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Unificados e Intersindical participam de audiência pública na Alesp sobre terceirização

Uma audiência pública foi realizada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp ontem (08/12/14 – foto acima) para deixar clara a posição contrária de deputados e da classe trabalhadora em relação ao Projeto de Lei (PL) 4330/04 que está em tramitação na Câmara Federal. De autoria do deputado federal Sandro Mabel (PR-GO), o PL representa um ataque aos direitos trabalhistas ao permitir que a terceirização seja aplicada em todos os setores, nas áreas pública e privada, sem restrições.

A audiência reuniu representantes de centrais sindicais (Intersindical Central da Classe Trabalhadora, CUT, CGTB), sindicatos, acadêmicos e setores do judiciário trabalhista, lotando o auditório Paulo Kobayashi. Durante a atividade, os convidados falaram sobre os perigos da terceirização e as ações da classe trabalhadora para impedir que o PL 4330 seja aprovado, entre outras questões ligadas ao tema.

 

 

Nilza Pereira, dirigente do Unificados
Nilza Pereira, dirigente do Unificados

 

Representantes de centrais sindicais relataram suas experiências e os motivos pelos quais lutam contra a terceirização. A dirigente do Unificados Nilza Pereira chamou atenção para o fato de que os trabalhadores terceirizados, devido às péssimas condições a que são submetidos e à ausência de direitos, muitas vezes desenvolvem um sentimento de inferioridade e conformismo “Já aconteceu de irmos para a porta das fábricas entregar os jornais do sindicato e escutarmos coisas do tipo ‘eu não sou trabalhador, sou terceirizado’. Foi colocado na cabeça desses trabalhadores que eles não pertencem à classe, como se o trabalho que executam fosse menos importante. Isso enfraquece os enfrentamentos dentro das fábricas e faz com que esses trabalhadores não se engajem na luta por melhores condições”.

 

 

Audiência pública, no auditório da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
Audiência pública, no auditório da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo

 

Os participantes do debate, em diversos momentos, chamaram atenção para a necessidade de intensificar as lutas e ações em 2015 para impedir que o PL 4330 seja aprovado, especialmente diante da atual composição do Congresso Nacional, que perdeu boa parte dos representantes dos interesses da classe trabalhadora.

 

 

Edson Carneiro Índio (à esq.), secretário geral da INTERSINDICAL
Edson Carneiro Índio (à dir.), secretário geral da INTERSINDICAL

 

Edson Carneiro Índio, secretário-geral da INTERSINDICAL Central da Classe Trabalhadora, alertou para a importância de defender os direitos daqueles que já se encontram terceirizados, lutando para garantir os mesmos direitos que os demais trabalhadores, além de impedir a generalização da terceirização como mecanismo de contratação da força de trabalho no Brasil.

O dirigente José Reis lembrou que a súmula 331 permitiu que milhões de trabalhadores fossem terceirizados e que não podemos permitir que este quadro torne-se ainda pior com o julgamento da Repercussão Geral no Supremo Tribunal Federal (STF).  A súmula 331 permitiu a introdução de terceirizados em atividades como limpeza e segurança, proibindo-a em atividades fins das empresas. Na época foi combatida pela classe trabalhadora porque introduzia a possibilidade de terceirização, até então não permitida. Atualmente, essa súmula é o único dispositivo legal que ampara as decisões da justiça trabalhista em relação às terceirizações, gerando uma série de condenações. Diante disso, o empresariado vem pressionando de todas as formas para que as terceirizações sejam praticadas livremente.

Além do PL 4330/04, que tramita na Câmara dos Deputados, há o Projeto de Lei do Senado (PLS) 87/10 que os patrões fizeram chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a contestação da condenação de uma empresa de celulose feita pelo TST. Foi aprovado que a decisão sobre este caso terá repercussão geral para outros processos de mesmo teor. Recentemente, a Procuradoria Geral da República posicionou-se em relação a este recurso que tramita no STF, considerando a terceirização de atividade-fim em empresas fraude à legislação trabalhista.

A audiência pública realizada na Alesp foi articulada pelo Fórum Nacional Permanente em defesa dos direitos dos trabalhadores ameaçados pela terceirização e teve a coordenação dos deputados Beth Sahão, Luiz Claudio Marcolino e Geraldo Cruz.

Seminário na Intersindical

No dia 18/10/14, com o objetivo de ampliar a discussão sobre os impactos da terceirização, a Intersindical Central da Classe Trabalhadora realizou um seminário no Sindicato dos Bancários de Santos.

SIGA ESTE ENDEREÇO – ou na imagem acima – para assistir resumo do vídeo.

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