Trabalhadores/as das indústrias farmacêuticas das regiões de Campinas e Osasco decidiram aprovar a proposta da bancada patronal como patamar mínimo e continuar a luta pelas reivindicações específicas em cada empresa. Com isso, os/as companheiros/as da indústria farmacêutica que têm sua data base em 1º de abril terão salários e piso salarial reajustados em 5%. Como a inflação acumulada no período entre 1º de abril de 2016 e 31 de março de 2017 ficou em 4,47% (pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor), os/as trabalhadores terão garantido aumento real de 0,41%. Além disso, todas as cláusulas sociais foram mantidas.
A avaliação dos/as companheiros/as que participaram das assembleias realizadas ontem (09/4) no Cefol Campinas e Cefol Osasco é a de que onde houver mobilização e disposição de luta é possível arrancar conquistas a mais. Por isso, as mobilizações serão mantidas nas fábricas. Diferente de outras categorias que sequer conseguiram percentual de aumento real, algumas com reajustes abaixo da inflação, os/as trabalhadores do setor farmacêutico têm nesta campanha salarial 0,41% de aumento real como ponto de partida para mais conquistas.
Em comparação ao ano passado, o reajuste de 2017 é maior. Isso porque apesar de ter sido aplicado 10% em 2016, a inflação naquele ano foi de 9,91%. Ou seja, o percentual bem pequeno de aumento real (0,08%) – algo que ocorreu com apenas 19% das categorias profissionais segundo o Dieese – Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Sócioeconômicos. Naquele ano, em que muitos patrões agarram-se ao argumento da crise político-econômica, 37% das categorias profissionais tiveram reajustes abaixo da inflação e 44% conseguiram a reposição da inflação.
Esta grande queda na taxa da inflação de 2016 para 2017 está diretamente ligada ao quadro recessivo da economia brasileira. A alta taxa de desemprego, a queda nos salários, a retração dos investimentos públicos e privados, o endividamento das famílias e das empresas são fatores que levam para baixo o nível geral de preços.
Assembleia realizada no Cefol Osasco aprova proposta como patamar mínimo e continuidade da luta nas fábricas.
Crédito da foto: Douglas Mansur – celeiro memoria
Como ficará a convenção coletiva
Reajuste salarial – 5%
Teto – 6,95% (passa de R$ 7.760 para R$ 8.300 com parcela fixa de R$ 415)
Piso – 5%
Até 100 trabalhadores – passa de R$ 1.378,49 para R$ 1.447
Acima de 100 trabalhadores passa de R$ 1.551,55 para R$ 1.629,00
PLR – 6,95%
Até 100 trabalhadores – passa de R$ 1.475,10 para R$ 1.577
Acima de 100 trabalhadores passa de R$ 2.046 para R$ 2.188
Cesta Básica
Até 100 trabalhadores – passa de R$ 184 para R$ 201,40 (9,46% reajuste)
Acima de 100 trabalhadores passa de R$ 250,00 para R$ 300 (20% reajuste)
Subsídio de medicamentos
As faixas serão reajustadas em 2,63%.
Cláusula de ultratividade – Em tempos de ameaças aos direitos dos trabalhadores com a pretendida reforma trabalhista, esta clausula garante que os direitos constituídos na presente convenção vigorem até que nova negociação seja firmada, e a cláusula de recomendação para adesão das empresas ao Programa Empresa Cidadã quanto a licença paternidade por 20 dias.
Comparativo campanha salarial 2016 e 2017