Uma manifestação que começou no centro de Campinas e que em passeata dirigiu-se à Câmara Municipal de Campinas (fotos acima e abaixo) para protestar, no próprio Legislativo, contra o boicote da maioria dos vereadores à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar irregularidades no sistema de ônibus urbano na cidade foi reprimida e dissolvida pela Tropa de Choque da Polícia Militar. Dos aproximadamente 300 manifestantes, no dia sete último, cerca de 140 foram detidos e levados à delegacia em ônibus pelos policiais.
A CPI pede a análise da qualidade do serviço prestado, a segurança dos passageiros no sistema e uma auditoria nos gastos, volume de passageiros transportados e no valor da tarifa que, em R$ 3,00, é uma das mais altas do país.
Passados seis meses, e com o retorno das férias dos vereadores neste mês de agosto, o Movimento Passe Livre convocou este ato no dia sete, que contou com a participação de partidos políticos de esquerda, entidades representativas de trabalhadores e de movimentos sociais.
O vídeo
SIGA ESTE LINK para assistir o vídeo. Ele foi produzido pela TVMOV (http://tvmovimento.tv.br/)
Contradição
Com os indícios que têm em mãos e com base em consulta popular sobre o assunto transporte urbano em Campinas, no mês de janeiro último o vereador Paulo Bufalo (Psol) protocolou um pedido de instalação de uma CPI no setor. No entanto, dos 33 vereadores apenas cinco aprovaram este pedido, mas a legislação exige um mínimo de 11. Desde então, os demais 28 vereadores boicotam a instalação da CPI.
Assim, enquanto a maioria dos vereadores se nega a defender os interesses da população no transporte coletivo, na prática esta maioria defende os interesses dos empresários, que estão sempre em busca de lucro mais alto. Uma contradição, portanto, pois vereador existe, pede voto e é eleito para defender a população e não para salvaguardar e proteger empresários, agindo para evitar uma investigação neste setor.
Vídeo: Em entrevista, Paulo Bufalo explica sobre
a necessidade de uma CPI nos ônibus urbanos
SIGA ESTE LINK para assistir vídeo com uma entrevista com Paulo Bufalo, em Diálogos do Movimento, da TVMOV, no qual o vereador fala sobre as razões pelas quais é necessária uma CPI no sistema de transporte coletivo urbano em Campinas.
O conflito: Vereadores recusam
diálogo e chamam a polícia
Com a Câmara Municipal ocupada pelos manifestantes, os vereadores se retiraram do plenário. E exigiram que o local fosse esvaziado. Sem tentar alguma alternativa mais racional ou apostar no diálogo, a polícia foi chamada e enviou sua Tropa de Choque que, como o próprio nome diz, é especializada para agir em situação de conflito. E o conflito foi criado.
Grupos Punk, Anarquista e o Black Bloc, de forma espontânea, se juntam às manifestações que ocorrem em todo o país desde o mês de junho. Eles agem de forma autônoma, independente de encaminhamentos propostos pela organização das diversas manifestações. O movimento Black Bloc é recente no Brasil. Sua origem é nos anos 70, na Alemanha, e começou com protestos contra a instalação de usinas nucleares em Frankfurt. Depois, difundiu-se por toda Europa. Black Bloc é o nome dado a uma estratégia de manifestação e protesto anarquista, na qual grupos de afinidades, mascarados e vestidos de negro, se reúnem com objetivo de protestar em manifestações antiglobalização e anticapitalistas, para questionar o sistema econômico vigente.
Quando a Tropa de Choque começou a retirar os manifestantes da Câmara Municipal, estes três grupos tomaram a iniciativa de resistir à ação policial, típica de uma tropa de choque.
Os vereadores que boicotam a
CPI do transporte urbano na cidade
Estes são os vereadores que bloqueiam a instalação da CPI nos sistema de ônibus urbano em Campinas, contrariando os interesses da população e defendendo os dos empresários.
Mande um e-mail para eles (link logo na frente do nome de cada um) e pressione pela instalação da CPI e para que ele cumpra sua obrigação com os eleitores, feita durante a campanha eleitoral para prefeito e vereadores.
NOME PARTIDO E-MAIL
– André Von Zuben – PPS – andrevonzuben@camaracampinas.sp.gov.br
– Antonio Flôres – PSB – verflores@camaracampinas.sp.gov.br
– Artur Orsi – PSDB – artur.orsi@camaracampinas.sp.gov.br
– Aurélio Cláudio – PDT – vereadoraurelio@camaracampinas.sp.gov.br
– Campos Filho – DEM – camposfilho@camaracampinas.sp.gov.br
(*) – Carlinhos Camelô – PT – carlinhoscamelo@camaracampinas.sp.gov.br
– Carmo Luiz – PSC – carmoluiz@camaracampinas.sp.gov.br
– Cid Ferreira – PMDB – cidferreira@camaracampinas.sp.gov.br
– Cidão Santos – PPS – cidao.santos@camaracampinas.sp.gov.br
– Edison Ribeiro – PSL – edisonribeiro@camaracampinas.sp.gov.br
– Gilberto Vermelho – PSDB – gilbertovermelho@camaracampinas.sp.gov.br
– Gustavo Petta – PCdoB – gustavopetta@camaracampinas.sp.gov.br
– Jeziel Silva – PP – jezielsilva@camaracampinas.sp.gov.br
– Jorge da Farmácia – PSDB – jorgedafarmacia@camaracampinas.sp.gov.br
– Jorge Schneider – PTB – jorge.schneider@camaracampinas.sp.gov.br
– Luiz Cirilo – PSDB – cirilo@camaracampinas.sp.gov.br
– Luiz Lauro Filho – PSB – luizlaurofilho@camaracampinas.sp.gov.br
– Luiz Rossini – PV – luizrossini@camaracampinas.sp.gov.br
– Marcos Bernardelli – PSDB – marcosbernardelli@camaracampinas.sp.gov.br
– Neusa do São João – PSD – neusadosaojoao@camaracampinas.sp.gov.br
– Pastor Elias Azevedo – PSB – pastoreliasazevedo@camaracampinas.sp.gov.br
– Paulo Galterio – PSB – paulogalterio@camaracampinas.sp.gov.br
– Rafa Zimbaldi – PP – rafa.zimbaldi@camaracampinas.sp.gov.br
– Roberto Alves – PRB – robertoalves@camaracampinas.sp.gov.br
– Thiago Ferrari – PTB – thiagoferrari@camaracampinas.sp.gov.br
– Tico Costa – PP – ticocosta@camaracampinas.sp.gov.br
– Vinicius Gratti – PSD – viniciusgratti@camaracampinas.sp.gov.br
– Zé Carlos – PMDB – zecarlos@camaracampinas.sp.gov.br
(*) Carlinhos Camelô, do PT, que assinou o primeiro requerimento, em janeiro, retirou a assinatura. Mas, segundo Paulo Búfalo, o PT deve decidir a favor da CPI.
Os vereadores que assinaram o pedido para a instalação da CPI são: Além de Paulo Búfalo (o autor), Ângelo Barreto, Carlão e Pedro Tourinho (os três do PT) e Professor Alberto (sem partido).
Em vídeo, entrevista com Lúcio Gregori,
o pai do passe livre em ônibus
Lúcio Gregori foi entrevistado em edição especial do Diálogos do Movimento, na TVMOV. Gregori é engenheiro e foi secretário de Transportes no governo Luíza Erundina (1989 a 1992). Ele propôs, na época, o projeto de tarifa zero.
SIGA ESTE LINK para assistir. Gregori fala sobre o Movimento Passe Livre, que caminha pela esquerda e é apartidário. Assista o vídeo e entenda como o passe livre nos ônibus urbanos é possível.