No dia 7 de setembro o Sindicato Químicos Unificados participará da 14ª edição do Grito dos Excluídos, o que faz tradicionalmente.
Em Campinas, as regionais de Campinas e Vinhedo do Unificados participarão da mobilização, que será uma caminhada pela avenida Francisco Glicério, logo na sequência do chamado desfile oficial, por volta das 10 horas.
A Regional Osasco participará da programação em São Paulo. A concentração será às 09h30 na praça da Sé, centro da cidade, e às 10h30 início da caminhada até o Museu do Ipiranga, onde haverá ato público próximo do Monumento da Independência às 12 horas.
Pela vida grita a Terra… por direitos, todos nós!
Os noticiários mostram todos os dias que o Brasil cresceu e está se tornando um país rico. São números que tentam justificar essa ideia de que este é um país de todos, que conseguiu superar a miséria.
Porém, há 151 anos se repete a exploração de pouco sobre o povo brasileiro. O grupo de exploradores, junto com empresas transnacionais, pressiona os diversos governos para que obedeçam suas regras.
O resultado disto se expressa na multidão de pessoas jogadas nas calçadas e na falta de qualidade de vida da classe trabalhadora.
Estes não podem reservar tempo para o lazer e a cultura. O alimento que consomem é caro e contaminado por agrotóxicos, reservando a cada brasileiro 5,2 litros de veneno por ano.
Estes mesmos veem os recursos naturais do país (água, petróleo, minerais e biodiversidade) serem rifados e utilizados me nome de interesses que não são os seus, como mostra, por exemplo, a tentativa do novo Código Florestal.
É por isto que neste 7 de Setembro saímos às ruas para realizar o 14º Grito dos Excluídos.
Razões para gritar nas ruas
Gritamos para exigir um transporte público de qualidade e denunciar os aumentos abusivos nas tarifas. Os trens da CPTM e Metrô tiveram um aumento de 9,43% e os ônibus na capital de 11,11%. Mas, a inflação neste período foi de 6,47%.
Gritamos pelo déficit de moradias. Em São Paulo, capital, faltam cerca de 2 milhões, ao mesmo tempo em que há aproximadamente 300 mil imóveis vazios. Por isto, gritamos para exigir a reforma urbana e uma política popular de habitação que apresente solução para milhares de famílias que habitam em situação precária.
Gritamos para denunciar o desvio de verbas públicas e a autoritária forma de execução dos planos municipal, estadual e federal das obras para a realização da Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Além de atenderem aos interesses das empreiteiras, despejarão milhares de famílias e partem do princípio do sigilo ao invés da transparência do uso destes recursos.
Gritamos nas ruas para pedir um basta à violência policial. Entre os meses de abril e maio deste ano houve 135 homicídios cometidos por policiais militares, cujos crimes não foram investigados. Acompanha-se um investimento crescente em forças de repressão, cada vez mais presentes nas manifestações populares com o intuito de intimidá-las.
Gritamos pelos direitos humanos. De acordo com estudo da Secretaria de Direitos Humanos estima-se que mais de 33,5 mil jovens entre 12 e 18 anos percam a vida até 2012, na cidade de São Paulo, por motivos violentos. Para cada jovem branco assassinato são mortos 2,6 negros.
Gritamos para denunciar os altos preços da energia elétrica. Ao passo que as famílias paulistanas pagam por volta de R$ 0,44 o KW, grandes empresas como a Vale e a Votorantim pagam menos de R$ 0,05 e consomem aproximadamente a metade da energia produzida no país.
Gritamos para revelar a precarização dos serviços públicos e a privatização da saúde. O governo do estado de São Paulo aprovou lei permitindo que 25% dos leitos de hospitais públicos entregues às Organizações Sociais de Saúde (OSS) atendam a convênios particulares. As prefeituras municipais seguem no mesmo ritmo.
E gritamos para chamar a atenção para o sucateamento da escola pública e a falta de creches. Gritamos para exigir o destino de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação pública gratuita e de qualidade.
História do Grito dos Excluídos
O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo, é um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos.
O Grito dos Excluídos, como indica a própria expressão, constitui-se numa mobilização com três sentidos:
Denunciar o modelo político e econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de pessoas à exclusão social;
Tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome;
Propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos os cidadãos.
O Grito se define como um conjunto de manifestações realizadas no Dia da Pátria, 7 de setembro, tentando chamar à atenção da sociedade para as condições de crescente exclusão social na sociedade brasileira. Não é um movimento nem uma campanha, mas um espaço de participação livre e popular, em que os próprios excluídos, junto com os movimentos e entidades que os defendem, trazem à luz o protesto oculto nos esconderijos da sociedade e, ao mesmo tempo, o anseio por mudanças.
As atividades são as mais variadas: atos públicos, romarias, celebrações especiais, seminários e cursos de reflexão, blocos na rua, caminhadas, teatro, música, dança, feiras de economia solidária, acampamentos e se estendem por todo o território nacional.