o Encontro Nacional por uma CPI para apurar a Conivência em Laudos entre Peritos do INSS e Médicos das Empresas, realizado no dia 06 de agosto em Campinas.

 

Conduta antiética

 

Segundo afirmam os signatários do manifesto, “Ante eventuais fraudes, as entidades que subscrevem o presente documento se posicionam contrariamente e defendem apuração e punição de culpados. Mas não podemos calar diante da conduta antiética, liderada pela Associação Nacional dos Peritos, pela qual profissionais ignoram laudos de médicos assistentes impondo mais sofrimento e negando o reconhecimento de doenças do trabalho e utilizando-se de casos isolados para fazer crer que as irregularidades são as regras”.

 

O manifesto, na íntegra

 

Leia na íntegra o manifesto entregue ao presidente Lula:

 

Por dignidade e respeito a direitos
nas perícias médicas do INSS

 

 O segmento de perícias médicas da Previdência Social se transformou em território de sofrimento, desrespeito a direitos e violência contra trabalhadores que buscam proteção momentânea ou permanente do INSS diante de agravos relacionados ao trabalho.

 

 A conduta orquestrada da Associação Nacional de Médicos Peritos, contaminada por grave ingerência nas ações do órgão público, exige atitude urgente da Presidência da República, ministros e gestores da Previdência.

 

 Ante eventuais fraudes, as entidades que subscrevem o presente documento se posicionam contrariamente e defendem apuração e punição de culpados. Mas não podemos calar diante da conduta antiética, liderada pela Associação Nacional dos Peritos, pela qual profissionais ignoram laudos de médicos assistentes impondo mais sofrimento e negando o reconhecimento de doenças do trabalho e utilizando-se de casos isolados para fazer crer que as irregularidades são as regras.

 

 Diante desse quadro alarmante, as entidades apresentam suas posições sobre quatro temas que devem nortear a gestão do INSS:

 

1. COMBATE A FRAUDES: Somos contra qualquer tipo de fraude, seja de empresários, de servidor público e inclusive de trabalhadores. Mas não vamos admitir que o fato de um ou outro trabalhador usar inadequadamente o auxílio doença seja desculpa para humilhar e negar direitos a um grande número de pessoas que adoecem no trabalho e buscam direitos no INSS. Para realizar um efetivo processo ético e moral de combate as fraudes, solicitamos ao Ministério da Previdência Social (MPS) o expurgo imediato de uma grande fraude que prolifera de forma insidiosa no INSS: a realização de perícias médicas sem qualificação e orientadas por interesses particulares e indevidos de uma Associação. Para garantir honestidade e isenção nas perícias, solicitamos que se faça o cruzamento de informações sobre vínculos dos peritos com setores privados, como acúmulo da função pública de perícia com o trabalho à frente de setores médicos das empresas. Essa situação expõe um claro interesse que o INSS não reconheça nexo causal, pois isto, entre outros fatores, aumentaria a alíquota do FAP. Sugerimos que sejam respondidas algumas perguntas sobre os membros da diretoria da ANMP: quantas perícias eles tem realizado ao dia? Qual horário que eles cumprem no INSS? Eles possuem outros vínculos empregatícios? Possuem empresas que prestam serviços a outras empresas? Reforçamos que somos contra todo o tipo de fraudes e sugerimos que todos os sonegadores das contribuições sociais sejam cobrados e denunciados publicamente.    

 

2. SEGURANÇA: Enquanto a Associação Nacional dos Médicos Peritos sustenta uma pauta que interessa apenas ao segmento, as entidades que subscrevem este documento reivindicam segurança a todos os trabalhadores – quem busca o INSS e quem pertence aos quadros de carreira do órgão. A violência física e moral devem ser execradas. Nenhum trabalhador merece ser objeto de agressões. Por isso, questionamos publicamente o MPS sobre a notícia divulgada pela ANMP, sobre a colocando porta giratória e detector de metais em todas as Agências do INSS. Se isto foi acordado anteriormente, há que se levantar quem acordou tal absurdo em nome do IINSS, atendendo a chantagem moral da Associação dos Peritos. A medida é absurda e exigimos que se identifique quem assumiu este compromisso em nome do INSS.
Entendemos que a decisão fere o preceito legal da eficiência inscrito na Constituição Federal. Os responsáveis pela implantação desses mecanismos ineficientes poderão ter de responder futuramente por seus atos. Estamos diante de mais um vultoso gasto cujos resultados são questionáveis e duvidosos. O ministro deve seguir as leis e não se curvar à pressão de uma entidade corporativa.

 

Se o argumento para adoção de medida – que só se justifica quando aplicada em serviços que atuam com valores (casos dos bancos) – sustenta-se nas recentes e escassas agressões contra peritos, alertamos para a desproporção no tratamento. Enquanto o INSS soma cinco mil médicos peritos no país, temos 26 milhões de segurados e trabalhadores que buscam benefícios. Para estes segurados nenhuma política de segurança. Importante destacar que duas mortes registradas desde 2006 envolvem crime com quadrilhas de corrupção no órgão e agressão desferida por um trabalhador com transtornos mentais.

 

Muito antes de porta giratória com detector de metais, há que se desmantelar a participação de peritos em esquemas de fraudes e interesses que não sejam aqueles próprios do serviço público. Somos contra ações pontuais e ineficientes, que só vão fazer jorrar pelo ralo o dinheiro público. Propomos que o MPS constitua uma comissão de especialistas brasileiros (composta por sociólogos e antropólogos renomados das Universidades Nacionais) que possam se debruçar sobre esta questão e oferecer, em até 120 dias, um relatório que mostre quais poderiam ser os encaminhamentos mais eficientes para superarmos esta situação.

 

3. DEFESA DA BOA MEDICINA:
 Os trabalhadores sempre tiveram grande respeito pelos profissionais médicos, que inclui os peritos do INSS. Não fomos nós, trabalhadores, que perdemos a consideração por esses profissionais. Quem ignora uma conduta ética e respeitosa diante de seus pacientes, deixando de lado o critério técnico das avaliações, são os peritos. Infelizmente o segmento prefere ouvir dirigentes mal intencionados e repletos de preconceitos em vez de exigir capacitação adequada ao seu trabalho. Agem como máquinas que devem cumprir comandos automáticos cujo resultado é injustiça e prejuízos a direitos, rompendo com o juramento médico de Hipócrates de agir pelo bem-estar de seus pacientes, acima de qualquer interesse. Ao rezar sob a cartilha da ANMP, os profissionais seguem procedimentos só vistos nos atos de tortura.

 

 Outra conduta lamentável é o ataque sistemático dos peritos contra colegas médicos que acompanham trabalhadores adoecidos. Virou rotina peritos recusarem atestado médico de especialistas, ferindo de forma veemente o Código de Ética Médica. Para agravar essa ingerência, vemos Sindicatos Médicos e Conselhos Regionais de Medicina aliando-se à Associação, ameaçando a liberdade de ação dos médicos assistentes. O CRM de São Paulo editou resolução que veda, na prática, médicos assistentes de escreverem em seus atestados quantos dias recomendam de afastamento do trabalho aos seus pacientes. Chegamos à situação incompreensível de peritos denunciando colegas por anotarem o período. Pior é saber que a Câmara Técnica de Medicina do Trabalho do CRM de São Paulo é constituída por peritos do INSS! Como fica o direito de outros médicos – só em São Paulo são mais de cem mil?  Pergunta-se: o que fazem os CRMs ante as inúmeras representações feitas contra peritos? Se questionado pelo Ministério Público Federal, poderia o CRM informar quantas denúncias são protocoladas contra peritos do INSS, quantas são arquivadas e quantos peritos chegaram a ser condenados?

 

 Portanto, como há este vácuo de defesa do direito dos médicos assistentes no caso descrito, nós vamos tomar uma atitude cidadã, e solicitar que o Ministério Público Federal analise se a atitude do CRM de São Paulo cumpre o papel legal pelo quais os Conselhos de Medicina foram instituídos. Tomaremos esta atitude, pois queremos e necessitamos de uma Boa Prática Médica.

 

4 – DEFESA DO NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO:
 Durante anos os movimentos sociais vêem lutando pelo reconhecimento da doenças/acidentes de trabalho. Com o advento do NTEP vislumbrou-se a possibilidade de corrigira problemática da sub-notificação dos acidentes do trabalho. A não notificação dos acidentes e agravos serve apenas aos empresários que deixam de recolher o FGTS do trabalhador e de garantir a estabilidade no emprego dos acidentados. Para o INSS, olhando apenas pela lógica financista,a concessão do benefício auxílio-doença comum (B31), sem fonte de custeio, onera o caixa geral da previdência. Enquanto a concessão do Auxílio Doença-Acidentário, com custeio do SAT, desonera a previdência e possibilita através de ações regressivas a responsabilização das empresas.

 

 Mais uma vez a postura da ANMP tem sido contrária aos interesses dos trabalhadores e da Previdência Social, uma vez que publicamente vem buscando descaracterizar o método epidemiológico de reconhecimento das doenças do trabalho. Postura igualmente adotada pela CNI, que ajuizou ação judicial com a finalidade de impossibilitar a plena implantação do NTEP. Mais uma vez fica a pergunta: A serviço de quem está essa associação?

 

 Para garantir dignidade do atendimento prestado pela Previdência e respeito aos direitos dos trabalhadores, além de preservar as condições acima descritas, apresentamos um conjunto de propostas:

 

  1. Fim da COPES.

  2. Capacitação dos médicos peritos realizada por Universidades Públicas.

  3. Fornecimento imediato do resultado das perícias, assinado expressamente pelo médico perito autor da avaliação.

  4. Proibição do perito médico do INSS de acumular a função de médico de empresa ou prestar assessoria a empresas.

  5. Identificação de todos os servidores do INSS por meio de crachá.

  6. Reunião mensal entre a gerência regional do INSS e representantes dos trabalhadores.

  7. Tratamento humanitário e respeitoso aos segurados.

  8. Transparência e divulgação das ordens internas de serviço.

  9. Suspensão da revisão das aposentadorias por invalidez até que haja critérios transparentes, bem como humanização do atendimento e pleno funcionamento da reabilitação profissional.

  10. Participação do chefe de benefícios nas reuniões do Conselho de Previdência.

  11. Contratação de outros profissionais, como psicólogos, assistentes sociais e sociólogos, para que a perícia e a reabilitação profissional fiquem adequadas à nova realidade do trabalho.

  12. Chefia nacional da perícia médica que garanta a implantação das normas técnicas elaboradas de forma tripartite.

  13. Realização da Primeira Conferência Nacional de Previdência Social.

 

Brasília, agosto 2007

 

Movida Brasil

 

Contatos:

 

Sindicato Químicos Unificados
Av Barão de Itapura, nº 2022, Bairro Guanabara,
Campinas/SP
fone: (19) 3735.4900

 

Fórum Sindical de Saúde do Trabalhador (RS)
Rua Francisco Trein, nº 116,
Bairro Cristo Redentor ,
Porto Alegre/RS
fone: (51) 33411244

 

CUT Estadual (RS)
Rua Barros Cassal , nº 283
Bairro Floresta
Porto Alegre/RS
fone: (51) 32248484

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