Na madrugada de hoje (30/08), o Unificados e a Intersindical realizaram assembleias e atos de mobilização no Condomínio Rhodia (foto acima), em Paulínia, e na Eldorado Indústrias Plásticas, em Barueri, pelo Dia Nacional de Lutas, em pressão por melhores condições no local de trabalho, campanha salarial 2013 e pela falta de respostas do Congresso Nacional de reivindicações da classe trabalhadora pelo fim do fator previdenciário e pela retirada definitiva do projeto de lei 4330/04, que tem como objetivo ampliar a terceirização no país e assim reduzir direitos conquistados. Houve o atraso médio de duas horas no início da produção nas duas empresas, devido às manifestações.
No Condomínio Rhodia funcionam sete empresas, no total de 2.500 trabalhadores. Na Eldorado são um mil trabalhadores.
Rhodia
Durante duas horas, os trabalhadores das sete empresas que funcionam no condomínio Rhodia acompanharam a assembleia do sindicato. Arlei Medeiros, dirigente do Unificados, da Intersindical e da Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico de São Paulo), abriu a manifestação lembrando a importante vitória dos ex-trabalhadores da Shell/Basf que, após muita luta, persistência e união conseguiram a condenação das empresas na Justiça pela contaminação que causou a morte de 64 companheiros. Da mesma forma, tanto as reivindicações da campanha salarial como a pauta da classe trabalhadora, que está parada no Congresso Nacional, precisam da mobilização e disposição de luta para que sejam conquistadas.
Medeiros destacou a importância da construção da Intersindical, central da qual o Unificados faz parte, que se diferencia das demais por enfrentar patrões e governos. A Intersindical não aceita negociar a terceirização, como a CUT está fazendo, pois este projeto representa o maior ataque aos direitos trabalhistas já realizado, destacou.
Entre as falas, companheiros dirigentes sindicais na Merial e da Rhodia reafirmaram a importância de participar das mobilizações do Unificados para conquistar avanços na campanha salarial e pôr fim às práticas de assédio moral, comum a ambas as empresas. Na Merial, uma pesquisa sobre este problema será aplicada nos próximos dias. A medida foi adotada após negociação entre sindicato e empresa por conta das inúmeras denúncias feitas ao Unificados sobre assédio na Merial.
Eldorado
Na Eldorado os trabalhadores também votaram uma pauta de reivindicações específicas para a obtenção de aumento real nos salários, mudança na classificação de prensista para operador, fim da pressão por produção, humilhações, perseguições e advertências, mudança e melhorias no convênio médico, que atualmente não atende às necessidades dos trabalhadores, com fim das cobranças (coparticipação), cesta básica de melhor qualidade e sem condicionantes, intervalo de 15 minutos para café, durante o horário de trabalho. Após encerramento da assembleia os trabalhadores tomaram o café da manhã em frente à fábrica.
Dia Nacional de Lutas da Intersindical tem pauta mais ampla
As assembleias realizadas pelo Unificados partiram de problemas nacionais para chegar nos assuntos específicos das empresas. Os dirigentes chamaram a atenção dos trabalhadores para a necessidade de combater o projeto de lei da terceirização (4330/04), que atende aos interesses dos patrões e tem sido defendido por parlamentares que fazem leis para os empresários continuarem a explorar cada vez mais os trabalhadores.
O Unificados destacou que a luta do sindicato para melhorar as condições de trabalho dos terceirizados e reduzir as desigualdades continua. No entanto, o projeto de lei, da forma como caminha no Congresso Nacional, irá acabar com direitos conquistados pelos trabalhadores, permitindo que empresas praticamente não tenham mais trabalhadores em seu quadro próprio, sujeitando-os a condições precárias de emprego com redução de salários e benefícios conquistados com muita luta.
Atos, paralisações e assembleias de mobilização como as que foram realizadas na manhã desta sexta ocorrem também no Rio Grande do Sul, Rio Grande no Norte, Rio de Janeiro e Bahia, com a organização da Intersindical. Por ser independente do governo federal, a Intersindical tem uma pauta mais ampla. Protesta também contra a política econômica do governo federal que destina recursos públicos para pagar juros aos bancos ou incentivar multinacionais, enquanto a população carece de investimentos em políticas públicas e serviços públicos de qualidade.
A pauta da Intersindical
Redução da jornada para 40 horas semanais, sem redução de salários, com sábados e domingos livres.
Desmilitarização da polícia.
Fim do fator previdenciário.
Aumento no valor das aposentadorias.
Investimentos em saúde, educação e transporte.
Reforma agrária.
Fim dos leilões do petróleo.
Defesa dos territórios indígenas.
Contra a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais e da repressão policial.
Defesa de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para educação pública.
Pela democratização dos meios de comunicação.
Mais imagens do ato na Rhodia, em Paulínia