Na tentativa de no dia 22 de fevereiro fazer um despejo violento contra as comunidades concentradas na subestação de Banadías, no município de Saravena, na Colômbia, por parte do ESMAD, (a sigla da polícia antimotim, um grupo especial do Departamento de Segurança Pública da Polícia Nacional da Colômbia), o exército e a Polícia Nacional da Colômbia, esta última corporação militar efetuou disparos de fuzil que colocaram em risco os manifestantes. Além disso, foi cometido um crime de forma brutal em três casas dos camponeses da área, onde saquearam e destruíram os bens dessas famílias.
Estão previstas novas agressões e despejos violentos contra as comunidades que estão nos locais de Caricare, do município de Arauquita, e em Todos os Santos, do município de Arauca, pontos de acesso aos poços de exploração de petróleo da OXY. Da mesma forma que no acesso à subestação Banadías no município de Saravena.
O Exército colombiano jogou tachas na estrada que vai desde a estrada de Panamá de Arauca, no Departamento de Arauca, até o lugar Caricare, no município Arauquita, com a intenção de impedir o aceso de carros que iriam apoiar na evacuação dos feridos. E na área de Todos os Santos foi denunciado que o ESMAD lançou bombas lacrimogêneas numa casa na qual se encontravam dois menores de idade.
Nesses três locais a Polícia Nacional da Colômbia fez uso das suas armas de guerra contra a população civil mobilizada.
Somado a isso, o general Yesid Vasquez Prada, comandante da Quinta Regional da Polícia Nacional Colombiana, tem estigmatizado publicamente os movimentos sociais, alegando que eles são apoiados pelos guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e do ELN (Exército de Libertação Nacional da Colômbia).
Como já aconteceu no passado, esse tipo de comentário tem como finalidade alimentar a guerra suja contra as comunidades populares e seus líderes. Enquanto isso, o Estado colombiano continua ignorando uma resposta eficaz às reclamações das comunidades, apesar das reuniões feitas com o ministro do Interior, Dr. Fernando Carrillo Flórez, e o vice-ministro Juan Camilo Restrepo.
Reiteramos o nosso pedido de que o Estado Colombiano respeite os direitos e garantias fundamentais dos araucanos, acima dos interesses egoístas das empresas multinacionais, sempre na procura da soberania nacional da Colômbia, uma vez que assim impõe a Constituição Nacional.
Reiteramos também o nosso pedido à comunidade nacional e internacional para fazer monitorar a situação de violação dos direitos e exigir do Estado o respeito às garantias constitucionais.
Pela defesa da vida, dos direitos humanos e a permanência nas terras!
FUNDAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS “JOEL SIERRA”
Video
ACESSE AQUI para ver o vídeo da tentativa de desocupação por meio da violência
ACESSE AQUI para visitar a página do Sindicato Nacional de Trabajadores de la Industria de Alimentos (Sinaltrainal da Colômbia), no qual a reportagem acima e o vídeo foram originariamente publicados.