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Atraso na produção e passeata na EMS como pressão por aumento real e contra trabalho aos sábados

Atraso na produção por quase três horas e uma passeata foram os desdobramentos da assembleia realizada na EMS Farmacêutica, na manhã de hoje (08/04/2010), em Hortolândia/SP.

A mobilização das trabalhadoras e trabalhadores tem o objetivo de promover pressão sobre a direção da empresa por maior aumento real nos salários e pelo fim do trabalho aos sábados, imposto arbitrariamente a partir de dezembro último, que são as duas principais reivindicações.

Pela intransigência da EMS em não retornar à jornada anterior, que era de segunda a sexta-feira, os trabalhadores estão em estado de greve conforme decisão tomada em assembleia realizada dia 05 de março.

Passeata e assembléia na EMS: trabalhadores seguem para encontrar outros companheiros na porta principal da empresa e decidirem sobre campanha salarial (08-abril-2010)

Passeata de trabalhadores da EMS
(Foto JOÃO ZINCLAR)

Campanha salarial e alta no faturamento

O setor farmacêutico do ramo químico está em campanha salarial. A data base é 01 de abril, e o período aquisitivo é de 01 de abril de 2009 a 31 de março de 2010. Entre outras reivindicações, a categoria quer 10% de aumento salarial.

Em negociação realizada dia 31 último entre os sindicalistas e a patronal, em São Paulo, estes propuseram um reajuste de 5,1%, que significam 4,6% de reposição da inflação nos doze meses do período aquisitivo mais 0,5% de aumento real. A reivindicação dos trabalhadores visa a reposição da inflação mais 5,4% de aumento real.

Passeata e assembléia na EMS: trabalhadores se informam sobre campanha salarial com jornal do sindicato (08-abril-2010)

Trabalhadores se informam sobre a campanha salarial
(Foto João Zinclar)

Esta proposta patronal foi recusada já na mesa de negociações pelos sindicalistas, que se recusaram a levá-la para apreciação em assembleias pelos trabalhadores em razão a considerarem “uma ofensa” quando comparada à alta produtividade do setor, mesmo durante a crise econômica. O estudo aponta que as indústrias farmacêuticas obtiveram um aumento de seu faturamento anual, que passou de R$ 30,97 bilhões de
reais em 2008 para R$ 33,35 bilhões de reais em 2009, registrando assim um
crescimento líquido de 7,7%.

CLIQUE AQUI e leia – e imprima – entrevista com Fabiano Garrido, assessor econômico do Unificados, e o estudo
econômico na íntegra.

Hoje ocorre nova rodada de negociações entre os sindicalistas e a patronal, em São Paulo.

Passeata e assembléia na EMS: policia chega para proteger o capital e usa de todas as formas de intimidação (foto: João Zinclar 08/04/2010)

Polícia Militar chega para intimidar trabalhadores
(foto: João Zinclar 08/04/2010)

As reivindicações

A pauta de reivindicações aprovada pela categoria é entregue à patronal pelos sindicatos é composta por 10% de reajuste salarial; piso salarial no valor de R$ 1.158,00 (representa um reajuste de 29% e coloca o piso num patamar de 2,4 salários mínimos, um nível atingido no ano 2000); PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de dois pisos; férias pagas em dobro; estabilidade no emprego; redução da jornada de trabalho; sábados livres; reajuste de 20% na cesta de medicamentos; cesta alimentação/básica de R$ 120,00; e pagamento de 110% nas horas extras aos sábados.

Passeata e assembléia na EMS: policial interpela dirigente sindical (foto: João Zinclar 08/04/2010)

Policial interpela dirigente sindical
(foto: João Zinclar)

Sábados goela abaixo e assédio moral

Até dezembro de 2009 a jornada na EMS era de segunda a sexta-feira. De surpresa e sem qualquer negociação com os trabalhadores ou com o sindicato, conforme a legislação e o acordo coletivo da categoria a obrigam, a farmacêutica impôs o trabalho de segunda-feira a sábado. Ela limitou-se a comunicar e a implantar imediatamente sua decisão.

O sindicato buscou reunir-se com a direção da empresa e discutir o problema, em atenção a pedidos feitos neste sentido pelos trabalhadores. Após muita insistência, ela agendou uma reunião para fevereiro último, mas não abriu mão de sua posição.

Para fazer valer sua vontade, a farmacêutica não vacilou, inclusive, em praticar escancaradamente o crime de assédio moral. Quanto à jornada, as chefias diziam, entre outras coisas, que “quem não estivesse contente poderia ir embora”, em clara alusão à demissão.

Quanto à reivindicação de reajuste salarial, o assédio veio em frases como “é só você gastar menos na lojinha ou com os cabelos”.

Passeata e assembléia na EMS: policial intimida com sindicalistas com metralhadora em punho (foto: João Zinclar 08/04/2010)

Com metralhadora, policial intimida dirigentes sindicais
(foto: João Zinclar 08/04/2010)

Mentira

O sindicato levou para a EMS duas propostas de jornada: Uma com o trabalho da segunda a sexta-feira e outra, no limite, com jornadas em sábados alternados.

Aproveitando-se da realização da reunião, a farmacêutica divulgou junto aos trabalhadores que o Unificados teria assinado com ela um acordo, aceitando a jornada por ela implantada.

Mentira. O sindicato defende a reivindicação dos trabalhadores, exige a revisão da atual jornada e, portanto, não assinou qualquer acordo sobre a arbitrária mudança implantada em dezembro.

Policial com gás em uma mão e com a outra na arma (Foto João Zinclar)

Policial com gás em uma mão e com a outra

 na arma (foto: João Zinclar 08/04/2010)

50 mil em campanha

São 22 mil trabalhadoras e trabalhadores em campanha salarial no setor farmacêutico.

Destes, 10 mil (20%) estão na base do Sindicato Químicos Unificados que integra o grupo de negociação coordenado pela Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico no Estado de São Paulo (Fetquim), que também conta com a participação do Sindicato dos Químicos de São Paulo e dos Químicos do ABC.

Mais informações

A EMS Farmacêutica produz remédios genéricos e tem
aproximadamente 1.600 trabalhadores em sua planta industrial localizada
na rodovia SP 101, km 08, em Hortolândia/SP.

Para atualizações sobre a mobilização na farmacêutica e informações sobre as negociações em São Paulo sobre a campanha salarial falar com o dirigente sindical Valdir Souza pelo (19) 7850.1930).

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