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Trabalhadores da Mauser (ex Girona) protestam contra fechamento da fábrica

O ato teve início na Câmara de Vereadores de Santana do Parnaíba, com a entrega de um relato sobre a situação da empresa. Na seqüência houve uma caminhada dos trabalhadores até o centro da cidade (foto abaixo), com uma manifestação em frente à prefeitura e a entrega de material de esclarecimento sobre a mobilização à população. A Mauser tem 260 trabalhadores.

 

Passeata de trabalhadores da Mauser no centro de Santana de Parnaíba, em 19 de julho de 2007

 

Direito ao emprego

 

Uma comissão composta por trabalhadores da Mauser e dirigentes do sindicato foi recebida pelo chefe de gabinete de Santana do Parnaíba, que representou o prefeito, e pelo secretário da indústria e comércio do município, Jamil Toufic Akkari, que garantiu à comissão irá acompanhar e auxiliar a luta dos trabalhadores pela manutenção dos postos de trabalho.

 

O chefe de gabinete fez ligações telefônicas para a unidade da Mauser em São Paulo e no Rio de Janeiro. Ele falou com o presidente do grupo no Brasil, Cláudio Parelli, que se comprometeu a participar de reunião com a comissão de trabalhadores marcada para o próximo dia 25 de julho na Delegacia Regional do Trabalho em Osasco.

 

Com o ato, o objetivo dos trabalhadores da Mauser foi o de divulgar à população da cidade os problemas sociais e econômicos que poderão ocorrer caso a fábrica seja desativada e de cobrar uma posição dos poderes executivo e legislativo da cidade sobre o fato.

 

A ameaça de fechamento da unidade surgiu com a reestruturação iniciada em junho pela Mauser nas fábricas do grupo, com retirada de máquinas da unidade de Santana de Parnaíba. O fato de a empresa se negar a assinar  um termo de compromisso para não desativar a unidade e de não realizar demissões em massa agravou a insegurança dos trabalhadores.

 

Além do ato de ontem, o sindicato realizou manifestação na fábrica de Suzano no dia 12 de julho e um ato no escritório principal da empresa, em São Paulo, no dia 13. Diversas assembléias de trabalhadores também têm ocorrido no portão da fábrica.

 

Estado de alerta

 

A preocupação dos trabalhadores passa a ser de toda a população, já que um possível fechamento da fábrica afetaria social e financeiramente os 260 trabalhadores da Mauser, suas famílias e a comunidade em geral.

Sindicato e trabalhadores farão todo o possível para impedir o fechamento da fábrica em Santana de Paranaíba e garantir os empregos. Serão realizadas outras ações que envolvam o conjunto da sociedade, pois a luta pela manutenção dos postos de trabalho é uma tarefa de

todos.

 

Histórico

 

Mauser adquire fábrica da Girona

 

A fábrica da antiga Girona Embalagens Plásticas Industriais Ltda, hoje pertencente à Mauser do Brasil, opera na cidade de Santana do Parnaíba desde o ano de 1982. Atua desde então, em uma área instalada de 14.000 m², no mercado de baldes plásticos, bombonas, tambores e similares e opera com máquinas injetoras e sopradoras de última geração.

 

A Girona foi incorporada pelo grupo carioca Metalúrgica Barra do Piraí (MPB), em 19991, em uma estratégia de disputa nacional do mercado brasileiro, bem como outras empresas de pequeno e médio porte.

 

Em 2006 a Metalúrgica Barra do Pirai, que estabelecia relações de parceria com a Mauser, resolveu mudar de estratégia e ficar somente com a parte de fabricação de telhas. Todo o restante foi vendido para a Mauser que incorporou toda a estrutura de embalagens industriais – embalagens flexíveis – frascos, bombonas, baldes, containeres, reciclagem de PEAD, PP, PEDB e tambores.

 

“Raio-x” da Mauser no mundo

 

O Grupo Mauser (Mauser Group) é um gigante e líder mundial no ramo de embalagens (notadamente para a indústria química, petroquímica e de alimentos) e contêineres. Está presente em 32 países, entre eles: França, Alemanha, Turquia, Espanha, Singapura, Tailândia, China, Itália, Índia, nos Países Baixos, Reino Unido América do Norte e do Sul.

 

O crescimento anual tem sido fabuloso, no ano de 2006 teve um faturamento aproximado de 1 bilhão de euros, o equivalente a R$ 2.687.000.000 (dois bilhões, seiscentos e oitenta e sete milhões de reais).

 

O Grupo, de capital alemão, emprega cerca de 5.000 trabalhadores de forma direta em 50 pontos espalhados pelo mundo.

 

No Brasil

 

De todo o faturamento do grupo no mundo estima-se que os trabalhadores da empresa no Brasil contribuem com cerca de 10%, ou seja, aproximadamente 300 milhões de reais.

No Brasil suas plantas estão localizadas nas cidades de Barra do Pirai e Belford Roxo no estado do Rio de Janeiro e em Santana do Parnaíba, Matão e Suzano, em São Paulo.

 

A direção da empresa, baseada em pesquisas de mercado que indicam potencial gigantesco de crescimento, tem dado prioridade de investimentos para o Brasil. Só no Rio de Janeiro o grupo investiu recentemente cerca de 50 milhões de reais na modernização do parque produtiva.

 

Ameaça de fechamento e desemprego

 

Desde o ano passado, após a nova direção da empresa assumir o comando das operações, as chefias têm dito que uma reestruturação produtiva será feita com o objetivo de “melhorar a produção de acordo com a demanda do mercado”.

 

No dia17 de maio deste ano, em reunião com o Sindicato dos Químicos Unificados, a Mauser anunciou que iria seguir sua estratégia de reestruturação em todas as unidades. Isto implicaria em uma redistribuição das linhas produtivas e, no caso da fábrica de Santana de Parnaíba, a saída de algumas máquinas para outras unidades seriam substituídas por outras, sem impacto e demissões.

 

O fato é que até o momento apenas saíram máquinas, não chegou nenhuma nova em substituição e as demissões começaram a acontecer a “conta-gotas”, o que gerou um clima de instabilidade.

 

A insegurança se agravou na reunião ocorrida no último dia 22 de junho quando a empresa se recusou a firmar documento oficializando o compromisso de não fechar a unidade e nem gerar desemprego em massa.

 

O impacto que isso pode gerar

 

A fábrica de Santana de Parnaíba emprega de forma direta cerca de 260 trabalhadores, número de postos de trabalho extremamente significativo para a cidade.

 

Apesar dos representantes da empresa não reconhecerem formalmente qualquer ameaça, sabemos que no Brasil, em geral, reestruturação produtiva significa demissão em massa, fechamento de fábricas, aumento do ritmo de produção e de doenças ocupacionais.

 

Temos conhecimento que a Alemanha é signatária de diversos acordos internacionais que regulam ações dessa natureza. Portanto, a empresa, por ser de capital alemão, deveria respeitar tais acordos também no Brasil, além é claro da legislação brasileira e da organização dos trabalhadores.

 

Uma demissão em massa produziria efeitos gravíssimos para uma cidade situada em uma região do país com um dos maiores índices de desemprego e subemprego, pois, além de comprometer a geração de renda na cidade, pode reduzir bruscamente a arrecadação de impostos e, consequentemente de políticas sociais.

 

Mais informações

 

Para mais informações favor ligar para a Regional de Osasco do Sindicato Químicos Unificados pelo telefone (11) 3608.5411 ou pelo e-mail plasquiluta@uol.com.br

 

VEJA MAIS

 

Clique aqui para ver as fotos da assembléia e da passeata de protesto dos trabalhadores da Mauser

 

Assista vídeo do ato de protesto no centro de Santana de Parnaíba contra o fechamento da empresa 

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