Os trabalhadores e trabalhadoras da Natura, em Cajamar, atrasaram a produção por três horas na noite de sexta-feira (21/02/2014) para sábado em protesto contra a recusa por parte da empresa em negociar uma participação nos lucros e resultados (PLR) integral. Na imagem acima, Nilza Pereira, dirigente da Regional Osasco do Unificados fala na assembleia.
Durante o final de semana o Unificados fechou o ciclo de assembleias com os três turnos da empresa, no qual os trabalhadores votaram pelo pagamento do valor integral da PLR; abertura de negociações para formalização de termo aditivo ao acordo; indicação de data para início das negociações e outros itens relacionados às condições de trabalho que serão apresentados posteriormente. A PLR e a jornada de trabalho foram definidas como as prioridades no momento.
A Natura comunicou que não atingiu sua meta e, por esse motivo, irá pagar apenas 15% do valor da Meta da Empresa, ao invés dos 30%. Durante a reunião mediada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, realizada em 14 de fevereiro, a empresa afirmou que não está aberta à negociação, o que motivou o protesto dos trabalhadores na assembleia e o atraso na produção.
O sindicato protocolou documento com a pauta de reivindicações e os trabalhadores decidiram aguardar por72 horas para que a empresa se manifeste.
Jornada de trabalho
Vencida desde 2010, a jornada de trabalho na Natura é prioridade para os trabalhadores, porém a empresa vem empurrando a definição. Um argumento colocado pela Natura para não aceitar uma das propostas de jornada feitas pelo sindicato é de que o Corpo de Bombeiros não autoriza sobrepor dois turnos na fábrica, pois o número de pessoas circulando no local seria acima do considerado seguro.
Esse argumento, no entanto, não é válido para a Natura na hora de organizar as máquinas na produção, uma vez que os trabalhadores ficam amontoados e sem espaço para circular.
A empresa utiliza dois pesos e duas medidas e deixa claro que não está disposta a regularizar a questão da jornada de trabalho e se utiliza de argumentos frágeis para impedir que um acordo favorável aos trabalhadores seja firmado.
O clima na Natura é de insatisfação e a mobilização pelas reivindicações segue firme.