O Ministério Público do Trabalho (MPT) em São Paulo recebe, a cada cinco dias, uma denúncia sobre assédio sexual. Dados mostram que as duas procuradorias paulistas já contabilizaram 49 casos de janeiro a agosto, seis a menos do que o total durante em 2016.
Ao todo, 24 ocorrências foram relatadas para a instituição que tem sede regional em Campinas (SP) – responsável por atender 599 cidades; e outras 25 foram registradas na unidade da capital paulista.
Considerando-se as estatísticas dos últimos cinco anos, o MPT no interior recebeu no ano passado a maior quantidade de denúncias – foram 26 no total. O resultado parcial deste ano mostra que o índice mensal é superior ao de 2016 e o número equivale ao dobro de ocorrências em 2012.
Já a procuradoria em São Paulo contabilizou baixa na quantidade de denúncias recebidas entre 2015 e 2016, mas o resultado parcial dos primeiros oito meses também mostra índice mensal superior ao registrado durante o ano anterior.
Conduta e crise econômica
A procuradora do trabalho Danielle explica que a prática de assédio sexual pode ocorrer não somente de forma verbal, mas também por meio de insinuação e gestos que sejam intimidadores ou demonstrem chantagem.
“Infelizmente pode acontecer em qualquer segmento, basta haver essa extrapolação do poder hierárquico. Geralmente acontece, a pessoa fica intimidada a aceitar brincadeiras, propostas e se vê nessa situação de intimidação. Há um medo de perder emprego e benefícios”, afirma ao ponderar que o cenário de crise econômica no país também, de certa forma, pode frear as denúncias.
Saiba mais e denuncie
Veja mais informações nos links abaixo. O aumento de casos representa maior conscientização das vítimas. Mas sabemos que ainda há muitos casos subnotificados. Informe-se de seus direitos e denuncie aos órgãos competentes e ao sindicato.