News details

Read the full story here

Juíza ignora ouvidor agrário e manda despejar famílias do MST em Americana

 

A noite do dia 29 de agosto de 2011 foi tensa no Assentamento Milton Santos e na nova ocupação em Americana. 700 famílias ocupavam a área há 24 dias e no dia 30 a Polícia Militar (PM) realizou uma reintegração de posse aterrorizante para acampados e assentados.

Muitas famílias não puderam entrar no local, que foi fechado pela polícia. O cerco começou no início da noite anterior. Diversas famílias assentadas, impedidas de entrar em suas casas, tiveram que passar a noite em carros.

Acampados foram detidos indevidamente só por tentar voltar para o acampamento. Um grupo de assentados e o advogado do movimento Vandré Paladini, que vinham de uma audiência pública com a ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário, que ocorreu na Assembleia Legislativa em São Paulo, foram barrados na estrada que liga Americana ao Assentamento. Durante toda a noite a polícia percorreu as estradas internas do Assentamento, constrangendo acampados e assentados que passavam no local.


Vídeos de reportagem e de depoimentos

ACESSE AQUI e veja reportagem da TVRecord sobre a reintegração de posse em Americana

ACESSE AQUI 1 – Depoimento do senhor Pedro, acampado, sobre a ocupação

ACESSE AQUI 2 – E assista depoimentos de Josefa, Mazé e Larissa, três gerações na ocupação do MST em Americana/SP

Mais fotos ao final deste texto, todas de autoria de João Zinclar.

Justiça, mais uma vez, defendeu latifundiários

A Justiça mais uma vez defendeu os interesses dos latifundiários de terra, usineiros. A juíza de Americana responsável pelo processo emitiu a liminar a favor da Usina Ester, ignorando o fato de que a área pertence ao INSS e não levou em consideração nem o pedido do Ouvidor Agrário Nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), desembargador Gercino José da Silva Filho, que solicitou o adiamento do cumprimento da liminar até que a situação da terra ocupada fosse investigada.

Tiros e rojões para intimidar

Foram disparados tiros de fuzil e lançados rojões com o intuito de intimidar as famílias. O clima de guerra e conflito iminente fez com que as companheiras e companheiros já assentados no Milton Santos interviessem e acolhessem os recém acampados em suas casas. Estima-se que cerca de 150 famílias refugiaram-se na área do Assentamento. As famílias acampadas não tiveram tempo de retirar os seus pertences.

O comandante da operação policial chegou ao local tentando identificar a coordenação do acampamento. Como os acampados e assentados se recusaram a dar informações, os policiais receberam ordem de destruição imediata das estruturas. A operação iniciou com uma chuva de balas de borracha que perfuraram os barracos. Felizmente, ninguém se machucou.

Crianças sem escola e alimentos retidos

Na manhã do despejo a polícia ainda cercava as entradas, impedindo, inclusive, a passagem de jornalistas, apoiadores e advogados. O transporte escolar ficou preso na barreira policial e várias crianças não puderam ir a escola. Muitas delas assistiram aterrorizadas à brutal cena da ação policial.

A rotina dos assentados foi totalmente alterada. Cerca de 4 mil quilos de alimentos retirados semanalmente e também doados às entidades assistenciais da região não puderam ser entregues e os produtores ficaram no prejuízo.

Abuso policial e milícias da usina

Durante todo o dia de ontem (31/08) a operação continuou. Os pertences dos acampados amontoados no dia anterior, numa área vizinha, foram queimados (colchões, roupas, utensílios e ferramentas).

Devido aos abusos cometidos pelos policiais os advogados do movimento estão ouvindo acampados e assentados para buscar responsabilizar os culpados.

O MST pede às autoridades que tomem providências de modo que os direitos dos acampados, assentados e moradores da região (Sobrado Velho e Morada das Carolinas) sejam respeitados. As famílias assentadas temem inclusive retaliações, já que as intimidações por milícias formadas por policiais que fazem a “segurança particular” da Usina são constantes.

O MST continuará a denunciar a grilagem de terras públicas para usufruto de particulares e as injustiças cometidas contra os trabalhadores.

Aos apoiadores e aliados

Conforme nota do MST “após a reintegração muito do que tínhamos foi perdido: barracos, colchões, cobertores, roupas, alimentos. Para continuar a luta pela destinação das terras para a reforma agrária o movimento necessitada, com urgência, de doações de lona, cobertores, alimentos, produtos de higiene pessoal e colchões.

Locais de coleta

1 – Visite o área provisória do acampamento (em frente a área ocupada  anteriormente, dentro do Assentamento Milton Santos): entre no KM 128 da Rodovia Anhanguera e siga em frente na avenida Nicolau João Abdala (ignorar as placas de desvio utilizando as passagens alternativas). Após o Assentamento Milton Santos, pegue a primeira entrada à esquerda.

2 – Sindicato dos Químicos Unificados – Regional Campinas. Avenida Barão de Itapura, 2022, Guanabara, fone (19) 3735.4900.

3 – Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas. Rua Dr. Quirino, 560, centro, fone  (19) 3775. 5555.

4 – Centro Acadêmico de Pedagogia (CAP) – Faculdade de Educação – Unicamp, Barão Geraldo, Campinas.

Para doar quantias em dinheiro:

Banco do Brasil – CONTA POUPANÇA
Titular: Caroline Maria Florido
Agência: 2447-3
Conta Poupança: 17367-3

Ao realizar doações, por favor, envie um e-mail para: campinasmst@gmail.com , informando a quantia depositada e, se desejar, sua própria identificação.

Fotos da desocupação

Fonte:
Setor de Comunicação
MST – Regional Campinas

TESTE

Desenvolvido por

© 2016 Químicos Unificados

[instagram-feed]
Químicos Unificados

Veja todos

Fale conosco